Pedro Serrano: traidores da pátria devem perder a cidadania
Jurista defende punição exemplar a brasileiros que colaboram com sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra o Brasil
247 – O jurista Pedro Serrano defendeu, em entrevista concedida à TV 247, que brasileiros que colaboram com ações de governos estrangeiros contra o país devem ser punidos de forma exemplar, inclusive com a perda da cidadania. Serrano fez duras críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à atuação da extrema direita brasileira no cenário internacional.
Segundo Serrano, o ataque recente à família do ministro Alexandre Padilha — cuja filha de 10 anos foi alvo indireto de sanções diplomáticas — expõe a escalada de violência política praticada pelo governo norte-americano e apoiada por setores internos do Brasil. “Nós somos um país mais fraco, não temos nem de perto o aparato militar dos Estados Unidos, mas estamos sofrendo um assédio imenso como nação”, afirmou o jurista.
Críticas ao governo dos Estados Unidos
Na entrevista, Serrano descreveu Trump e seus aliados como “o mal encarnado”, comparando a postura atual de Washington a práticas tirânicas que violam princípios elementares de direitos humanos. Ele destacou que o programa Mais Médicos, implementado quando Padilha era ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff, salvou milhares de vidas, especialmente de crianças, e hoje é tratado como motivo de perseguição.
“Trump e sua trupe são o mal encarnado. É um mal que não merece perdão. Nós vamos precisar de um novo Nuremberg para essa gente, porque são crimes contra a humanidade”, declarou Serrano. Para ele, é fundamental distinguir o povo americano da elite política que hoje comanda a Casa Branca: “Nosso problema não é com a sociedade americana, mas com o tirano que assumiu o poder”.
Defesa da institucionalidade democrática
Serrano ressaltou que a prioridade dos setores progressistas no Brasil deve ser a defesa da institucionalidade democrática diante da ofensiva estrangeira e da extrema direita. Ele criticou a complacência com parlamentares brasileiros que celebram sanções impostas ao país.
“Os brasileiros que estão colaborando com isso têm que ser tratados como traidores da pátria. Essa gente é a escória da sociedade brasileira. Algum dia vão ter que enfrentar a mão forte da justiça democrática”, afirmou.
Proposta de cassação de cidadania
O ponto mais contundente da entrevista foi a defesa explícita da cassação da cidadania para quem age em conluio com governos estrangeiros contra o Brasil.
“Eu defendo a aprovação de uma legislação pelo Congresso para a cassação da cidadania de quem tiver esse tipo de conduta de traição ao país. Se os Estados Unidos caçam passaportes de brasileiros, nós temos que responder caçando a cidadania desses traidores. Não merecem ser brasileiros”, argumentou Serrano.
Ele acrescentou que a medida não exigiria prisão ou outras sanções físicas: “A cidadania é algo abstrato. Eu simplesmente deixo de reconhecer o sujeito como brasileiro. Perde todos os direitos políticos, de proteção do Estado e até mesmo o direito de entrar no território nacional”.
Julgamento do golpe de 8 de janeiro e necessidade de reação política
O jurista também avaliou o julgamento em andamento no Supremo Tribunal Federal sobre os responsáveis pela tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. Ele destacou que cabe ao STF aplicar a Constituição, mas que a sociedade civil precisa reagir de forma organizada no campo político:
“Quem tem que fazer política somos nós. Eles querem anistia, nós temos que querer a perda da cidadania. Não adianta esperar que o Supremo faça política, ele tem que cumprir a lei. Nós, como sociedade, precisamos propor palavras de ordem de enfrentamento”, disse.
Serrano concluiu alertando que a leniência pode fortalecer a extrema direita: “Um fascista não pode ter diálogo, tem que ter enfrentamento. Quanto mais recuarmos, mais eles avançarão. E nós não podemos deixar isso acontecer, porque significa dor e sofrimento para o povo brasileiro”. Assista: