<p><b>Por Fabricio de Castro</b></p>
<p><b>SÃO PAULO (Reuters) </b>- O dólar fechou a segunda-feira em queda ante o real, ainda que contida, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em mais um passo para reduzir as tensões comerciais entre os dois países.</p>
<p>O movimento no Brasil esteve na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana se manteve em alta ante boa parte das demais divisas.</p>
<p>O dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 0,46%, aos R$5,3102. No ano, a divisa acumula baixa de 14,06%.</p>
<p>Às 17h02, na B3, o dólar para novembro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,62%, aos R$5,3445.</p>
<p>O dólar entrou em trajetória de queda já no começo da sessão no Brasil, em movimento que foi reforçado pelo noticiário do dia.</p>
<p>Em evento em São Paulo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterou as mensagens mais recentes da instituição, afirmando que o BC seguirá em busca da meta de 3% de inflação e que a Selic permanecerá em 15% por um período prolongado.</p>
<p>Já Lula conversou por cerca de 30 minutos com Trump no primeiro telefonema entre os dois presidentes e, conforme o Palácio do Planalto, eles concordaram em se encontrar pessoalmente em breve.</p>
<p>De acordo com uma fonte a par da conversa, a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria sido o estopim para a imposição de tarifa de 50% dos EUA sobre exportações brasileiras, não foi citada, assim como a possibilidade de regulamentação das "big techs".</p>
<p>“A conversa de Lula e Trump ajudou na valorização do real. Houve um desmonte de posições (compradas em dólar) -- pouca coisa, mas houve”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.</p>
<p>O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$2,990 bilhões em setembro, acima de expectativas de economistas consultados pela Reuters de superávit de US$2,650 bilhões.</p>
<p>Neste cenário, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de R$5,3082 (-0,49%) às 16h19, já após o noticiário sobre Galípolo, Trump e a balança comercial.</p>
<p>No exterior, porém, o dólar tinha alta ante o iene e o euro no fim da tarde, além de manter ganhos ante boa parte das demais divisas. Às 17h04, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – estava praticamente estável, em queda de 0,01%, a 98,107.</p>
<p>Pela manhã o Banco Central vendeu 40.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de novembro.</p>
<p>(Edição de Isabel Versiani)</p>
<h1><br/></h1>

Leonardo Lucena

Notas de peso argentino e dólar - Ilustração de 17/10/2022

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Economia

Dólar recua frente ao real após conversa entre Lula e Trump

<p><b>247 – </b>Mesmo com o aumento dos ruídos políticos e fiscais nas últimas semanas, o mercado financeiro segue confiante na valorização do real frente ao dólar. De acordo com reportagem publicada pelo Valor Econômico, a moeda brasileira tem apresentado desempenho superior ao de outras divisas emergentes, impulsionada principalmente pela fraqueza global do dólar e pelos juros reais elevados no país.</p>
<p>Na última semana, o dólar oscilou entre R$ 5,30 e R$ 5,35, registrando estabilidade mesmo diante da desvalorização do Ibovespa e da pressão sobre as taxas de juros futuros. No acumulado do ano, o dólar já cai 13,5% em relação ao real, consolidando a moeda brasileira entre as de melhor performance global em 2025.</p>
<h2>Bancos internacionais revisam projeções e reforçam otimismo</h2>
<p>O HSBC reduziu sua projeção para o dólar de R$ 5,50 para R$ 5,40 no fim deste ano e manteve a expectativa de R$ 5,00 em 2026. Para o chefe de estratégia de câmbio para a América Latina, Joseph Incalcaterra, o Brasil continua oferecendo um dos retornos mais atrativos entre os emergentes. “Com juros reais extremamente elevados — graças a um Banco Central ainda cauteloso e a uma taxa básica de juros de 15% —, vemos mais riscos de valorização do real do que de desvalorização”, afirmou.</p>
<p>O estrategista também observou uma melhora no relacionamento diplomático entre Brasil e Estados Unidos, destacando que os países “finalmente começam a retomar o diálogo”. Segundo ele, o foco do mercado tende agora a se voltar para a política interna brasileira, especialmente para as pesquisas eleitorais de 2026. “Vemos riscos adicionais para o real caso a taxa de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumente”, disse Incalcaterra.</p>
<h2>Juros altos e dólar fraco sustentam o “carry trade”</h2>
<p>A estrategista Andrea Kiguel, do Barclays, avalia que o diferencial de juros segue favorecendo a moeda brasileira. “O ‘carry’ continuará especialmente atrativo na medida em que o Federal Reserve avançar no ciclo de cortes de juros”, afirmou.</p>
<p>O Barclays projeta o dólar a R$ 5,20 no fim de 2025 e vê espaço para que a valorização do real continue no início do próximo ano. “Seguimos otimistas com o real até o fim do ano”, disse Kiguel.</p>
<p>O Bank of America também reforçou sua aposta na moeda brasileira, ao abrir posição comprada em real contra o peso mexicano. Os estrategistas Ezequiel Aguirre e Christian Gonzalez Rojas explicam que “embora tanto o real quanto o peso mexicano apresentem valorização superior a 10% no acumulado do ano, estamos mais construtivos com o real: está mais barato e oferece um diferencial de juros maior”.</p>
<p>Eles estimam que o real, atualmente cotado a 3,45 pesos mexicanos, pode atingir 3,80 pesos, destacando que o Brasil tem “potencial de valorização no médio prazo” caso mantenha a disciplina fiscal e avance em reformas estruturais.</p>
<h2>Bancos brasileiros também adotam visão positiva</h2>
<p>Entre as instituições locais, o Bradesco reduziu sua projeção para o dólar no fim do ano de R$ 5,50 para R$ 5,25. O economista-chefe Fernando Honorato Barbosa afirmou que “projetamos leve apreciação da moeda até o fim de 2025, sustentada principalmente pela fraqueza global do dólar — tendência que não deve se reverter no próximo ano”. Segundo ele, o real tende a se aproximar dos valores de fundamento estimados pelo banco.</p>
<p>Já o Santander mantém postura mais cautelosa, ajustando sua previsão para R$ 5,60 no fim do ano. A economista Ana Paula Vescovi observou que “com a atividade doméstica perdendo fôlego e os riscos fiscais voltando ao radar, esperamos que os ganhos recentes do real percam força”.</p>
<h2>Perspectiva geral: otimismo moderado e vigilância fiscal</h2>
<p>O consenso entre analistas é de que o real deve continuar valorizado até o fim de 2025, beneficiado pela combinação de juros elevados, dólar enfraquecido e apetite global por ativos emergentes.</p>
<p>Além do HSBC e do Barclays, instituições como Goldman Sachs e Société Générale também projetam o dólar a R$ 5,20 e recomendam posições compradas no real. Apesar disso, analistas alertam que a sustentabilidade dessa valorização dependerá da condução da política fiscal e da estabilidade política nos próximos meses.</p>

Redação Brasil 247

Mercado financeiro projeta continuidade da tendência de valorização do real frente ao dólar

<p><b>247 – </b>O real brasileiro registra uma das maiores valorizações entre as principais moedas globais em 2025, em um cenário de enfraquecimento do dólar diante da desconfiança dos investidores em relação à política econômica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da recente decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de iniciar cortes na taxa de juros. A informação foi <a href="https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/09/19/real-sobe-16percent-no-ano-e-tem-5a-maior-valorizacao-global-peso-argentino-afunda.ghtml">publicada pelo <b>Valor Econômico</b></a>.</p>
<p>Segundo levantamento do Valor Data com 33 divisas, até o dia 17 de setembro, o real acumula valorização nominal de 16,18% no ano, ocupando a quinta posição no ranking mundial. Essa performance é impulsionada principalmente pelo diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, o que mantém a moeda brasileira em seu melhor patamar desde junho de 2024.</p>
<h2>Ranking global de moedas em 2025</h2>
<p>O ranking é liderado pelo rublo russo, com impressionante alta de 36,60%. Em seguida aparecem o florim da Hungria (19,96%), a coroa sueca (18,29%) e a coroa tcheca (17,81%). O real, na quinta posição, confirma a tendência positiva de moedas que se beneficiam de maiores taxas de juros domésticas em relação aos EUA.</p>
<p>No sentido oposto, apenas quatro moedas registram queda neste ano. O peso argentino amarga o pior desempenho, com desvalorização de 30,05%. A forte queda reflete a crescente desconfiança dos investidores em relação à condução da política econômica pelo presidente Javier Milei, que havia sido celebrado pelos mercados após assumir em 2023.</p>
<p>Logo atrás, aparecem a lira turca, com recuo de 14,45%; a rúpia indiana, que perde 2,98%; e a rúpia indonésia, em queda de 1,84%.</p>
<h2>Contexto internacional e perspectivas</h2>
<p>A desvalorização global do dólar ocorre em meio a um cenário de incerteza nos Estados Unidos, marcado por críticas à gestão econômica de Donald Trump e pela guinada do Fed em direção a uma política monetária mais flexível. Para economias emergentes como o Brasil, esse movimento gera maior entrada de capital estrangeiro em busca de rentabilidade, favorecendo o real.</p>
<p>No entanto, especialistas alertam que o cenário pode mudar rapidamente caso haja instabilidade política interna ou alteração no ritmo de cortes de juros nos EUA. Ainda assim, a valorização acumulada até agora consolida o real como uma das moedas de melhor desempenho no mundo em 2025.</p>

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante coletiva de imprensa, em Brasília - 27/03/2025


Real sobe 16% no ano e tem 5ª maior valorização global; peso argentino tem o pior desempenho

<p><b>247 - </b>O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (19), refletindo o fortalecimento da moeda norte-americana no cenário internacional. De acordo com informações da Reuters, reproduzidas pelo <a href="https://www.infomoney.com.br/mercados/dolar-hoje-abertura-fechamento-comercial-turismo-19092025/">InfoMoney</a>, o movimento ocorre em uma sessão de poucos indicadores econômicos tanto no Brasil quanto no exterior.</p>
<p>Na véspera, o dólar à vista encerrou o pregão com avanço de 0,33%, cotado a R$ 5,3193. Logo na abertura desta manhã, às 9h04, a moeda norte-americana subia 0,14%, sendo negociada a R$ 5,327 na venda. Na B3, o contrato futuro de outubro — o mais líquido atualmente — apresentava valorização de 0,48%, alcançando R$ 5,345.</p>
<h2>Atuação do Banco Central</h2>
<p>O Banco Central anunciou duas operações de linha para esta sexta-feira, às 10h30, com venda de dólares acompanhada de compromisso de recompra, no valor total de US$ 2 bilhões. O objetivo é a rolagem de vencimentos de outubro. Além disso, às 11h30, a autoridade monetária realizará um leilão de até 40 mil contratos de swap cambial tradicional, também para renovar posições com vencimento em 1º de outubro de 2025.</p>
<h2>Cotações do dia</h2>
<h3>Dólar comercial&nbsp;</h3>
<ul>
  <li>Compra: R$ 5,325&nbsp;</li>
  <li>Venda: R$ 5,327</li>
</ul>
<h3>Dólar turismo&nbsp;</h3>
<ul>
  <li>Compra: R$ 5,316&nbsp;</li>
  <li>Venda: R$ 5,496</li>
</ul>
<p>O movimento acompanha o cenário externo, no qual o dólar se fortalece diante da maioria das divisas globais, reforçando a tendência de cautela nos mercados internacionais.</p>

Guilherme Levorato

Dólar avança frente ao real em dia de agenda esvaziada

<p><b>247 - </b>O dólar iniciou esta terça-feira (16) em queda, cotado próximo a R$ 5,30, influenciado pela expectativa das decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central do Brasil.. Na segunda-feira (15), a moeda estadunidense encerrou o dia no menor patamar desde junho de 2024, cotada a R$ 5,32. O movimento, segundo o <a href="https://www.infomoney.com.br/mercados/dolar-hoje-abertura-fechamento-comercial-turismo-16092025/">Infomoney</a>, acompanhou a desvalorização global do dólar, com investidores atentos à possibilidade de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil.&nbsp;</p>
<h2>Cotação do dólar comercial e turismo</h2>
<p>Às 9h41, o dólar comercial caía 0,16%, negociado a R$ 5,313 na venda. No mercado futuro, o contrato para outubro, o mais líquido no país, recuava 0,23%, a R$ 5,3207.</p>
<p>No turismo, a moeda era vendida a R$ 5,53 e comprada a R$ 5,35. Já o dólar à vista encerrou a sessão anterior em baixa de 0,59%, cotado a R$ 5,3220 — menor valor desde 6 de junho de 2024, quando fechou a R$ 5,2493.</p>
<h2>Expectativas para a decisão do Fed e do BC</h2>
<p>No mercado internacional, o dólar atingiu o menor nível em mais de dois meses frente à libra e ao euro, e registrou a maior queda em dez meses frente ao dólar australiano.</p>
<p>O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pressionar o Federal Reserve por uma flexibilização monetária mais agressiva. Os mercados apostam em um corte de 25 pontos-base na reunião desta quarta-feira (17), diante do desaquecimento do mercado de trabalho americano.</p>
<p>“O foco permanece na reunião do Fed na quarta-feira”, disse Mohit Kumar, estrategista da Jefferies. “O tom de Powell será a chave.” Segundo Kumar, “se Powell enfatizar mais os riscos de inflação ou a incerteza em torno das perspectivas de crescimento, poderemos ver o mercado reduzindo parte das apostas por cortes nas taxas”.</p>
<h2>Dólar perde força no cenário internacional</h2>
<p>O índice do dólar, que mede a moeda frente a seis divisas relevantes, recuava para 97,121, nível mais baixo desde 7 de julho. Com a desvalorização do dólar, a libra esterlina avançava 0,2%, a US$ 1,3627, maior nível desde 8 de julho. Já o euro subia 0,3%, alcançando US$ 1,1797, patamar não visto desde 3 de julho.</p>

Paulo Emilio

Dólar despenca e renova mínima, cotado a R$ 5,30

<p><b>247 - </b>A recente mudança na política cambial da China, com maior tolerância à valorização do yuan, deve dar novo fôlego às moedas de mercados emergentes. A informação foi publicada neste domingo (14) pela <a href="https://www.bloomberg.com/news/articles/2025-09-14/yuan-s-gradual-advance-may-offer-boost-to-emerging-currencies">Bloomberg</a>, que analisou a correlação entre os movimentos da moeda chinesa e o desempenho de divisas como o real brasileiro, o peso mexicano e o baht tailandês.</p>
<p>Nos últimos 12 meses, para cada 1% de variação do yuan, moedas emergentes como o ringgit malaio, o peso chileno e o peso mexicano apresentaram movimentos bastante próximos. O índice MSCI de moedas de países emergentes, por exemplo, registrou uma correlação de 0,59 com a taxa de referência do dólar-yuan no fim de agosto, o maior nível desde maio de 2024.</p>
<h2>Yuan como referência regional e global</h2>
<p>Por ser a principal moeda de referência para as economias asiáticas, o yuan funciona como um “lastro” para a região. Mas sua influência vai além da Ásia, impactando também países da América Latina e exportadores de commodities. Neste trimestre, o índice MSCI de moedas emergentes recuou 0,3%, depois de duas altas consecutivas, acompanhando a oscilação do dólar em meio às mudanças na política monetária do Federal Reserve. No acumulado do ano, porém, o indicador ainda sobe 6,8%.</p>
<p>Analistas destacam que há espaço para retomada da valorização das divisas emergentes, já que o Banco Popular da China (PBOC) tem dado sinais de maior flexibilidade, abandonando a política anterior de manter a moeda estável em meio às tensões comerciais.</p>
<h2>Sinais de confiança do mercado</h2>
<p>Eric Fine, gestor de portfólio da VanEck Associates, ressaltou que a moeda chinesa exerce papel central nos mercados emergentes. “O yuan é a moeda de cruzamento chave para a maioria dos emergentes; eles negociam mais com a China do que com os Estados Unidos. Os vencedores são todos os emergentes”, afirmou.</p>
<p>No dia 9 de setembro, o PBOC fixou a taxa de referência do yuan frente ao dólar no nível mais forte desde novembro, em contraste com a estratégia de meses anteriores, quando buscava conter a volatilidade gerada pela moeda norte-americana. O yuan onshore, limitado a uma banda diária de 2% em torno dessa referência, acumula alta de mais de 2% contra o dólar em 2025, após três anos consecutivos de desvalorização.</p>
<p>Esse movimento atraiu a confiança de investidores: fundos de hedge aumentaram apostas otimistas na moeda, projetando que ela pode encerrar o ano em torno de 7 por dólar — frente ao patamar de 7,12 registrado na última sexta-feira.</p>
<h2>Impacto nas relações comerciais e financeiras</h2>
<p>Brad Bechtel, chefe global de câmbio da Jefferies, avalia que a valorização gradual pode estar ligada às negociações comerciais entre Pequim e Washington. “Permitir que o renminbi se fortaleça pode ser parte das conversas entre China e Estados Unidos e da pressão internacional para deixar a moeda apreciar. Isso permitirá que as moedas asiáticas também valorizem em conjunto, facilitando a política monetária dos bancos centrais”, disse.</p>
<p>A China respondeu por 9% do comércio total das economias em desenvolvimento da Ásia no ano passado, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Além disso, o governo chinês vem intensificando esforços para ampliar o papel global de sua moeda, em meio a dúvidas crescentes sobre a força do dólar.</p>
<p>Para Christopher Hamilton, diretor de soluções de investimento da Invesco na Ásia-Pacífico (excluindo o Japão), o fortalecimento do yuan é estratégico: “Quando o yuan se valoriza, as moedas da Ásia emergente e as dívidas locais ganham fôlego. Uma valorização estrutural da moeda chinesa reforçará a tendência de desdolarização na região”.</p>
<p>Com esse reposicionamento, o yuan se consolida como vetor de estabilidade e crescimento para moedas emergentes, ao mesmo tempo em que fortalece a ambição da China de expandir sua influência financeira global.</p>

Yuan ganha força e deve impulsionar moedas emergentes

<p><b>SÃO PAULO (Reuters) -</b> O dólar fechou a quarta-feira em baixa ante o real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior após dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos reforçarem a perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro.</p>
<p>O dólar à vista fechou o dia com queda de 0,38%, aos R$5,4541. No ano, a divisa acumula baixa de 11,73%.</p>
<p>Às 17h03 na B3 o dólar para outubro – atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,32%, aos R$5,4880.</p>
<p>A moeda norte-americana recuou no Brasil durante todo o dia, acompanhando o sinal negativo vindo do exterior. O movimento foi mais intenso no fim da manhã, depois que dados mostraram enfraquecimento da demanda por mão de obra nos Estados Unidos, fortalecendo as expectativas do mercado quanto ao corte de juros pelo Fed.</p>
<p>Números do Departamento do Trabalho dos EUA mostraram que as vagas de emprego em aberto -- uma medida da demanda do mercado de trabalho -- caíram mais do que o esperado, para 7,181 milhões em julho. Economistas consultados pela Reuters esperavam 7,378 milhões.</p>
<p>A perspectiva de corte de juros pelo Fed -- que em tese torna o Brasil, onde os juros estão elevados, ainda mais atrativo ao capital internacional -- fez o dólar à vista atingir a cotação mínima de R$5,4346 (-0,73%) às 11h12, logo após a divulgação dos números do mercado de trabalho dos EUA.</p>
<p>No início da tarde a moeda ensaiou uma recuperação, atingindo a máxima de R$5,4698 (-0,09%) às 13h19, mas as cotações voltaram a ceder logo depois.</p>
<p>Durante o dia o mercado também esteve atento ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Mais do que o resultado do julgamento em si, os agentes monitoram possíveis novas medidas de retaliação dos EUA ao Brasil, após o governo do presidente Donald Trump utilizar o processo contra Bolsonaro como um dos motivos para a tarifação dos produtos brasileiros.</p>
<p>"Dependendo do que ocorrer, talvez ele implique novas sanções contra o Brasil. Ainda não faz preço, mas o julgamento é acompanhado", disse Rugik.</p>
<p>Além disso, conforme Rugik, investidores já começam a se posicionar para a possibilidade de futuras captações externas por empresas brasileiras, na esteira da captação feita na véspera pelo Tesouro Nacional.</p>
<p>De acordo com Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a captação do Tesouro "abriu caminho para novas emissões corporativas, fortalecendo a perspectiva de maior entrada de capitais via emissões de títulos ainda este ano".</p>
<p>No exterior, às 17h08 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,23%, a 98,179.</p>
<p>Pela manhã o Banco Central vendeu toda a oferta de 40.000 contratos de swap cambial tradicional em operação de rolagem.</p>

Guilherme Paladino

Dólar cai ante real após dados reforçarem perspectiva de corte de juros nos EUA

<p><b>(Reuters) -</b> O real vem se apreciando a um ritmo mais forte do que seus pares ao longo deste ano e o mercado de câmbio tem se comportado muito bem do ponto de vista de liquidez e funcionalidade, disse nesta quarta-feira o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.</p>
<p>Em evento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em São Paulo, Galípolo reafirmou que o câmbio flutuante é uma das principais linhas de defesa da economia do país.</p>
<p>Ele acrescentou que investidores globais continuam em busca de ativos no mercado dos EUA, mas os agentes buscam mitigar riscos de desvalorização do dólar, crescendo posições de hedge, algo que não era tão comum.</p>
<p>Nesse ambiente, segundo ele, fica ainda mais difícil prever o que vai acontecer com o câmbio.</p>

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante coletiva de imprensa, em Brasília

Real tem se valorizado mais que seus pares e mercado de câmbio vai bem, diz Galípolo

<p><b>247 - </b>Apesar do impacto do chamado “tarifaço” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 9 de julho, o real registrou o melhor desempenho entre as principais moedas do mundo nos últimos 30 dias. A informação foi publicada por Lauro Jardim, do jornal <a href="https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2025/08/apesar-do-tarifaco-real-e-a-moeda-que-mais-se-valorizou-em-30-dias.ghtml">O Globo</a>.</p>
<p>O aumento das tarifas comerciais pelos EUA colocou o Brasil no topo da lista dos países mais tarifados do planeta. Ainda assim, entre 13 de julho e 13 de agosto, a moeda brasileira se valorizou 3,7% frente ao dólar. O resultado supera a alta de 1,8% do rand sul-africano, de 1,3% do florim húngaro e de 1,2% do peso chileno, que completam as primeiras posições do ranking.</p>
<p>Segundo a mesma apuração, apenas essas três moedas, além da libra esterlina (+0,5%), do peso mexicano (+0,8%), do zloty polonês (+0,1%) e do euro (+0,1%), apresentaram valorização no período — sendo que, no caso dessas últimas, a alta foi pouco acima de zero.</p>
<p>O levantamento do Banco Central também analisou o desempenho de curto prazo. Mesmo considerando apenas os últimos cinco dias da amostra, o real manteve-se como a moeda mais valorizada. No mesmo intervalo, a moeda argentina recuou 3% e a rúpia indiana caiu 2%.</p>

Real lidera valorização global mesmo após tarifaço de Donald Trump

<p><b>247 - </b>O dólar nesta terça-feira (12) opera em forte queda frente ao real, rompendo o patamar de R$ 5,40 pela primeira vez desde setembro de 2024. A desvalorização é impulsionada pela divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Brasil e do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, que ficaram abaixo das expectativas do mercado, fortalecendo as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).</p>
<p>Por volta das 12h23 desta terça-feira (12), o dólar à vista caía 0,85%, cotado a R$ 5,398 na venda. No mercado futuro da B3, o contrato de dólar de primeiro vencimento recuava 0,82%, a R$ 5,423. Na segunda-feira (11), a moeda havia encerrado o pregão em alta de 0,18%, a R$ 5,4439. A última vez que a cotação havia ficado abaixo de R$ 5,40 foi em 19 de setembro de 2024, quando chegou a R$ 5,394. No fechamento diário, esse valor não era registrado desde 24 de junho de 2024.</p>
<h2>Inflação no Brasil e nos EUA pressiona cotação do dólar</h2>
<p>O IPCA de julho subiu 0,26%, abaixo da mediana das projeções de 0,37%. Analistas ouvidos pela <i>Reuters</i> avaliam que o resultado reforça a possibilidade de o Banco Central antecipar o início do ciclo de cortes na taxa Selic para dezembro deste ano ou janeiro de 2026.</p>
<p>Nos EUA, o CPI avançou 0,2% no mesmo período, em linha com as expectativas. O dado, considerado moderado, aumenta a probabilidade de o Fed reduzir os juros já na próxima reunião, movimento que tende a enfraquecer o dólar globalmente e favorecer moedas de países emergentes, como o real.</p>
<h2>Atuação do Banco Central e dólar turismo</h2>
<p>O Banco Central brasileiro anunciou leilão de até 35 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025. No câmbio comercial, a moeda estava em R$ 5,397 para compra e R$ 5,398 para venda. No dólar turismo, as cotações eram de R$ 5,451 para compra e R$ 5,631 para venda.</p>
<h2>Mercado internacional e petróleo em queda</h2>
<p>O petróleo acelerou a queda após o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). A entidade manteve a previsão de crescimento da demanda global em 2025, elevou a projeção para 2026 e manteve a estimativa de aumento da oferta em 800 mil barris por dia (bpd) entre países fora da Opep+, como Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina.</p>
<h2>Repercussão política do "tarifaço" de Donald Trump</h2>
<p>Pesquisa Ipsos-Ipec revelou que 75% dos entrevistados consideram o “tarifaço” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil como uma decisão de natureza predominantemente política.</p>

Apesar do tarifaço, dólar recua abaixo de R$ 5,39 e atinge menor valor desde junho de 2024

<p><b>247 -</b> Durante entrevista ao programa <i>Boa Noite 247</i>, o economista e ex-ministro da Fazenda Guido Mantega abordou, com profundidade, a atual estratégia do Banco Central para enfrentar a inflação e o papel que as elevadas taxas de juros vêm desempenhando nesse contexto. A análise de Mantega se concentrou nas ações do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, e suas recentes declarações sobre a manutenção da Selic em patamar elevado.</p>
<p>Segundo Mantega, a lógica de manter os juros altos tem menos a ver com o tradicional combate à inflação via retração do consumo e mais com o esforço para valorizar o real. “Eu acho que é uma estratégia que ele [Galípolo] tem de criar as condições para que o real se valorize. Porque mantendo as taxas de juros altas, ele está atraindo mais capital externo para o Brasil e assim desvaloriza o dólar e valoriza o real”, explicou. Para ele, o efeito cambial é hoje “a melhor arma que nós temos agora para combater a inflação”.</p>
<p>Na visão do ex-ministro, essa estratégia se dá em meio a um cenário de aparente resiliência da economia brasileira, mesmo diante de uma taxa Selic em 13,75%. Mantega citou projeções de crescimento do PIB que oscilam entre 1,3% e 1,6% no primeiro trimestre, expansão do crédito, investimentos da indústria e da agricultura e aumento no mercado de capitais. “A taxa de juros alta não está conseguindo reduzir o nível de atividade”, afirmou. “E isto, para a ortodoxia, significa mais inflação. O que não é necessariamente verdade”.</p>
<p>Ele destacou que parte da inflação recente não se origina da demanda interna, mas de fatores externos. “Essa inflação que nós estamos tendo é mais uma inflação de choque de oferta, de commodities, cujo preço é definido em dólar”, disse. “E o dólar ficou caro pro Brasil”. Mantega atribuiu parte da pressão cambial ao ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao dizer que ele “armou essa arapuca” ao desvalorizar o real intencionalmente e alimentar expectativas negativas no mercado.</p>
<p>A estratégia atual, segundo Mantega, é manter a economia em crescimento e conter a inflação por meio da valorização do real, para, só então, criar as condições de iniciar uma trajetória de queda dos juros. “Quando isto acontecer, aí ele vai ter o argumento de dizer: ‘Tá vendo? A inflação está caindo’. Mesmo que a economia continue crescendo”.</p>
<p>O ex-ministro enfatizou que o juro real de 10% ao ano é incompatível com a realidade da inflação brasileira atual, que gira em torno de 5%. “É obsceno. O juro é obsceno”, declarou. Ele argumentou que o país não tem fundamentos que justifiquem essa taxa: “Não tem o menor sentido o Brasil ter os maiores juros do mundo. O Brasil tem reservas altas, dívida externa baixa, 90% da dívida interna está em reais”.</p>
<p>Mantega também criticou a meta de inflação fixada em 3%, que considera irreal. “Essa meta é absurda. A meta realista é aquela que nós trabalhávamos nos governos Lula. O Brasil dificilmente consegue uma inflação tão baixa porque a economia é toda indexada”, explicou. Para ele, metas muito apertadas pressionam desnecessariamente a política monetária, gerando juros artificialmente altos.</p>
<p>Por fim, o ex-ministro defendeu que, com o câmbio mais valorizado, a inflação de alimentos — que alcança 8% em 12 meses — tende a ceder. “Essa inflação não baixa com taxa de juros. Você pode botar o juro a 30%, não vai baixar, porque ela se deve às cotações dos alimentos no exterior e ao câmbio”. Ele ainda avaliou que o Banco Central, ao notar uma inflação mais moderada nos próximos meses, terá o argumento necessário para iniciar cortes na taxa básica. Assista:&nbsp;</p>
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Dafne Ashton

Entrevistas

Guido Mantega: “A taxa de juros alta virou um instrumento para valorizar o real”

<p><b>Por Fabricio de Castro</b></p>
<p><b>SÃO PAULO (Reuters) </b>- Em uma sessão de modo geral negativa para os ativos brasileiros, o dólar fechou a quarta-feira em alta ante o real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante boa parte das demais divisas no exterior.</p>
<p>Após ceder mais de 1% na véspera, o dólar à vista fechou em alta de 0,46%, aos R$5,6331. No mês, a divisa acumula baixa de 0,76%.</p>
<p>Às 17h03 na B3 o dólar para junho -- atualmente o mais líquido -- subia 0,29%, aos R$5,6555.</p>
<p>No início da sessão a moeda norte-americana chegou a oscilar no território negativo, abaixo dos R$5,60 -- importante ponto de sustentação técnica para as cotações --, com alguns agentes citando fluxo de entrada de recursos no país para justificar o movimento.</p>
<p>Na mínima do dia, às 9h51, o dólar à vista chegou a ser cotado a R$5,5832 (-0,43%).</p>
<p>Mas ao longo da manhã o dólar recuperou força no Brasil e virou para o positivo, com alguns participantes do mercado aproveitando as cotações mais baixas para comprar moeda.</p>
<p>O avanço do dólar também estava em sintonia com os ganhos da moeda ante boa parte das demais divisas no exterior, em um dia sem novidades na guerra comercial entre EUA e China.</p>
<p>Em meio à baixa das ações brasileiras e à alta das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), o dólar à vista atingiu a máxima de R$5,6362 (+0,51%) às 15h13, para depois encerrar pouco abaixo disso.</p>
<p>No exterior, às 17h10 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,13%, a 101,110.</p>
<p>Pela manhã o BC vendeu toda a oferta de 25.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de junho de 2025.</p>

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