Caiado fala em risco de "desobediência civil" caso prisão preventiva de Bolsonaro seja decretada
Governador de Goiás critica decisões monocráticas do STF, aponta “desequilíbrio” de Alexandre de Moraes e anuncia obstrução do União Brasil no Congresso
247 - Durante evento em São Paulo nesta terça-feira (5), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial às ações do ministro Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro (PL), que determinou a prisão domiciliar do ex-mandatário na segunda-feira (4). Pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2026, Caiado afirmou que a eventual prisão preventiva de Bolsonaro “pode ser a gota d’água e o estopim” de um movimento de desobediência civil no país. As informações são do jornal O Globo.
“As decisões monocráticas têm ultrapassado os limites”, declarou. Para ele, é necessário que o STF retome uma postura de atuação colegiada. “A Suprema Corte precisa voltar a ter mais ação plenária”, disse, ao defender que o Judiciário evite provocar, segundo suas palavras, “sentimentos de enfrentamento e de mal-estar junto à população brasileira”.
Em referência direta ao ministro Alexandre de Moraes, responsável por determinar medidas cautelares como a apreensão do passaporte de Bolsonaro e o uso de tornozeleira eletrônica, Caiado declarou que “Moraes perdeu, ali, naquele momento, em sua condição de juiz da corte. (Ele teve) muito mais uma posição de atitude de ordem pessoal, de vingança. É muito grave este momento do país, as posições precisam ser muito equilibradas. As coisas precisam acontecer sabendo que o Brasil tem os poderes constituídos. Tem o Executivo, tem o Legislativo, tem, sem dúvida nenhuma, o Judiciário”.
O governador também rechaçou a imposição de restrições a Bolsonaro, que ainda não foi condenado judicialmente, classificando-as como “desrespeitosas”. ‘Não é cabível o cidadão que não foi condenado a não poder utilizar celular, não poder mais falar, não poder sair. Isso tudo não constrói nada na democracia brasileira. Pelo contrário, pode ser a gota d'água de um processo de desobediência civil em relação a essas decisões monocráticas. Isso é muito grave e deve ser revisto’, advertiu.
As declarações foram dadas durante o lançamento do Fundo Creditório do Estado de Goiás, que prevê até R$ 628 milhões em apoio a empresas exportadoras goianas afetadas por sobretaxas aplicadas pelos Estados Unidos. O estado está entre os mais impactados pelas medidas norte-americanas.
Caiado também aproveitou a ocasião para anunciar o início de uma obstrução legislativa promovida pelo União Brasil, partido que conta atualmente com três ministros no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Celso Sabino (Turismo) e Frederico Siqueira (Comunicações).
“Essa é uma decisão tomada na madrugada de hoje, depois de várias conversas com colegas e com o presidente do partido. Nós decidimos que, a partir de hoje, o União Brasil entra em obstrução total na pauta, na Câmara e no Senado. Não podemos mais aceitar o que vem acontecendo. Estou aqui falando em nome do União Brasil. A obstrução começa na tarde de hoje”, disse Caiado, de acordo com a reportagem.
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