Carla Zambelli tenta usar Lei Magnitsky para evitar extradição da Itália

247 - A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), está articulando uma estratégia jurídica para evitar ser extraditada da Itália, onde se encontra presa. A informação foi publicada pela coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo.

De acordo com a publicação, a defesa de Zambelli pretende alegar à Justiça italiana que a condenação sofrida no Brasil teve motivação política. O argumento se apoia no fato de que o caso foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, recentemente incluído na Lei Magnitsky pelos Estados Unidos — uma legislação que permite sanções a autoridades acusadas de violações de direitos humanos e corrupção.

A inclusão de Moraes na lista ocorreu após articulação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em um movimento de retaliação pela condução dos inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o que apura tentativa de golpe de Estado. Com isso, a estratégia de Zambelli tenta enquadrar sua condenação como fruto de perseguição, o que poderia ser usado para tentar permanecer em solo italiano.

Ainda segundo a coluna, o plano ganhou força nos bastidores do PL, mas dentro da legenda a percepção é de que Zambelli está isolada politicamente. Aliados ouvidos pelo blog afirmam que a deputada não tem mais saída, seja na Câmara dos Deputados — onde enfrenta processo de cassação —, seja no Judiciário.

Além da condenação pelo ataque aos sistemas do CNJ, Zambelli também é alvo de um outro caso que pode pesar no processo de extradição. O ministro Gilmar Mendes determinou recentemente que a Advocacia-Geral da União (AGU) inclua no pedido de extradição a investigação sobre a perseguição armada promovida pela parlamentar na véspera do segundo turno das eleições de 2022.