Crise com Trump ameaça cooperação militar entre Brasil e EUA
Cancelamento de reuniões e incerteza sobre exercícios conjuntos elevam tensão entre os dois países
247 - A crescente tensão diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, sob a gestão do presidente Donald Trump, começa a atingir também a área militar. Segundo Bela Megale, em O Globo, interlocutores do governo brasileiro foram alertados por autoridades norte-americanas de que encontros previstos entre representantes das Forças Armadas de ambos os países foram cancelados após o anúncio do aumento de tarifas comerciais feito por Washington em julho.
Entre as atividades possivelmente afetadas, está a participação dos Estados Unidos na Operação Formosa, o maior exercício terrestre da Marinha brasileira, que tradicionalmente reúne forças de países como França, China e vizinhos sul-americanos. A presença americana nesses treinamentos sempre foi vista como parte essencial da cooperação bilateral.
Defesa evita confirmação oficial, mas acompanha o cenário
Apesar das informações sobre cancelamentos, integrantes do Ministério da Defesa afirmaram que não receberam comunicação formal dos EUA sobre a suspensão de agendas ou o fim da participação de seus militares em treinamentos no Brasil. Segundo eles, a colaboração entre os dois países “sempre ocorreu de maneira técnica” e a expectativa é que continue dessa forma.
Nos bastidores, membros da cúpula militar trabalham para impedir que o desgaste político se transforme em um rompimento operacional. Uma das maiores preocupações é o impacto nas compras de equipamentos militares feitas junto aos Estados Unidos, que envolvem desde negociações diretas até a atuação de militares brasileiros em território norte-americano para viabilizar aquisições e intercâmbio de tecnologia de defesa.
Risco de sanções e impacto no treinamento de militares brasileiros
Há temor de que a Casa Branca possa impor sanções que dificultem exportações e importações de tecnologia estratégica. Além disso, há atenção especial à situação de militares brasileiros atualmente em cursos de formação e especialização nos Estados Unidos, que poderiam ser afetados caso a crise se agrave.
Em maio, antes da escalada das tensões, o comandante do Comando Sul dos EUA, almirante Alvin Holsey, esteve no Brasil, reunindo-se com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e com os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. O encontro sinalizava, até então, a manutenção de laços sólidos entre as forças militares das duas nações — cenário que agora se vê ameaçado pelo impasse político-comercial.
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