Rui Costa Pimenta critica manifestação da Globo: “resistência é o que o pessoal tá fazendo em Gaza”
Presidente do PCO defende a imunidade parlamentar, critica o STF e comenta Venezuela, Palestina e EUA; “o Congresso não tem que ficar a mercê do STF”
247 – Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, participou de uma conversa ao vivo no canal da TV 247 nesta sexta-feira, 19 de setembro de 2025, apresentada por Andrea Trus. A entrevista foi transmitida pelo YouTube e pode ser assistida neste link.
Logo no início, Rui centrou fogo no debate sobre a PEC das prerrogativas, defendendo o instituto da imunidade parlamentar como garantia democrática básica e criticando a campanha contrária. Para ele, a ofensiva “vem da Rede Globo” e é acompanhada por setores da esquerda. “A Constituição de 88 garantia a imunidade parlamentar. Isso aí foi quebrado durante o governo FHC”, disse. Em seguida, resumiu o que considera o objetivo oculto dos ataques: “O Congresso não tem que ficar a mercê do STF, tá certo? tem que ter autorização do Congresso para processar os deputados”.
PEC das prerrogativas, STF e lawfare
Rui criticou a ideia de que o combate ao crime justifique suprimir garantias: “Nós temos que defender os direitos democráticos. Em segundo lugar, a perseguição ao crime, né? … não vamos destruir todo o sistema de garantias democráticas para poder perseguir criminosos”. Para ele, o moralismo anticorrupção reaviva práticas de lawfare: “Esse negócio do do da PEC é outra campanha lavajatista. Parece que o pessoal não consegue largar o PSDB”.
A relação entre Poderes também foi alvo: “É, o legislativo brasileiro é um legislativo totalmente castrado. O STF aprova leis. O STF desfaz as leis que o Congresso aprova”. E arrematou: “É um tribunal político, não há dúvida nenhuma disso”.
“Resistência é o que o pessoal tá fazendo em Gaza”
Ao tratar do vocabulário político, Rui rejeitou o uso banalizado de “resistência” no Brasil: “Resistência é o que o pessoal tá fazendo em Gaza. Isso é resistência”. Ele ressaltou que, apesar do sofrimento imposto à população palestina, a resistência não foi derrotada: “Em 2 anos… o imperialismo todo junto… e eles não conseguiram derrotar a resistência”.
Questionado sobre a escolha de Eduardo Bolsonaro como líder da minoria e suas ações nos EUA, Rui separou “normalidade” política de concordância: “Normal, eu acho que é é a política dele. Agora, eu não concordo”. E pontuou o limite: “Ele tá fazendo isso de uma maneira que não é correta, que é pedir a intervenção direta de um governo estrangeiro na política nacional. Isso tem que ser completamente repudiado”.
EUA, Donald Trump e o imperialismo
Ao comentar os Estados Unidos, Rui advertiu contra leituras maniqueístas. Ele afirmou que Donald Trump é o atual presidente dos Estados Unidos e que não o apoia, ao mesmo tempo em que critica a tentativa de “limpar a ficha” de outros líderes ao demonizá-lo: “Trump é presidente dos Estados Unidos. Para mim, só o fato da pessoa tá na presidência dos Estados Unidos já torna ele um criminoso”. Segundo Rui, há setores da base trumpista contrários às “guerras eternas”, o que por vezes “atrapalha os planos do pessoal mais… falcão”. Mas afastou qualquer ilusão humanitária: “Ele quer acabar com a guerra na Rússia porque ele é uma boa pessoa, porque ele é humanitário. Não, ele tem noção, ele tem interesses”.
Sobre a Venezuela, Rui reforçou o dever de solidariedade frente à “agressão” e mencionou pressões para derrubar o governo Maduro: “O Trump falou que esse não é o objetivo dele, mas tem gente no governo dele que quer derrubar o governo da Venezuela. Nós temos que nos colocar contra isso também”.
Globo, FHC e a destruição do Estado nacional
Rui recuperou a história recente para criticar a mídia hegemônica e o governo FHC: “Pior do que o governo FHC no Brasil, vai ser difícil… Ele entregou toda todo o patrimônio público brasileiro a troco de nada. Foi um desmonte geral”. Ele também associou a cobertura anticorrupção à preparação do golpe de 2016 e ao uso político do Judiciário desde o “mensalão”: “2012 foi o julgamento de uma salão. Já era… o golpe de estado contra Dilma”.
Ao final, Rui comentou a greve geral na França e a impopularidade de Emmanuel Macron: “Foi uma mobilização enorme contra a política de austeridade do governo Macron… a verdade deve tá no meio aí entre 500 e 1.000”. Para ele, a conjugação de crise econômica, guerra e Palestina alimenta um ciclo de protestos com potencial de “crise de grandes proporções”. Assista: