247 - A Cosan, conglomerado fundado por Rubens Ometto, pode receber um novo fôlego financeiro a partir de uma operação de crédito bilionária. Segundo informações publicadas pelo InvestNews, o empresário negocia um empréstimo de R$ 750 milhões com o Bradesco por meio da Aguassanta Participações, seu family office. O negócio teria como garantia ações da própria Cosan, de acordo com fontes próximas à transação ouvidas pela reportagem.
A busca por financiamento ocorre em meio a dificuldades enfrentadas pelo grupo após investimentos que não deram o retorno esperado. Entre eles, a compra de participação minoritária na Vale, cuja aposta não se sustentou, e a expansão da Raízen, braço de açúcar e etanol, que resultou em forte aumento do endividamento.
<h3>Capitalização e novos sócios</h3>
No último dia 21 de setembro, a Cosan anunciou uma oferta pública de ações com potencial de levantar até R$ 10 bilhões, movimento que busca reduzir a alavancagem da companhia. A operação contará com a participação de investidores âncora como o BTG Pactual, liderado por André Esteves, e o Fundo Perfin Infra, que juntos aportarão R$ 6,5 bilhões. O próprio family office de Ometto contribuirá com R$ 750 milhões.
Segundo a S&amp;P Global Ratings, a família Ometto, que detém atualmente 36,02% da Cosan, terá sua participação econômica reduzida para 21,3%. Apesar da diluição, a Aguassanta permanecerá com o controle societário, mantendo 50,01% dos direitos de voto e a maioria das cadeiras do conselho de administração — cinco das nove. As demais serão preenchidas pelos novos sócios.
<h3>Aprovação e cronograma</h3>
A capitalização ainda depende da aprovação em assembleia geral de acionistas, que exige maioria simples. A expectativa da Cosan é concluir a operação até novembro de 2025.

Luis Mauro Filho

Rubens Ometto, presidente do Conselho de Administração da Cosan

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Brasil

Ometto busca empréstimo bilionário para reforçar Cosan

247 – Um novo acordo de acionistas envolvendo Rubens Ometto, BTG Pactual e Perfin pode redesenhar o futuro da Cosan. Segundo informações do Pipeline Valor (<a href="https://pipelinevalor.globo.com/negocios/noticia/btg-pode-tomar-controle-da-cosan-em-seis-anos.ghtml" target="_new">leia aqui</a>), o empresário que atualmente detém o comando da companhia garantirá maioria no bloco de controle pelos próximos seis anos, mas esse cenário poderá mudar depois desse período.
O BTG Pactual, que ao final da capitalização será o maior acionista da Cosan, não atrelará todas as suas ações ao acordo de controle neste primeiro momento. Isso assegura a Rubens Ometto 50,01% do bloco controlador. Entretanto, após seis anos, tanto o BTG quanto a Perfin terão a possibilidade de incluir mais papéis da Cosan no acordo, o que pode alterar significativamente a governança da empresa. Nesse caso, Ometto — ou seus herdeiros — manteria uma posição inicial de co-controle, mas não teria mais a predominância absoluta.
<h2>Estrutura do investimento</h2>
Durante o call com investidores realizado pela Cosan, Renato Mazzola, sócio do BTG responsável pela área de infraestrutura e private equity, explicou os detalhes da operação. Ele destacou que o aporte está sendo feito tanto pela holding dos sócios controladores do banco quanto por fundos geridos pela asset do BTG. A estratégia reforça o interesse do banco em ampliar sua presença no setor de energia e infraestrutura.
<h2>Permanência de Ometto</h2>
Apesar da possibilidade de mudança futura no equilíbrio acionário, Rubens Ometto seguirá à frente da Cosan. O acordo prevê que ele mantenha a posição de chairman da companhia até os 81 anos, consolidando sua liderança na transição para um novo arranjo societário.
A operação é considerada um marco para o mercado de capitais brasileiro, pois evidencia o crescente protagonismo do BTG em grandes grupos empresariais, ao mesmo tempo em que preserva o papel de Ometto como figura central na trajetória da Cosan.

Redação Brasil 247

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Economia

BTG pode assumir o controle da Cosan em seis anos

247 - Em agosto, o banqueiro André Esteves foi alvo de uma fake news publicada pelo site PlatôBR, que lhe atribuiu uma suposta declaração de que o Brasil, sob o atual governo, teria se tornado "uninvestable" (ou "não investível"). Mas, como já dizia Mao Zedong, a prática é o critério da verdade — e a resposta concreta veio nesta segunda-feira (22).
Em uma aposta de peso no setor mais estratégico da economia — energia limpa e infraestrutura —, o BTG Pactual firmou um acordo com o conglomerado Cosan e outros investidores-âncora para estruturar duas ofertas públicas primárias de ações. Os investidores-âncora se comprometeram a subscrever o valor-base total. O BTG Pactual e a Perfin (que tem 35% das ações em poder do BTG) vão ancorar um aumento de capital de R$ 10 bilhões na Cosan.
Segundo comunicado da empresa, os recursos provenientes de ambas as ofertas serão utilizados exclusivamente para renegociar e quitar dívidas financeiras, com o objetivo de reduzir a alavancagem e restaurar a flexibilidade financeira do grupo. A entrada de novos sócios também abre espaço para que a Cosan tenha mais tempo para realizar desinvestimentos de maneira mais qualificada.
A operação prevê uma capitalização de R$ 10 bilhões em duas ofertas de ações. A primeira, ancorada por um consórcio de investidores composto pela Aguassanta — veículo do controlador da Cosan, Rubens Ometto —, BTG Pactual Holding e Perfin Infra, totaliza R$ 7,25 bilhões, ao preço de R$ 5 por ação. A segunda e última oferta, vinculada à primeira, terá sua precificação definida em 11 de novembro.
“É um privilégio para o BTG se tornar sócio do Rubens nesta coleção de ativos de classe mundial e irreplicáveis que ele construiu ao longo dos últimos anos consolidando setores, desbravando novas tecnologias e formando gente,” disse Esteves ao Brazil Journal. “A Cosan tem uma história gloriosa, e vamos contribuir com disciplina financeira para que ela tenha um futuro melhor ainda".&nbsp;

BTG aposta alto no setor mais estratégico da economia: energia limpa e infraestrutura

247 – A Cosan anunciou uma capitalização bilionária que muda a configuração de seu quadro acionário. Segundo <a href="https://pipelinevalor.globo.com/negocios/noticia/btg-sera-o-maior-acionista-da-cosan-mas-ometto-mantem-maioria-no-bloco-de-controle.ghtml">informações do Pipeline, do Valor Econômico</a>, a operação é ancorada pelo BTG Pactual, de André Esteves, e vai levantar R$ 10 bilhões, em um movimento que reconfigura o equilíbrio de forças na empresa.
Apesar de o BTG sair da operação como maior acionista individual, com 24,6% da companhia, Rubens Ometto preserva o controle estratégico. O empresário, que detinha 36,2% antes da capitalização, ficará com 22,5% das ações, mas manterá maioria no bloco de controle graças a um acordo de acionistas que lhe assegura 50% mais uma ação. Essa estrutura permite a Ometto indicar cinco membros para o conselho, incluindo a presidência do colegiado e um representante independente.
<h2>Estrutura da operação</h2>
O aumento de capital será realizado em duas etapas. Na primeira, haverá oferta primária de até 2,5 bilhões de ações, das quais 1,3 bilhão ficará com BTG e Perfin, ao preço de R$ 5 cada, movimentando R$ 6,5 bilhões. Nessa fase, não haverá direito de prioridade para os atuais acionistas.
Na segunda etapa, concomitante, serão ofertadas até 550 milhões de ações, que poderão ser subscritas pela base de investidores, também a R$ 5 por papel. Considerando que a Cosan tem atualmente 1,87 bilhão de ações em circulação, a operação mais do que dobrará a base acionária da companhia.
<h2>A nova configuração acionária</h2>
Com a capitalização, o BTG de André Esteves investirá quase R$ 5 bilhões, alcançando cerca de 900 milhões de ações. Ometto, por meio da Aguassanta, adicionará aproximadamente 150 milhões de papéis, somando 822 milhões. A Perfin, por sua vez, ficará com 10,9% da Cosan.
Vale ressaltar que parte da fatia do BTG não integrará o bloco de controle, o que garante a Ometto a posição de comando. André Esteves, entretanto, reforça seu protagonismo como investidor e terá papel decisivo na governança, com direito a indicar cadeiras no conselho.
<h2>Saída da família Feffer</h2>
A negociação também contou com a presença da família Feffer, que avaliava ingressar na operação. No entanto, divergências em torno do modelo de governança levaram o grupo a deixar a mesa de negociações. Esse movimento abriu espaço para que Esteves ampliasse ainda mais sua participação.
A capitalização fortalece a estrutura financeira da Cosan e garante fôlego para investimentos estratégicos em energia, infraestrutura e logística. O equilíbrio entre a força financeira do BTG e a liderança de Rubens Ometto sinaliza que a companhia seguirá expandindo, mas sem abrir mão de uma governança controlada pelo empresário que construiu a história do grupo.

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BTG será o maior acionista da Cosan, mas Ometto mantém maioria no bloco de controle

247 – A Cosan anunciou uma megacapitalização que promete mexer com o mercado acionário brasileiro. Segundo reportagem do Brazil Stock Guide (<a href="https://brazilstockguide.com/behind-the-lines/cosan-share-offering-discount-dilution-btg-perfin/" target="_new">leia aqui</a>), assinada pelo jornalista André Vieira, a companhia vai emitir novas ações a R$ 5,00 — valor mais de 30% abaixo da cotação de mercado, que estava em torno de R$ 7,50. O objetivo oficial é reduzir a alavancagem financeira, mas o efeito imediato será uma das maiores diluições vistas no mercado de capitais do Brasil em anos.
A matemática é dura para os atuais acionistas: a base de 1,874 bilhão de ações poderá saltar para 3,874 bilhões caso todas as duas etapas da oferta sejam integralmente subscritas. Isso significa que quem não acompanhar a operação terá sua fatia praticamente cortada pela metade. Para investidores minoritários, sem capital disponível para participar, o risco é de se tornarem irrelevantes na estrutura acionária.
“O desconto profundo funciona como um chamariz”, destacou a publicação. Ele assegura a entrada de dois pesos pesados do mercado financeiro: o BTG Pactual, liderado por André Esteves, e a gestora Perfin, comandada por Ralph Rosenberg, ambos comprometidos com bilhões de reais.
<h2>O papel do controlador Rubens Ometto</h2>
Apesar da diluição agressiva, o controlador Rubens Ometto continuará no comando da companhia. Ele preserva essa posição graças ao direito de prioridade na segunda tranche da oferta. O desenho da operação, portanto, garante que o bloco de controle mantenha seu poder, enquanto os minoritários sem recursos para acompanhar ficam condenados a perder influência.
O movimento da Cosan traz um recado claro ao mercado: conglomerados alavancados só conseguem levantar recursos relevantes no mercado de capitais brasileiro quando oferecem concessões extremamente agressivas. A companhia escolheu sacrificar preço para ganhar fôlego — não apenas para reduzir sua dívida, mas também para atrair novos parceiros dispostos a dividir o peso da reestruturação.
O problema, segundo analistas, é que essa estratégia gera uma percepção negativa: a de que a empresa só consegue levantar capital em condições desfavoráveis para seus acionistas. “O corte de preço dá um ganho imediato aos novos investidores, mas às custas dos atuais”, aponta a análise publicada.
Para Ometto e seus aliados, trata-se de um custo administrável. Já para os minoritários, a “cura” pode acabar se mostrando pior do que a doença.

Cosan lança oferta bilionária de ações com grande desconto e expõe acionistas minoritários

247 - O jornal O Globo revelou que o banqueiro André Esteves, presidente do conselho do BTG Pactual, está empenhado em negociações para adquirir uma participação na Cosan. A operação, caso concretizada, pode colocar Esteves como cocontrolador da holding, ao lado do empresário Rubens Ometto.
Segundo a reportagem, as conversas avançam no sentido de uma movimentação estratégica que ampliaria a presença do BTG Pactual em setores estratégicos da economia brasileira. Na semana passada, o portal Pipeline já havia antecipado que Esteves avaliava a compra de uma fatia da companhia, sinalizando seu interesse crescente no negócio.
A Cosan, conglomerado com forte atuação em energia, logística e agronegócio, é uma das holdings mais relevantes do país. Para o mercado, a possível entrada de Esteves como sócio no bloco de controle representaria não apenas uma reorganização societária, mas também a abertura de um novo capítulo na trajetória da empresa, que se consolidou como uma das principais referências em infraestrutura integrada.
Caso as tratativas avancem, o banqueiro poderá dividir decisões estratégicas com Ometto, empresário conhecido por conduzir a expansão da Cosan nas últimas décadas. Até o momento, nenhum dos lados envolvidos confirmou publicamente detalhes da negociação, mantendo o processo em sigilo.

Esteves avalia entrada na Cosan em sociedade com Rubens Ometto

247 - O empresário Rubens Ometto, fundador da Cosan, afirmou nesta quarta-feira (26) que uma taxa de juros (Selic) alta deixa os empresários com menos vontade de trabalhar.
“Se você tem a condição de aplicar o seu dinheiro a 15%, 16%, e em alguns casos a 20%, 25% ao ano, você vai ficar vagabundo. Por que você vai correr risco? Você vai fazer com que todo mundo fique sentado na cadeira sem fazer nada, e o dinheiro não produz”, afirmou Ometto, que participou da CEO Conference Brasil 2025, evento promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo.
“Com esse nível de juros reais de 9%, 10% ao ano, é impossível você administrar qualquer investimento”, criticou o fundador da Cosan, empresa de soluções em logística na área do agronegócio.
De acordo com o dirigente, se a taxa de juros baixar, “todo mundo vai ter que deixar de ser vagabundo”. “Vai ter que começar a trabalhar para que seu negócio dê retorno, ou imobilizando, ou fazendo private equity, ou lançando no mercado de capitais, ações. Você vai alavancar e crescer muito”.
A Selic é de 13,25% atualmente. A instituição que decide sobre os novos percentuais da Selic é o Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao Banco Central. As próximas reuniões do Copom foram marcadas para acontecer nos dias 18 e 19 de março de 2025.

Leonardo Lucena

Fundador da Cosan, Rubens Ometto diz que juro alto deixa empresário “vagabundo”

247 – A turbulência econômica que o Brasil enfrenta é, antes de tudo, um entrave político, avalia o empresário Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Cosan, uma das maiores companhias do país no setor de energia, logística e infraestrutura. Em <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2024/12/problema-no-brasil-e-politico-e-grupo-de-gleisi-dificulta-diz-rubens-ometto.shtml">entrevista</a> concedida à Folha de S. Paulo, Ometto atribui principalmente ao grupo liderado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a dificuldade em promover cortes de gastos e aprovar medidas necessárias para “fazer o país decolar”.
“Eu acho que Haddad e o pessoal dele pensam direito. O problema é político, com o time da Gleisi. Fica ali pressionando o presidente e dificulta a tomada das medidas que, tecnicamente, têm que ser tomadas. Mas se eles tiverem coragem de fazer, esse país decola fácil”, afirmou o empresário, ao comentar o momento econômico nacional. Para ele, o Brasil teria condições de crescer sem entraves, não fosse a resistência a ajustes fiscais que, a seu ver, são simples de implementar, embora politicamente complexos.
Ometto, voz crítica contra o patamar atual da taxa Selic, entende que os juros elevados podem comprometer o crescimento do país nos próximos anos. Pouco mais de um mês atrás, ele chegou a cobrar diretamente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por um freio na escalada dos juros. Agora, diante da iminente posse de Gabriel Galípolo na liderança da instituição, Ometto demonstra esperança em um perfil mais aberto ao diálogo: “Eu acho que o Galípolo tenta entender mais o que se passa. O Roberto Campos só sabe acelerar e brecar. O Galípolo vai tentar entender melhor o empresariado”.
Para o empresário, o desajuste fiscal é o grande obstáculo. Ele reconhece a relevância de medidas sociais, como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha menos, mas insiste na importância de um “pacote completo”, que inclua cortes de despesas e um esforço conjunto para alcançar superávit fiscal. “É aquela história: para você pular, você precisa se abaixar, ganhar impulso e pular. Se ficar com a perna esticada, você não ganha impulso”, compara. Em outras palavras, Ometto defende um sacrifício de curto prazo para um ganho consistente no longo prazo.
Questionado sobre a influência da ala política do governo nas decisões, o executivo foi taxativo ao citar o núcleo ligado a Gleisi Hoffmann como um entrave: “Você vê claramente que a turma da Gleisi é contra”, afirmou, ao ressaltar que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mostra empenho em buscar soluções, mas esbarra na falta de apoio político interno para viabilizar ajustes.
Ometto também pondera sobre a intervenção no câmbio e a postura do mercado, mas considera que tudo se resolveria se o país equacionasse o déficit fiscal. “Hoje, é mais um problema político do que técnico”, diz. Ao traçar o cenário para os próximos anos, o empresário teme que a falta de investimentos, por conta dos juros altos, acabe comprometendo o crescimento econômico já em 2025 ou 2026. Formado em engenharia de produção pela Escola Politécnica da USP, Rubens Ometto, de 74 anos, preside o conselho da Cosan desde 2000.

Política trava soluções econômicas, afirma Rubens Ometto: “Se houver coragem, o país decola fácil”

247 - O presidente do conselho de administração da Cosan, Rubens Ometto, confrontou nesta terça-feira (29) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por conta das elevadas taxas de juros mantidas pela autoridade monetária.&nbsp;
Segundo o empresário, os patamares atuais proíbem investimentos. No entanto, Campos Neto negou, sinalizando que continuará defendendo a austeridade radical como o único caminho para baixar os juros. O encontro ocorreu durante o fórum Brazil Conference, organizado pelo Lide, em Londres, Reino Unido. Os relatos foram publicados por Raquel Landim, do UOL.&nbsp;

"Juros altos bloqueiam investimentos", diz Ometto a Campos Neto

247 - O empresário Rubens Ometto, controlador do grupo Cosan, fez um balanço das ações do governo Lula, destacando os avanços da agenda da sustentabilidade sob a atual gestão.
Na semana passada, ele fez críticas contundentens à MP do PIS/Cofins, defendida pelo governo como forma de compensar a desoneração da folha de pagamentos, mas amplamente rechaçada no Congresso e entre o empresariado. O Senado acabou devolvendo o texto ao Executivo, enquanto a Fazenda busca novas soluções para equilibrar as contas públicas.&nbsp;
Ometto fez o balanço durante evento que reuniu empresários renomados com o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), em São Paulo.&nbsp;
Ele elogiou a importância que o ministério da Fazenda tem dado à agenda verde e o retorno do foco nos combustíveis renováveis na pauta do governo federal. Além disso, afirmou que o BNDES tem reassumido seu papel no financiamento da infraestrutura e da indústria, ao mesmo tempo que criticou as altas taxas de juros mantidas pelo Banco Central. &nbsp;
Durante o debate, Ometto concordou com Mendes sobre a falta de uma agenda clara para a segurança pública no País, porém elogiou os programas sociais do governo federal.&nbsp;

Brasil Sustentável

Ometto, da Cosan, elogia agenda verde do governo Lula

247 – Em um discurso incisivo no Fórum Esfera, o empresário Rubens Ometto, controlador do grupo Cosan, manifestou sua insatisfação com o atual arcabouço fiscal do governo federal e criticou as recentes medidas tributárias que visam ampliar a arrecadação. Suas declarações evidenciam preocupações com a política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e refletem a inquietação de setores empresariais diante das mudanças propostas.
Ometto começou destacando alguns dos sucessos econômicos do Brasil, mas rapidamente direcionou seu foco para os problemas que enxerga na gestão atual. "Controlamos a inflação, temos um grande superávit comercial, mas não quero falar do copo meio cheio. Quero falar do que está errado", afirmou, estabelecendo o tom crítico de suas observações.
Em relação ao arcabouço fiscal apresentado pelo ministro Haddad, Ometto foi categórico: "Desde o começo, não acreditei neste arcabouço fiscal. Ele reflete a visão de alguém que quer fazer o governo gastar – e não reduzir a despesa pública". O empresário argumentou que as normas fiscais implementadas têm o objetivo de aumentar a arrecadação, muitas vezes às custas da eficiência do setor privado. "O governo federal está mordendo pelas bordas. Estão mudando as normas para arrecadar mais. Estão preocupados em morder – e estão fazendo isso", criticou. Defendendo a importância do setor privado na economia, Ometto declarou: "O dinheiro nas mãos da iniciativa privada é mais eficiente do que nas mãos do governo".
"Mauá dos tempos modernos"
Durante o evento, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, elogiou Ometto, comparando-o ao Barão de Mauá, um dos maiores empreendedores da história do Brasil. "Ometto é o 'Barão de Mauá' dos tempos modernos, com uma diferença: Mauá quebrou e Ometto não vai quebrar", afirmou Tarcísio, destacando a resiliência e sucesso do empresário.
As críticas de Ometto se inserem em um contexto de crescente tensão entre o governo e o setor industrial. Nesta semana, uma medida provisória impôs restrições à compensação de créditos de PIS/Cofins, gerando forte reação de entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que prometeu entrar na Justiça contra a MP. O ministro Haddad defendeu a medida, argumentando que ela visa corrigir um gasto tributário que cresceu desproporcionalmente e acabar com o que ele descreveu como "subvenção disfarçada".
"Temos de controlar os gastos e recuperar o que foi perdido de receita. Se isso ainda fosse em proveito de quem mais precisa… Mas não, foi em proveito dos campeões nacionais que não precisam de subvenção do Estado", afirmou Haddad, enfatizando a necessidade de políticas fiscais mais justas e sustentáveis.

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