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Brasil mira mercado indiano de petróleo após tarifaço de Trump

Tarefa de avançar nas tratativas comerciais ficará a cargo do vice-presidente Geraldo Alckmin, que prepara uma visita oficial a Nova Delhi em outubro

Lula e Narendra Modi (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

247 - Diante do acirramento das tensões comerciais entre Estados Unidos e Índia, o governo brasileiro avalia uma oportunidade estratégica para ampliar sua participação no mercado de petróleo indiano. A movimentação surge após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos importados da Índia, em represália à proximidade energética entre Nova Delhi e Moscou. A informação é da CNN Brasil.

Ao justificar a medida, Trump classificou como “inaceitável” o volume de petróleo e derivados que a Índia tem adquirido da Rússia, o que motivou a imposição do novo tarifaço. A reação de Washington abriu espaço para que outros países exportadores, como o Brasil, disputem a fatia do mercado indiano atualmente ocupada por fornecedores russos.

Dados do governo brasileiro de 2024 indicam que cerca de 30% do petróleo importado pela Índia provém da Rússia. O Brasil, por sua vez, representa apenas 1% desse total, apesar de o petróleo ocupar a segunda posição na pauta de exportações brasileiras para o país asiático. Com a possibilidade de retração nas compras indianas junto a Moscou — em razão da pressão norte-americana —, o Brasil enxerga uma brecha para se consolidar como fornecedor alternativo, ao lado de nações do Oriente Médio.

Embora o tema tenha ganhado relevância no cenário geoeconômico, a reportagem destaca que a questão não foi abordada na conversa telefônica realizada nesta quinta-feira (7) entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. 

A tarefa de avançar nas tratativas comerciais ficará a cargo do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que prepara uma visita oficial a Nova Delhi em outubro. A missão brasileira deverá apresentar, além da proposta de ampliação das exportações de petróleo, iniciativas de cooperação nos setores de defesa e minerais críticos — áreas consideradas estratégicas para o fortalecimento da relação bilateral entre os dois países.

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