Real sobe 16% no ano e tem 5ª maior valorização global; peso argentino tem o pior desempenho
Gestão de Gabriel Galípolo no Banco Central tem provocado valorização acentuada da moeda brasileira
247 – O real brasileiro registra uma das maiores valorizações entre as principais moedas globais em 2025, em um cenário de enfraquecimento do dólar diante da desconfiança dos investidores em relação à política econômica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da recente decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de iniciar cortes na taxa de juros. A informação foi publicada pelo Valor Econômico.
Segundo levantamento do Valor Data com 33 divisas, até o dia 17 de setembro, o real acumula valorização nominal de 16,18% no ano, ocupando a quinta posição no ranking mundial. Essa performance é impulsionada principalmente pelo diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, o que mantém a moeda brasileira em seu melhor patamar desde junho de 2024.
Ranking global de moedas em 2025
O ranking é liderado pelo rublo russo, com impressionante alta de 36,60%. Em seguida aparecem o florim da Hungria (19,96%), a coroa sueca (18,29%) e a coroa tcheca (17,81%). O real, na quinta posição, confirma a tendência positiva de moedas que se beneficiam de maiores taxas de juros domésticas em relação aos EUA.
No sentido oposto, apenas quatro moedas registram queda neste ano. O peso argentino amarga o pior desempenho, com desvalorização de 30,05%. A forte queda reflete a crescente desconfiança dos investidores em relação à condução da política econômica pelo presidente Javier Milei, que havia sido celebrado pelos mercados após assumir em 2023.
Logo atrás, aparecem a lira turca, com recuo de 14,45%; a rúpia indiana, que perde 2,98%; e a rúpia indonésia, em queda de 1,84%.
Contexto internacional e perspectivas
A desvalorização global do dólar ocorre em meio a um cenário de incerteza nos Estados Unidos, marcado por críticas à gestão econômica de Donald Trump e pela guinada do Fed em direção a uma política monetária mais flexível. Para economias emergentes como o Brasil, esse movimento gera maior entrada de capital estrangeiro em busca de rentabilidade, favorecendo o real.
No entanto, especialistas alertam que o cenário pode mudar rapidamente caso haja instabilidade política interna ou alteração no ritmo de cortes de juros nos EUA. Ainda assim, a valorização acumulada até agora consolida o real como uma das moedas de melhor desempenho no mundo em 2025.