Bolsonaro está em 'prisão domiciliar em regime semiaberto', afirmam investigadores
Por risco de fuga, Bolsonaro usa a partir de agora tornozeleira eletrônica e deve permanecer em casa durante a noite
247 - Investigadores da Polícia Federal avaliam que as medidas impostas contra Jair Bolsonaro (PL) têm, na prática, o efeito de uma prisão domiciliar em regime semiaberto. Na avaliação dos investigadores ouvidos pela jornalista Andréia Sadi, do g1, apesar de não estar formalmente detido, Bolsonaro está submetido a limitações, podendo pode sair de casa durante o dia, mas está proibido de fazê-lo entre 19h e 6h, além dos fins de semana.
As medidas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de uma nova operação da PF que teve como alvo o ex-presidente. Além das restrições de locomoção, Moraes proibiu Bolsonaro de se aproximar de embaixadas e consulados e determinou o uso de tornozeleira eletrônica.
Para investigadores da PF, a decisão também visa impedir uma possível tentativa de fuga do país. A preocupação aumentou com o precedente da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o Brasil após ser condenada à prisão pelo STF por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Ela segue em liberdade”, recordam os investigadores.
Outro ponto de alerta, de acordo com a reportagem, foi o fato de Bolsonaro ter admitido o envio de R$ 2 milhões ao filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado que reside nos Estados Unidos. A transferência foi interpretada como possível indício de planejamento de fuga ou suporte a ações internacionais de pressão política.
A nova operação da PF foi autorizada no inquérito que apura a suposta tentativa de Eduardo Bolsonaro de interferir no andamento da ação penal contra seu pai, relacionada à tentativa de golpe de Estado. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), há indícios de que Jair Bolsonaro tenha sido diretamente beneficiado pelas ações de Eduardo.
De acordo com os investigadores, Eduardo teria atuado para influenciar o governo dos Estados Unidos, em especial aliados do presidente norte-americano Donald Trump, com o objetivo de provocar retaliações a ministros do STF. A PGR, no início da semana, pediu a condenação de Jair Bolsonaro por crimes cujas penas somadas podem ultrapassar os 40 anos de prisão.
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