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'Atentou contra as instituições e a democracia. Que seja preso', diz coordenador do Prerrogativas sobre Bolsonaro

Marco Aurélio de Carvalho destaca, por outro lado, que Jair Bolsonaro deve ter todos os seus direitos resguardados: "não somos garantistas de ocasião”

Marco Aurélio de Carvalho e Bolsonaro (Foto: Bruno Salles Ribeiro/Prerrogativas | REUTERS/Adriano Machado)
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247 - O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo jurídico Prerrogativas, adotou uma postura de prudência ao comentar as medidas cautelares impostas pela Justiça contra Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, apesar da gravidade dos crimes investigados, o momento não deve ser encarado com comemoração.

“Não é um dia de festa”, afirmou Marco Aurélio, de acordo com a coluna Painel, da Folha de S. Paulo. “É um ex-presidente da República que atentou contra as instituições, contra a democracia, que organizou um plano, inclusive, para matar um presidente legitimamente eleito pelo povo, para matar um ministro do Supremo. É tudo, de fato, muito grave, mas não é um dia de festa.”

O jurista enfatizou a importância de garantir a Bolsonaro o direito à ampla defesa e a observância da presunção de inocência durante todo o processo. “É preciso ter serenidade neste momento”, defendeu, acrescentando que a manifestação do grupo Prerrogativas se mantém firme em seus princípios. 

“Nós não somos garantistas de ocasião. Que todos os direitos dele sejam resguardados e que, ao final, ele seja preso, porque, de fato, ele é responsável pelos crimes dos quais ele foi acusado. Não há dúvida quanto a isso”, pontuou.

Marco Aurélio também relembrou a declaração feita por João Doria, então recém-eleito prefeito de São Paulo em 2016, quando disse que levaria chocolates a Lula durante sua prisão política em Curitiba. “Caso o Bolsonaro seja preso, que a gente só deseja se todos os direitos e garantias individuais forem resguardados, a gente vai sugerir ao Doria que promova, digamos, uma caravana de visita ao Bolsonaro e que leve para ele o chocolate que ele ia dar para o presidente Lula”, disse o advogado. o presidente Lula", comentou. 

Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18 ). Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado também determinou a imposição de uma série de medidas cautelares contra o ex-mandatário, entre elas o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica. 

Durante a operação, a PF apreendeu US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na residência do ex-presidente. A suspeita dos investigadores é de que a quantia em dólares pudesse ser utilizada em uma eventual tentativa de fuga. A PF também localizou um pen drive escondido no banheiro da casa de Bolsonaro e uma cópia da petição inicial da rede social Rumble contra Moraes.

Além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro está proibido de acessar redes sociais, deve cumprir recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 7h e está impedido de manter contato com outros investigados ou réus no STF, dentre eles seu próprio filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A Polícia Federal sustenta que Jair Bolsonaro teria financiado uma operação internacional contra a soberania nacional e a independência dos Poderes, segundo apurou o jornalista Valdo Cruz, do g1. Conforme a investigação, tal ofensiva teria surtido efeitos concretos com o tarifaço recentemente anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A articulação teria sido conduzida por Eduardo Bolsonaro, com repasses de recursos feitos diretamente por seu pai.

Os ministros do STF consideram haver risco real de evasão por parte de Bolsonaro. Havia, nos bastidores da Corte, o temor de que ele solicitasse asilo político ao presidente norte-americano, Donald Trump.

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