Trump não vai conseguir garantir a impunidade de Bolsonaro, diz Lindbergh
Deputado e líder do PT rebateu declarações do presidente dos EUA e defendeu julgamento justo de Bolsonaro
247 – O deputado federal e líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, respondeu nesta quinta-feira (14) às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusou o Brasil de promover uma “execução política” contra Jair Bolsonaro e classificou o país como “parceiro horrível” no comércio internacional. Em publicação nas redes sociais, Lindbergh desmentiu as afirmações de Trump com dados e reforçou que o julgamento do ex-presidente brasileiro é legítimo e constitucional.
“Donald Trump mente ao chamar o Brasil de ‘parceiro horrível’. Em 2024, os EUA tiveram superávit comercial de US$ 9,2 bilhões com o Brasil e o nosso país é o segundo maior mercado para exportações agrícolas americanas. Contra fatos não há argumentos”, afirmou o parlamentar.
Julgamento de Bolsonaro é legítimo, diz Lindbergh
O líder do PT destacou que não há qualquer perseguição política contra Bolsonaro. “A suposta ‘execução política’ é falsa. O julgamento de Jair Bolsonaro é justo, pois ocorre com respeito às regras constitucionais processuais da independência e imparcialidade do juiz natural, devido processo legal, contraditório e ampla defesa”, declarou.
Para Lindbergh, a tentativa de Trump de interferir no caso é motivada por interesse político e representa “manobra política desonesta, indevida e uma violação inaceitável da soberania brasileira”.
Comparação com o ataque ao Capitólio
O deputado ainda comparou a postura de Trump em relação a Bolsonaro com a blindagem que o presidente dos EUA garantiu a si mesmo após o ataque ao Capitólio, ocorrido em 6 de janeiro de 2021. “O presidente dos EUA quer garantir a impunidade de Bolsonaro, assim como garantiu a sua própria nos EUA após o ataque ao Capitólio. Mas aqui não há blindagem: o Brasil é uma democracia constitucional e nela ninguém está acima da lei!”, enfatizou.
A reação de Lindbergh se soma à de outras autoridades brasileiras, como a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que também contestou duramente as declarações de Trump, reforçando a defesa da soberania nacional e da integridade das instituições democráticas brasileiras.