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BTG e Perfin lideram aporte de R$ 10 bilhões na Cosan

Capitalização fortalece grupo de Rubens Ometto e reduz dívida bilionária da companhia

BTG e Perfin lideram aporte de R$ 10 bilhões na Cosan (Foto: BTG Pactual/Divulgação)

247 - A Cosan, um dos maiores conglomerados empresariais do Brasil, anunciou um aumento de capital de R$ 10 bilhões liderado pelo BTG Pactual e pela gestora Perfin, conforme revelou o portal NeoFeed. O movimento envolve também a Aguassanta, family office da família de Rubens Ometto, e marca um passo decisivo para a reestruturação financeira da companhia, avaliada em R$ 13,9 bilhões na bolsa.

O aporte busca reduzir a elevada alavancagem da Cosan, que soma R$ 17,5 bilhões em dívidas. Com a operação, que inclui um acordo de acionistas válido por 20 anos, a empresa espera cortar esse passivo pela metade, fortalecendo sua estrutura de capital e preparando o terreno para novos ciclos de crescimento.

Estrutura da operação

O BTG Pactual será o maior investidor, com R$ 4,5 bilhões, seguido pela Perfin, com R$ 2 bilhões, e pela Aguassanta, com R$ 750 milhões. Esse primeiro bloco, de R$ 7,25 bilhões, será subscrito a R$ 5 por ação. Além disso, os três grupos ainda se comprometeram a assumir integralmente um hot issue de R$ 1,8 bilhão. Uma segunda tranche, de R$ 2,75 bilhões, ficará aberta prioritariamente aos acionistas da Cosan.

Após a capitalização, BTG, Perfin e Aguassanta deterão juntos 55% da empresa. Ainda assim, Rubens Ometto manterá o controle, com 50,01% do novo bloco de comando – condição considerada inegociável desde o início das conversas.

Impactos no mercado

A notícia da capitalização já vem mexendo com os papéis da Cosan. Desde 21 de agosto, quando aumentaram os rumores de uma nova oferta, as ações dispararam mais de 40%. No acumulado do ano, entretanto, ainda registram queda superior a 6%.

“O ingresso de novos sócios amplia nossa capacidade de gerar valor, fortalecendo o controle e retomando nosso foco no crescimento”, destacou Rubens Ometto, presidente do Conselho da Cosan, em comunicado.

Cenário e negociações

As tratativas avançaram rapidamente: começaram em julho e ganharam força nas últimas semanas, até culminarem no anúncio oficial. O negócio também reforça a relação histórica entre Ometto e André Esteves, sócio do BTG.

De acordo com reportagem publicada pelo NeoFeed no início de setembro, a Cosan chegou a analisar quatro propostas, entre elas de Suzano e Mitsubishi. Naquele momento, fontes ligadas à companhia afirmaram que a prioridade era capitalizar primeiro a Raízen, joint venture com a Shell. A dívida líquida da Raízen era de R$ 49,2 bilhões no fim do primeiro trimestre da safra 2025/2026, com alavancagem de 4,5 vezes, reforçando a urgência da reestruturação financeira em todo o grupo.

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