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      Malafaia desafia e pede a Moraes devolução de passaporte: ‘não sou fujão nem tenho medo do senhor’

      O pastor aproveitou para acusar o ministro do STF de cometer crimes. Vídeo

      Silas Malafaia e o ministro do STF Alexandre de Moraes (Foto: Isac Nóbrega/PR |Marcelo Camargo/Agência Brasil)
      Leonardo Lucena avatar
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      247 - O pastor Silas Malafaia pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (22) que determine a investigadores a devolução do passaporte do religioso apreendido durante uma ação da Polícia Federal na quarta-feira (20).

      “Se eu tivesse medo do senhor, eu ficava lá (Portugal), eu ia para a América, que eu tenho igrejas. Eu voltei. Isso é um absurdo: apreender meu passaporte. Se eu fugir, eu estou destruído e desmoralizado diante da sociedade brasileira, diante da igreja evangélica, da igreja que eu sou pastor e da minha família. O senhor acha que eu vou jogar minha reputação na lama depois desses quatro anos denunciando seus crimes?”, questionou Malafaia em vídeo publicado nas redes sociais. 

      Na gravação, o pastor pediu também que o ministro do STF determine a devolução dos cadernos que, segundo o religioso, tem esboços bíblicos.“Eu sei que a PF digitaliza tudo. Quem sabe o senhor pode fazer um favor, além de devolver meus cadernos, me dá uma cópia digitalizada. São os dois pedidos que eu faço. E olha, parece incrível. Mas eu vou te agradecer, ministro. Eu vou dizer muito obrigado, se o senhor fizer esses dois favores, porque uma coisa eu não sou, covarde, medroso e fujão. Eu vou estar aqui”, completou.

      O religioso foi alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito das investigações que apuram obstrução judicial do inquérito da trama golpista. A PF indiciou Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Investigadores apuram se Malafaia deu orientações para que a família bolsonarista pressionasse o STF a anistiar pessoas envolvidas em tentativas de golpe. O religioso não é investigado no inquérito do plano golpista, mas tem dado várias demonstrações de apoio a Jair Bolsonaro nos últimos anos.

      Já na investigação sobre a tentativa de golpe, as apurações estão no STF, onde Jair Bolsonaro será julgado no dia 2 de setembro. Ele está em prisão domiciliar e também cumpre algumas medidas cautelares por risco de fuga para o exterior e obstrução judicial. 

      As investigações da PF apontam que Eduardo e Jair Bolsonaro continuam fazendo articulações com o governo Donald Trump (EUA), para aplicar sanções à economia brasileira e ao STF. Uma das retaliações foi o tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras aos EUA. 

      A outra sanção foi a suspensão de vistos de ministros do STF brasileiro para os EUA. Contra o ministro Alexandre de Moraes, especificamente, os EUA usam a Lei Magnitsky. O magistrado é um dos principais alvos da extrema direita trumpista e bolsonarista por ser o relator do inquérito do plano golpista no STF e também teve atuação de destaque nos últimos anos em investigações contra milícias digitais.

      Aprovada em 2012, a Lei Magnitsky foi criada para responsabilizar autoridades envolvidas na morte do advogado russo Sergei Magnitsky, ocorrida em 2009 em uma prisão de Moscou. Em 2016, o dispositivo legal ganhou alcance global, passando a autorizar Washington a adotar sanções contra pessoas e organizações acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos — mesmo sem decisão judicial definitiva.

      No caso do ministro, as medidas determinadas incluem o congelamento de possíveis bens e aplicações financeiras localizados nos Estados Unidos. Bancos norte-americanos, por sua vez, devem comunicar ao Office of Foreign Assets Control (OFAC) qualquer ativo vinculado ao seu nome. Além disso, ele passa a ser barrado de movimentar recursos ou realizar operações financeiras em território americano.

      De acordo com aliados, Alexandre de Moraes tratou a decisão com indiferença, sublinhando que “não terá impacto prático”, já que não mantém patrimônio, aplicações ou contas nos EUA.

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