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      Gleisi critica sobretaxa 'injustificável' de Trump e afirma: 'soberania não se negocia'

      "Trata-se de verdadeiras sanções com motivação política explícita e igualmente injustificável”, disse a ministra

      Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/Ascom-SRI)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - Em evento realizado nesta terça-feira (29), no Itamaraty, com representantes da sociedade civil do Mercosul e da União Europeia, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, acusou os Estados Unidos de praticarem retaliação política contra o Brasil, ao decidirem impor uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida entra em vigor na próxima sexta-feira, 1º de agosto As informações são do jornal O Globo.

      Sem citar nomes, Gleisi reagiu à recente carta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fez menção ao tratamento judicial dado a Jair Bolsonaro, hoje inelegível e réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pela participação em um suposto plano de golpe de Estado. Para a ministra, a decisão estadunidense não tem qualquer base objetiva e representa uma tentativa de punição ideológica.

      “O Brasil está sendo ameaçado por parte do governo dos EUA com medidas unilaterais no campo comercial, que não se justificam sob qualquer argumento objetivo. Ao contrário, trata-se de verdadeiras sanções com motivação política explícita e igualmente injustificável”, afirmou Gleisi.

      A ministra também repudiou a suspensão de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal, entre eles Alexandre de Moraes, determinada pelo governo norte-americano. Segundo Gleisi, o presidente Lula “segue buscando o diálogo no campo comercial”, mas não aceitará ataques à soberania nacional. “Os crimes contra a democracia cometidos no Brasil serão processados e julgados conforme nossa Constituição, que garante o devido processo legal no estado democrático de direito. A soberania não se negocia”, destacou.

      Apesar do agravamento da crise, o governo brasileiro ainda busca canais de diálogo com Washington. O chanceler Mauro Vieira está em Nova York, aguardando um possível sinal da Casa Branca para uma reunião de alto nível. Fontes diplomáticas, no entanto, apontam que esse contato é improvável ainda hoje, já que membros da comitiva de Trump estariam em trânsito da Escócia para os Estados Unidos.

      Paralelamente, um grupo de senadores brasileiros encontra-se em Washington com a missão de tentar destravar as negociações. A expectativa é que parlamentares e empresários norte-americanos sejam convencidos a reavaliar a postura de confronto adotada pela Casa Branca.

      Durante sua fala, Gleisi Hoffmann reforçou que o Brasil jamais se negou a negociar com os Estados Unidos, desde que em bases justas. Ela enfatizou que o país não aceitará intromissões em seus assuntos internos, nem pressões externas sobre o funcionamento de suas instituições democráticas. “Nunca nos recusamos a negociar em termos justos e equilibrados com nossos parceiros comerciais, e os companheiros da União Europeia sabem disso. Mas não podemos aceitar – nenhum país soberano pode aceitar – ingerência externa nos processos e decisões do seu Poder Judiciário, do Congresso Nacional ou de qualquer outra instituição”,afirmou ela, de acordo com a reportagem.

      A ministra ainda comentou sobre o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, cuja assinatura pode ocorrer até o fim deste ano. Segundo ela, a parceria representa mais do que um arranjo comercial. “Trata-se de uma iniciativa que ultrapassa os interesses comerciais: é também um compromisso político com valores democráticos, com padrões sustentáveis de produção e com a integração de regiões que historicamente mantêm laços de amizade e de colaboração”, concluiu.

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