Apesar do tarifaço, dólar recua abaixo de R$ 5,39 e atinge menor valor desde junho de 2024

247 - O dólar nesta terça-feira (12) opera em forte queda frente ao real, rompendo o patamar de R$ 5,40 pela primeira vez desde setembro de 2024. A desvalorização é impulsionada pela divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Brasil e do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, que ficaram abaixo das expectativas do mercado, fortalecendo as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).

Por volta das 12h23 desta terça-feira (12), o dólar à vista caía 0,85%, cotado a R$ 5,398 na venda. No mercado futuro da B3, o contrato de dólar de primeiro vencimento recuava 0,82%, a R$ 5,423. Na segunda-feira (11), a moeda havia encerrado o pregão em alta de 0,18%, a R$ 5,4439. A última vez que a cotação havia ficado abaixo de R$ 5,40 foi em 19 de setembro de 2024, quando chegou a R$ 5,394. No fechamento diário, esse valor não era registrado desde 24 de junho de 2024.

Inflação no Brasil e nos EUA pressiona cotação do dólar

O IPCA de julho subiu 0,26%, abaixo da mediana das projeções de 0,37%. Analistas ouvidos pela Reuters avaliam que o resultado reforça a possibilidade de o Banco Central antecipar o início do ciclo de cortes na taxa Selic para dezembro deste ano ou janeiro de 2026.

Nos EUA, o CPI avançou 0,2% no mesmo período, em linha com as expectativas. O dado, considerado moderado, aumenta a probabilidade de o Fed reduzir os juros já na próxima reunião, movimento que tende a enfraquecer o dólar globalmente e favorecer moedas de países emergentes, como o real.

Atuação do Banco Central e dólar turismo

O Banco Central brasileiro anunciou leilão de até 35 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025. No câmbio comercial, a moeda estava em R$ 5,397 para compra e R$ 5,398 para venda. No dólar turismo, as cotações eram de R$ 5,451 para compra e R$ 5,631 para venda.

Mercado internacional e petróleo em queda

O petróleo acelerou a queda após o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). A entidade manteve a previsão de crescimento da demanda global em 2025, elevou a projeção para 2026 e manteve a estimativa de aumento da oferta em 800 mil barris por dia (bpd) entre países fora da Opep+, como Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina.

Repercussão política do "tarifaço" de Donald Trump

Pesquisa Ipsos-Ipec revelou que 75% dos entrevistados consideram o “tarifaço” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil como uma decisão de natureza predominantemente política.