Márcio França volta a pedir renúncia de Tarcísio: “Não humilhe os paulistas”
Ministro critica submissão do governador a Bolsonaro
247 - Em nova investida contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França (PSB), voltou a pedir publicamente a renúncia do adversário político.
A declaração foi feita em vídeo gravado nesta sexta-feira (18), em reação a uma publicação recente do governador nas redes sociais. As informações são da Folha de S.Paulo.
Tarcísio havia defendido “eleições livres, justas e competitivas” e criticado uma “sucessão de erros”, sugerindo que o Brasil está se afastando do caminho da paz social. “Não haverá pacificação enquanto não encontrarmos o caminho do equilíbrio”, escreveu. A manifestação ocorre uma semana após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifas ao Brasil — medida que foi explorada politicamente pela família Bolsonaro — e no mesmo dia em que Jair Bolsonaro se tornou alvo de nova operação da Polícia Federal.
Para Márcio França, o posicionamento de Tarcísio é uma afronta aos paulistas. “Se não puder aguentar a pressão da família [Bolsonaro], renuncie. Não humilhe os paulistas com essa subordinação de causas perdidas e indefensáveis”, disparou o ministro. Segundo ele, o texto do governador é “um dos mais vergonhosos e humilhantes que um líder dos paulistas poderia ter escrito”.
França, que é pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes, criticou duramente a declaração de Tarcísio: “Ele, de novo, submisso a uma família e sem noção do tamanho da sua função, afirma e ameaça a todos nós que não haverá paz no Brasil sem que haja eleições livres e justas”.
O ministro também questionou a legitimidade do discurso de Tarcísio ao lembrar que o atual governador foi eleito sem laços históricos com São Paulo: “Como assim, Tarcísio? Você foi eleito sem nunca ter vivido de verdade no sagrado chão dos Bandeirantes. Não conhece São Paulo nem Martins, Miragaia, Draúsio e Camargo. E, ainda assim, foi sempre respeitado”. Os nomes citados fazem referência aos quatro estudantes mortos na Revolução Constitucionalista de 1932.
A crítica de França ainda ironiza o alinhamento do governador com a política norte-americana e o ex-presidente Trump, que impôs sanções comerciais ao Brasil: “Nós respeitamos os Estados Unidos, mas nós não somos americanos. Nosso presidente não é o Trump. Nós não falamos inglês e nem chamamos bolacha de biscoito”.
Há uma semana, França já havia pedido a renúncia de Tarcísio após o tarifaço anunciado por Trump, argumentando que o governador havia “feito campanha” para o republicano.
Nesta sexta-feira, a Polícia Federal deflagrou nova operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito de uma investigação sob sigilo relacionada à tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro, réu por tentativa de subversão da ordem democrática, passou a ser monitorado com tornozeleira eletrônica 24 horas por dia.
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