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      União Europeia irá propor acordo comercial com Mercosul, enfrentando oposição liderada pela França

      Acordo exige votação no Parlamento Europeu e uma maioria qualificada entre os governos do bloco

      Bandeiras do Mercosul e União Europeia (Foto: Bandeiras do Mercosul e União Europeia)
      Paulo Emilio avatar
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      Reuters - O acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul será apresentado pela Comissão Europeia nesta quarta-feira para aprovação, colocando a Alemanha e outros países que desejam novos mercados para compensar as tarifas de Trump contra a França, a principal crítica ao acordo, e seus aliados. 

      A União Europeia e o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai completaram as negociações sobre o acordo em dezembro passado, cerca de 25 anos após o início das negociações.

      Agora ele será submetido à aprovação da União Europeia, exigindo uma votação no Parlamento Europeu e uma maioria qualificada entre os governos da UE, ou seja, 15 dos 27 membros que representam 65% da população da UE. Não há garantia de aprovação em nenhum dos casos.

      A Comissão e os proponentes, como a Alemanha e a Espanha, afirmam que o acordo oferece uma maneira de compensar a perda de comércio devido às tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e de reduzir a dependência da China, principalmente em relação a minerais essenciais.

      Desde a reeleição de Trump, em novembro do ano passado, a UE se empenhou em buscar alianças comerciais, acelerando as negociações com a Índia, a Indonésia e os Emirados Árabes Unidos e aprofundando os laços com os parceiros de livre comércio existentes, como Reino Unido, Canadá e Japão.

      O executivo da UE afirmou que o acordo com o Mercosul é o maior já firmado em termos de reduções tarifárias e uma parte necessária do esforço da UE para diversificar os laços comerciais.

      A França, o maior produtor de carne bovina da UE e o país mais crítico do acordo, classificou-o como "inaceitável".

      Agricultores europeus protestaram várias vezes, dizendo que o acordo levaria a importações baratas de commodities sul-americanas, principalmente carne bovina, que não atendem aos padrões de segurança alimentar e ecológicos da UE. A Comissão negou que esse seja o caso.

      Grupos ecologistas europeus também se opõem ao acordo. A organização Friends of the Earth o chamou de acordo "destruidor do clima".

      Eles esperam que o acordo seja bloqueado, seja no Parlamento, onde os Verdes e a extrema direita são críticos, ou pelos governos da UE, que não teriam a maioria necessária se, como pode acontecer, a Polônia e a Itália se unirem à França na oposição.

      Os defensores do acordo na UE veem o Mercosul como um mercado crescente para carros, máquinas e produtos químicos europeus e uma fonte confiável de minerais essenciais para sua transição verde, como o lítio metálico para baterias, do qual a Europa agora depende da China.

      Eles também apontam para os benefícios agrícolas, já que o acordo ofereceria maior acesso e tarifas mais baixas para queijos, presunto e vinho da UE.

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