Itamaraty vê 'ataques gratuitos' de ministro israelense a Lula e avalia resposta oficial

247 - Integrantes do Itamaraty reagiram duramente às críticas feitas pelo ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Diplomatas ouvidos pela coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, consideraram os ataques a Lula como “gratuitos” e ofensivos. O governo brasileiro avalia a possibilidade de divulgar uma resposta oficial ainda nesta terça-feira (26). A tensão diplomática se intensifica em meio a uma série de trocas de acusações, que já tiveram outros episódios no passado.

Fontes do Ministério das Relações Exteriores lembraram que Katz, à época chanceler de Israel, foi responsável por levar o embaixador brasileiro Frederico Meyer ao Museu do Holocausto em fevereiro de 2023, após declarações de Lula sobre o conflito no Oriente Médio. Naquele episódio, diplomatas afirmam que o ministro israelense teria tentado “humilhar” o representante do Brasil.

“Ele fez grosserias e ofensas contra o presidente Lula e contra o Brasil naquela época. Em vez de tentar mudar de assunto, deveria se explicar sobre o mais recente ataque a hospital em Gaza”, disse um embaixador ouvido pela reportagem,

Nas redes sociais, Katz publicou mensagens chamando o presidente brasileiro de “antissemita”, além de classificá-lo como “apoiador do Hamas” e compará-lo ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. As declarações repercutiram negativamente entre diplomatas brasileiros, que consideraram a iniciativa como mais um episódio de afronta desnecessária à diplomacia entre os dois países.

A expectativa dentro do governo é que o Itamaraty emita uma manifestação oficial em resposta às declarações de Katz. Até o momento, a posição extraoficial da chancelaria é de que o ministro israelense mantém uma postura sistemática de ataques ao presidente Lula e ao Brasil, sem justificativas plausíveis no campo diplomático.