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      Estados Unidos impõem tarifa de 50% ao tabaco brasileiro e ameaçam exportações do setor

      Medida do governo dos EUA, que entra em vigor em 6 de agosto, afeta cerca de 9% das exportações do produto e gera alerta entre produtores

      Valmor Thesing (Foto: Felipe Krause/Pixel18dezoito)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 - O setor brasileiro de tabaco enfrenta um novo cenário de incertezas com a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre as importações do produto nacional. A medida, anunciada oficialmente para entrar em vigor em 6 de agosto, foi recebida com forte preocupação por representantes da cadeia produtiva, segundo o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco).

      Atualmente, os Estados Unidos ocupam o terceiro lugar entre os principais destinos do tabaco brasileiro, respondendo por cerca de 9% do volume total exportado. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC/ComexStat), entre janeiro e junho de 2025, foram exportadas 19 mil toneladas para o mercado norte-americano, o que gerou uma receita de US$ 129 milhões. No ano anterior, em 2024, o volume exportado alcançou 39,8 mil toneladas e a arrecadação foi de US$ 255 milhões.

      Indústria teme queda nas vendas, mas descarta demissões - Em entrevista, o presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, destacou que havia expectativa por uma negociação que evitasse o agravamento da taxação. “A manutenção da tarifa cria uma situação bastante complexa e a competitividade do produto brasileiro no mercado norte-americano fica ameaçada. Podemos esperar, como consequência, uma redução drástica nos volumes exportados aos clientes americanos”, afirmou.

      Apesar do impacto da medida, Thesing descartou, neste momento, qualquer possibilidade de demissão nas empresas do setor. Segundo ele, as companhias seguem comprometidas com a compra do tabaco já contratado junto aos agricultores por meio do Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT). “Como as empresas associadas ao SindiTabaco trabalham com o Sistema Integrado, oferecemos essa garantia e segurança para o produtor quanto à aquisição do volume já contratado”, garantiu.

      Estoque pode crescer, mas entidade projeta redirecionamento - Segundo o dirigente, aproximadamente 40 mil toneladas da safra 2025/2026 foram contratadas com foco no mercado norte-americano. Com o novo cenário, essas cargas poderão ficar armazenadas no país. “Se não for possível realocar esse volume de forma imediata para outros mercados, ele ficará estocado no Brasil”, explicou.

      Ainda assim, o setor aposta na diversificação dos destinos como alternativa para mitigar os prejuízos. “Temos a expectativa de, nos próximos meses, redirecionar o montante que seria exportado aos Estados Unidos para outros destinos, pois exportamos para mais de 100 países”, completou Thesing.

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