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      Investigação sobre informação privilegiada pré-tarifaço de Trump pode enfraquecer bolsonaristas

      Investigação aberta por Moraes pode atingir aliados de Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump, após movimentação atípica no mercado cambial

      Nota de dólar (Foto: THOMAS WHITE / REUTERS)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Uma possível conexão entre aliados de Jair Bolsonaro (PL) e lucros obtidos com informação privilegiada sobre tarifas impostas ao Brasil por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, tornou-se alvo de uma nova investigação da Polícia Federal. A apuração foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), e mira operações financeiras suspeitas no mercado de câmbio realizadas momentos antes do anúncio do chamado “tarifaço”. Segundo Valdo Cruz, do g1, a avaliação no governo é de que o caso poderá minar ainda mais a imagem de bolsonaristas e até mesmo de Trump no Brasil e nos EUA. 

      Reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, revelou que no dia 9 de julho houve movimentações “muito estranhas” envolvendo compra e venda de dólares. Segundo o repórter Felipe Santana, por volta das 13h30, antes do anúncio oficial das tarifas por Trump às 16h17, foi realizada uma operação que envolveu entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. O montante foi adquirido a R$ 5,46 e vendido minutos após o anúncio, a R$ 5,60, resultando em lucro expressivo com a desvalorização do real — um indicativo de possível acesso antecipado à informação.

      O caso foi encaminhado por Moraes à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá avaliar se há elementos para ampliar o inquérito que já investiga o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por possível atentado à soberania nacional. A suspeita é que o parlamentar possa estar conectado a esses movimentos financeiros ou aos responsáveis pelas informações privilegiadas.

      Além disso, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), encaminhou solicitação ao Banco Central pedindo a divulgação dos nomes dos investidores que atuaram naquele dia no mercado de câmbio. “Vamos checar quem são esses investidores, aqui no Brasil e lá fora, o BC tem os nomes dos dois lados já que foram transações com base na cotação do real em relação ao dólar”, afirmou Lindbergh.

      Segundo ele, há indícios de que auxiliares de Trump, vindos do mercado financeiro e ainda ligados a corretoras, possam ter tido acesso antecipado às informações da medida comercial. Esses mesmos assessores, diz o parlamentar, participam das negociações internacionais pelos Estados Unidos.

      Nos bastidores do governo, a avaliação é de que, caso seja comprovado que os investidores envolvidos têm ligação com o bolsonarismo, isso poderá minar ainda mais a imagem de Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo e até mesmo de Donald Trump — ambos politicamente alinhados e protagonistas de episódios recentes envolvendo escândalos e ameaças à democracia.

      Embora parlamentares democratas nos EUA estejam tentando abrir uma investigação no Congresso sobre o episódio, enfrentam barreiras, já que os órgãos responsáveis por conduzir tais apurações estão, em grande parte, sob influência de aliados de Trump. Isso faz com que a expectativa de avanço da investigação nos Estados Unidos seja mínima, ao menos neste momento.

      O episódio guarda semelhanças com movimentos anteriores registrados durante outros anúncios tarifários do presidente norte-americano, como os impostos aplicados contra a África do Sul e a União Europeia, o que reforça as suspeitas de atuação coordenada e com conhecimento prévio das medidas.

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