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"O Brasil está sendo usado como exemplo para intimidar outros países", diz Mário Vitor

Analista alerta para ofensiva dos EUA contra soberania brasileira e vê tentativa de abalar reeleição de Lula em 2026

(Foto: ABR | Brasil247)
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247 - Durante participação no programa Bom Dia 247, o analista político Mário Vitor afirmou que o Brasil está sendo alvo de uma ofensiva estratégica por parte dos Estados Unidos, que estariam utilizando o país como modelo para intimidar outras nações que se aproximam dos BRICS e do multilateralismo. “O Brasil está sendo usado como exemplo para intimidar outros países que aderiram aos BRICS e ao multilateralismo”, disse ele ao comentar os recentes atritos com Washington.

Mário Vitor apontou que, por trás da retórica e das medidas de contenção, há um projeto claro de submissão do Brasil à lógica imperialista. Segundo ele, a soberania nacional está sendo atacada por meio de ações que envolvem a transferência de dados digitais, questionamentos sobre o Pix e pressões contra decisões do Supremo Tribunal Federal relacionadas ao marco civil da internet. “É uma guerra por outros meios”, afirmou.

A análise se baseia também em dados da pesquisa Genial/Quaest, que mostram aumento significativo do pessimismo econômico entre os brasileiros. A parcela da população que acredita que a economia vai piorar nos próximos 12 meses saltou de 30% para 43%. Para Mário Vitor, essa mudança está diretamente ligada ao sentimento de insegurança causado por ações externas: “O objetivo é abalar o moral da população e minar a confiança no futuro do país”.

Apesar disso, o analista ressalta que a aprovação ao governo Lula tem crescido de forma consistente, inclusive em setores historicamente mais resistentes, como parte da classe média do Sudeste. Segundo ele, essa tendência, se mantida, pode consolidar a força de Lula rumo à reeleição em 2026. “Se a curva continuar, Lula se torna amplo favorito para o ano que vem”, avaliou.

Mário Vitor também destacou a situação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que, em sua visão, perdeu apoio tanto do bolsonarismo radical quanto de setores conservadores. “Ele está num limbo, visto como traidor por uns e cúmplice por outros”, afirmou, comparando-o ao ex-governador João Doria, que também tentou se equilibrar entre diferentes campos da direita e saiu politicamente enfraquecido.

Sobre o bolsonarismo, o analista afirmou que o movimento vive um processo de desintegração, sem lideranças claras e com disputas internas fragmentando ainda mais o campo da extrema direita. “O bolsonarismo está ferido de morte, sem projeto de nação, sem rumo e sem comando”, observou.

Por fim, Mário Vitor fez uma crítica direta à chamada mídia hegemônica, que, segundo ele, tenta se reposicionar como alternativa à extrema direita, ao mesmo tempo em que aposta na derrocada de Bolsonaro. “Folha, Globo, Estadão e outros grupos veem no enfraquecimento do bolsonarismo uma chance de criar uma direita liberal e conservadora, mas menos tóxica”, apontou.

Para ele, essa movimentação representa um risco para o campo progressista, caso a mídia consiga emplacar um nome com baixa rejeição e discurso moralista, como Romeu Zema ou Ratinho Júnior. “O maior desafio para Lula pode não ser Bolsonaro, mas um candidato fabricado para parecer moderado e eficiente”, alertou. Assista: 

 

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