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Tarifa de Trump sobre exportações pode derrubar PIB do Brasil em até R$ 175 bilhões

Estudo da Fiemg alerta para prejuízos bilionários na economia mineira e nacional caso os EUA cumpram a ameaça de sobretaxa a partir de 1º de agosto

Notas de real e dólar (Foto: Amanda Perobelli / Reuters)

247 - A imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump no início de julho, poderá provocar efeitos devastadores na economia brasileira e em Minas Gerais, informa o Metrópoles. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, já mobiliza entidades empresariais e preocupa especialistas pelo potencial de retração da atividade econômica, do emprego e da arrecadação.

De acordo com estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) na segunda-feira (21), o impacto total sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode chegar a R$ 175 bilhões em um horizonte de cinco a dez anos, o que representaria uma retração de 1,49%. Além disso, o país poderá perder mais de 1,3 milhão de postos de trabalho, segundo as estimativas da Gerência de Economia e Finanças Empresariais da entidade.

Impacto severo para Minas Gerais - No caso específico de Minas Gerais, a Fiemg calcula que os prejuízos podem alcançar R$ 21,5 bilhões, em um cenário de médio a longo prazo. Isso afeta diretamente a indústria do estado, que tem nos EUA um dos principais destinos de suas exportações. Os produtos mais vendidos ao mercado norte-americano incluem combustíveis minerais, ferro e aço, máquinas e equipamentos mecânicos, aeronaves e café.

Cenário de retaliação agravaria perdas - O estudo também simulou um segundo cenário, em que o Brasil responderia com uma retaliação simétrica, aplicando também uma tarifa de 50% sobre produtos importados dos Estados Unidos. Nesse caso, as perdas se ampliariam dramaticamente: a queda no PIB brasileiro poderia alcançar R$ 259 bilhões (retração de 2,21%), com o fechamento de quase 2 milhões de postos de trabalho. A massa salarial sofreria redução de R$ 36,18 bilhões, enquanto a arrecadação tributária encolheria R$ 7,21 bilhões.

Relações comerciais ameaçadas - Atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA somaram aproximadamente US$ 40,4 bilhões, o equivalente a 1,8% do PIB nacional. Esse volume expressivo ressalta a importância estratégica da relação bilateral e os riscos econômicos da política protecionista anunciada por Trump, que cumpre seu segundo mandato à frente da Casa Branca.

Fiemg pede ação diplomática - Em nota oficial, a Fiemg recomendou que “o governo brasileiro atue de forma firme, mas diplomática, na busca por um acordo que evite o início da vigência da tarifa, proteja os empregos e preserve a competitividade das empresas brasileiras”.

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, também se manifestou: “os Estados Unidos são um parceiro tradicional do Brasil. Do ponto de vista geográfico, faz todo sentido que nossas economias mantenham um fluxo de comércio ativo e complementar e, no nosso entendimento, ambos os países perdem muito com a medida. Responder com a mesma moeda pode gerar efeitos inflacionários”.

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