Planalto vê Trump 'obcecado' com Brasil e busca apoio de empresas dos EUA contra tarifaço
Vice-presidente busca apoio de gigantes como GM, Coca-Cola e Amazon para pressionar o presidente dos EUA a reabrir negociações comerciais
247 - O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), intensificou os esforços diplomáticos e empresariais para tentar reverter o aumento de tarifas imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. Após o envio de uma carta oficial ao secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, Alckmin tem buscado o apoio de empresas norte-americanas com presença consolidada no país para formar uma frente de pressão em Washington. As informações são da coluna do jornalista Valdo Cruz, do g1.
Nesta quarta-feira (16), Alckmin reuniu-se com executivos de multinacionais como General Motors, Coca-Cola e Amazon — todas com décadas de operação no Brasil. Segundo avaliação de sua equipe, os encontros foram considerados produtivos. Os representantes das empresas teriam sinalizado disposição em acionar suas respectivas sedes nos Estados Unidos para tentar abrir um canal de diálogo com a Casa Branca.
Apesar dos movimentos, o governo brasileiro ainda enfrenta um obstáculo: a ausência de interlocução direta com Donald Trump. A avaliação no Palácio do Planalto é de que o presidente estadunidense estaria obcecado em demonstrar uma postura hostil ao Brasil, motivada pela pressão de empresários descontentes com decisões judiciais e políticas internas, e também por influência do ex-presidente Jair Bolsonaro, que segue como elemento ativo nas relações entre os dois países.
De acordo com integrantes do governo Lula, a recente investigação aberta pelos Estados Unidos sob a seção 301 do código comercial indica uma tentativa de proteger os interesses das big techs americanas. Embora Trump alegue que o motivo central da medida tarifária seria a “injustiça” no julgamento de Bolsonaro, os assessores afirmam que a investigação mira, na verdade, práticas comerciais brasileiras que incomodam empresas como a Meta.
Entre os pontos destacados está o uso do Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil. O modelo, gratuito, universal e de adesão obrigatória para instituições financeiras no país, teria desagradado companhias como a Meta, que vinha desenvolvendo um sistema semelhante via WhatsApp. A diferença, no entanto, está na natureza do modelo brasileiro, que se tornou amplamente acessível à população, enquanto o sistema da Meta depende de parcerias com operadoras de cartão de crédito.
A Meta acusa o governo brasileiro de favorecer uma concorrência desleal. Em contrapartida, o Executivo tem usado o caso para defender o Pix como um símbolo de inovação pública. Uma publicação nas redes institucionais resume o tom da reação: “O Pix é nosso, my friend”.
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