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BTG será o maior acionista da Cosan, mas Ometto mantém maioria no bloco de controle

Capitalização de R$ 10 bilhões fortalece posição do banco de André Esteves, mas garante a Rubens Ometto o comando estratégico da companhia

André Esteves (Foto: Reprodução/YT)

247 – A Cosan anunciou uma capitalização bilionária que muda a configuração de seu quadro acionário. Segundo informações do Pipeline, do Valor Econômico, a operação é ancorada pelo BTG Pactual, de André Esteves, e vai levantar R$ 10 bilhões, em um movimento que reconfigura o equilíbrio de forças na empresa.

Apesar de o BTG sair da operação como maior acionista individual, com 24,6% da companhia, Rubens Ometto preserva o controle estratégico. O empresário, que detinha 36,2% antes da capitalização, ficará com 22,5% das ações, mas manterá maioria no bloco de controle graças a um acordo de acionistas que lhe assegura 50% mais uma ação. Essa estrutura permite a Ometto indicar cinco membros para o conselho, incluindo a presidência do colegiado e um representante independente.

Estrutura da operação

O aumento de capital será realizado em duas etapas. Na primeira, haverá oferta primária de até 2,5 bilhões de ações, das quais 1,3 bilhão ficará com BTG e Perfin, ao preço de R$ 5 cada, movimentando R$ 6,5 bilhões. Nessa fase, não haverá direito de prioridade para os atuais acionistas.

Na segunda etapa, concomitante, serão ofertadas até 550 milhões de ações, que poderão ser subscritas pela base de investidores, também a R$ 5 por papel. Considerando que a Cosan tem atualmente 1,87 bilhão de ações em circulação, a operação mais do que dobrará a base acionária da companhia.

A nova configuração acionária

Com a capitalização, o BTG de André Esteves investirá quase R$ 5 bilhões, alcançando cerca de 900 milhões de ações. Ometto, por meio da Aguassanta, adicionará aproximadamente 150 milhões de papéis, somando 822 milhões. A Perfin, por sua vez, ficará com 10,9% da Cosan.

Vale ressaltar que parte da fatia do BTG não integrará o bloco de controle, o que garante a Ometto a posição de comando. André Esteves, entretanto, reforça seu protagonismo como investidor e terá papel decisivo na governança, com direito a indicar cadeiras no conselho.

Saída da família Feffer

A negociação também contou com a presença da família Feffer, que avaliava ingressar na operação. No entanto, divergências em torno do modelo de governança levaram o grupo a deixar a mesa de negociações. Esse movimento abriu espaço para que Esteves ampliasse ainda mais sua participação.

A capitalização fortalece a estrutura financeira da Cosan e garante fôlego para investimentos estratégicos em energia, infraestrutura e logística. O equilíbrio entre a força financeira do BTG e a liderança de Rubens Ometto sinaliza que a companhia seguirá expandindo, mas sem abrir mão de uma governança controlada pelo empresário que construiu a história do grupo.

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