Pedido de Boulos à PF pode tornar Eduardo Bolsonaro inelegível
Deputado do Psol solicita abertura de processo disciplinar na PF que pode resultar em demissão e tornar Eduardo Bolsonaro inelegível por oito anos
247 - O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) protocolou um pedido ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para a instauração de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Eduardo, que é escrivão da Polícia Federal licenciado desde que assumiu seu mandato na Câmara dos Deputados, pode ser enquadrado por uma série de acusações listadas por Boulos: coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal envolvendo organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e crime contra a soberania nacional. Se o PAD for instaurado e resultar em demissão, Eduardo Bolsonaro poderá ficar inelegível por até oito anos, conforme prevê a Lei da Inelegibilidade, informa o Metrópoles.
Consequências políticas e cenário eleitoral - Adversários políticos do filho de Jair Bolsonaro (PL) enxergam no pedido uma estratégia para inviabilizar sua candidatura ao Senado por São Paulo em 2026, ou até mesmo uma eventual disputa presidencial. O PAD é uma ferramenta interna da PF que pode aplicar penalidades que vão desde advertência e suspensão até demissão. O processo também pode ser arquivado, anulado ou prescrito.
Atualmente, Eduardo já responde a um procedimento disciplinar na corporação, motivado por ofensas proferidas ao delegado Fábio Schor durante discurso na tribuna da Câmara. Na ocasião, o parlamentar comparou Shor a uma "cachorrinha" e a uma "prostituta". O delegado conduz investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, supostamente liderada por Jair Bolsonaro.
Ameaças e novo PAD - Em uma transmissão ao vivo realizada no dia 20 deste mês, Eduardo voltou a atacar membros da Polícia Federal. “Cachorrinho da Polícia Federal que está me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você… Ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente”, afirmou.
Além dos processos já abertos, deputados alertam que Eduardo poderá enfrentar mais um caso disciplinar, caso perca seu mandato e não retorne ao país. O parlamentar está residindo nos Estados Unidos desde fevereiro e, segundo o regimento da Câmara, sua ausência em três quintos das sessões do ano legislativo pode levar à cassação do mandato.
O pedido de Boulos, portanto, abre uma terceira frente de pressão sobre o deputado bolsonarista, com potencial impacto direto sobre seu futuro político.
Lula cobra reação da Câmara - Durante visita a Osasco na última sexta-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionou o episódio sem citar Eduardo Bolsonaro nominalmente. Em fala direcionada aos deputados Guilherme Boulos e Jilmar Tatto (PT), Lula defendeu a adoção de medidas no parlamento.
“O Boulos, o Tatto, vocês na Câmara têm que tomar uma atitude. Esse cara é deputado, ele se afastou, foi lá para os Estados Unidos ficar pedindo ‘o Trump, salva meu pai, salva meu pai, Trump’”, afirmou Lula, referindo-se ao apoio do congressista ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na tentativa de reverter a inelegibilidade e a iminente prisão do pai.
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