Tebet diz que Brasil pode negociar minerais críticos com os EUA por tarifaço: 'temos coisas a oferecer'
Ministra cita potencial de exportação de terras raras e defende "dar tempo para ver, efetivamente, o que os EUA querem do Brasil"
247 - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira (12/8) que o Brasil tem “coisas para oferecer” aos Estados Unidos, destacando os chamados minerais críticos, ou terras raras, essenciais para a produção de celulares e baterias de veículos elétricos. A declaração foi feita após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticar o interesse estadunidense na exploração dessas matérias-primas, em meio ao aumento de tarifas comerciais imposto por Washington. As informações são do Metrópoles.
Após participar de uma reunião da Comissão de Desenvolvimento Regional, Tebet disse que ainda espera que o governo brasileiro consiga retomar, nos próximos meses, as negociações sobre as tarifas aplicadas pelo presidente Donald Trump. “Nós temos coisas para oferecer aos EUA, especialmente minerais críticos. No momento certo, eles virão conversar conosco. Vamos dar tempo para ver, efetivamente, o que os EUA querem do Brasil. Havia especulação se era uma questão política, se era o Judiciário… Com o tempo essa espuma vai sumir e vamos ver o fundo da piscina. Vamos dar tempo para ver o que o Brasil pode oferecer aos EUA, obviamente respeitando a soberania e a democracia”, afirmou.
Na segunda-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que uma reunião com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, para tratar das tarifas foi cancelada. Segundo ele, a decisão ocorreu após pressão do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos.
“Eduardo [Bolsonaro] publicamente deu uma entrevista dizendo que ia procurar inibir esse tipo de contato entre os dois governos, porque o que estava em causa não era a questão comercial, ele deixou claro isso em uma entrevista pública”, declarou Haddad à GloboNews.
Questionada sobre o plano de contingência para setores prejudicados pelo tarifaço, Tebet afirmou que ainda há “detalhes sendo esclarecidos” internamente no governo. Ela ressaltou que a prioridade é minimizar o impacto fiscal: “A intenção é que o auxílio tenha um impacto mínimo nas contas públicas”.
O plano, conduzido pelo vice-presidente e ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, inclui a possibilidade de apoio não apenas por setores, mas também por empresas específicas. Entre as medidas em estudo estão a concessão de subsídios, o refinanciamento de dívidas e ações voltadas à preservação de empregos nas áreas mais afetadas pelas tarifas.
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