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Gestão de Galípolo no BC ainda não começou, diz Paulo Nogueira

Economista avalia que política de juros segue linha de Roberto Campos e alerta que postura pode prejudicar reeleição de Lula

Gestão de Galípolo no BC ainda não começou, diz Paulo Nogueira (Foto: Brasil247 | Washington Costa / Ministério da Fazenda)

247 – Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da  TV 247, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior fez duras críticas à condução do Banco Central sob o comando de Gabriel Galípolo. Segundo ele, até agora a gestão do novo presidente da instituição não mostrou mudanças significativas em relação ao legado de Roberto Campos Neto.

Galípolo segue linha de Campos Neto

Paulo Nogueira Batista Jr. foi direto ao avaliar o desempenho do novo presidente do BC:

 “É difícil avaliar a gestão do Gabriel Galípolo porque ela ainda não começou. É como se a gestão Roberto Campos continuasse em vigor. Não houve nenhuma mudança apreciável”.

Para o economista, a manutenção da política de juros elevados não apenas trava a economia, como também pode comprometer os objetivos políticos do governo:

 “Essa política de juros altos é quase irracional. Só não digo que é irracional porque há interesses por trás dela. Mas está sendo decepcionante”.

Risco para a economia e para a reeleição de Lula

Nogueira Batista Jr. alertou que a postura conservadora do Banco Central pode ter consequências eleitorais para o presidente Lula em 2026:

 “Juros altos contribuem para a desaceleração, desequilibram as finanças públicas e a distribuição de renda. Nada pior para um candidato à reeleição do que a percepção de que a política econômica está enterrando a atividade econômica e o emprego”.

Segundo ele, Lula deve estar atento:

 “Não vamos pensar que a reeleição está garantida. Não está. Se essa política não for flexibilizada logo, pode atrapalhar seriamente”.

Haddad, Congresso e o papel do governo

O economista também avaliou o desempenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacando sua capacidade política, mas criticando sua tentativa de agradar demais ao mercado:

 “Haddad tem estofo, mas tentou fazer muito o papel de bom moço. O governo só começou a reagir quando denunciou o Congresso como inimigo do povo. E deu certo”.

Para ele, a lição é clara: mobilização popular precisa caminhar ao lado da articulação política.

Um BC paralisado em meio a um país em movimento

Paulo Nogueira Batista Jr. concluiu que, enquanto Lula fortalece sua imagem internacional e o Brasil recupera protagonismo global, o Banco Central parece parado no tempo:

“A gestão Galípolo, até agora, está sendo decepcionante. Não mostrou a que veio. É urgente romper com essa continuidade da política de Roberto Campos”.

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