Baptista Junior diz que resistiu ao golpe e sofreu ataques para 'mudar postura legalista'
Ex-comandante da FAB relatou ao STF que sofreu pressão após se recusar a apoiar tentativa de golpe de Estado
247 - Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (15), o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, afirmou ter sido alvo de uma série de ataques em redes sociais e veículos de imprensa no fim de 2022. A declaração foi prestada durante audiência da ação penal que julga integrantes do chamado “núcleo 4” da tentativa de golpe de Estado.
Segundo o jornal O Globo, Baptista Junior declarou que as agressões virtuais ocorreram após sua recusa em aderir ao plano golpista. “Eu não tenho dúvida que os [ataques] que foram direcionados a mim e ao general Freire Gomes [ex-comandante do Exército] tinham em grande parte o intuito e que mudássemos a nossa postura legalista”, afirmou ao ser questionado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Durante o depoimento, o ex-comandante confirmou novamente que recebeu das mãos do então presidente Jair Bolsonaro (PL) um relatório do Instituto Voto Legal (IVL), que colocava em xeque a confiabilidade das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições de 2022. Segundo ele, a pressão que enfrentou não cessou. “Recebi muita pressão e ataques nas redes sociais, ataques que, segundo ele, ocorrem até hoje”, disse.
Baptista Junior prestou depoimento na condição de testemunha de defesa do ex-major do Exército Ailton Barros. Em maio deste ano, ele e o general Freire Gomes já haviam sido ouvidos como testemunhas de acusação no processo referente ao “núcleo 1” da trama golpista, que tem Jair Bolsonaro entre os réus. Na ocasião, ambos confirmaram sua participação em reuniões nas quais Bolsonaro discutia formas de reverter o resultado das eleições presidenciais.
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