Após ação contra Bolsonaro, Eduardo sai em defesa de Trump e dispara ataques a Alexandre de Moraes: "gângster"
Apontado como responsável pelo tarifaço de Trump contra o Brasil, Eduardo Bolsonaro diz que Moraes estaria "tentando criminalizar Trump"
247 - Em reação à operação da Polícia Federal que teve como alvo seu pai, Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) divulgou nota nesta sexta-feira (18) em que ataca o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a quem acusa de agir como “um gângster político de toga”. Segundo ele, Moraes abandonou qualquer “aparência de imparcialidade” e estaria transformando o STF em sua “arma pessoal”.
A declaração foi feita após operação de busca e apreensão da PF nesta manhã contra Bolsonaro. Por decisão de Moraes, Bolsonaro passa a usar tornozeleira eletrônica, deve permanecer em casa durante a noite e aos finais de semana, está proibido de acessar redes sociais, de se aproximar de embaixadas e de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros e com outros investigados, dentre eles, Eduardo Bolsonaro.
O inquérito do qual Bolsonaro é alvo, sob relatoria de Moraes no STF, apura atentado à soberania nacional e outros crimes relacionados à atuação internacional da família Bolsonaro. No dia 9 de julho, o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, após tratativas que teriam sido articuladas por Eduardo.
“Recebi com tristeza — mas sem a menor surpresa — a notícia da operação da Polícia Federal na casa do meu pai nesta manhã. Há muito tempo alertamos sobre as ações de Alexandre de Moraes, um homem que há tempos abandonou qualquer aparência de imparcialidade e agora atua como um gângster político de toga, usando o Supremo Tribunal Federal como sua arma pessoal”, afirmou o deputado, em nota publicada em inglês.
Segundo Eduardo, o que está em curso é uma tentativa de criminalizar as ações do governo dos Estados Unidos: “O que torna essa decisão ainda mais ultrajante é o fato de ela se apoiar em ações tomadas pelo governo dos Estados Unidos, após o anúncio do presidente Donald Trump de tarifas contra o Brasil — como se isso, de alguma forma, configurasse um crime”.
Na visão do parlamentar, Moraes estaria se valendo da impotência para agir contra os EUA ao usar Jair Bolsonaro como “refém”: “na essência, Alexandre está tentando criminalizar o presidente Trump e o governo dos Estados Unidos. Sem poder para agir contra eles, escolheu fazer do meu pai um refém. E, ao fazer isso, não está apenas atacando a democracia brasileira — está comprometendo de forma imprudente a relação do Brasil com seu aliado mais importante. Isso é sabotagem institucional, pura e simples”.
Eduardo ainda encerrou a nota com tom de enfrentamento. “Mas não vai funcionar. Não vamos recuar. Silenciar meu pai não será o mesmo que silenciar o Brasil. Eu, junto com milhões de brasileiros, continuarei me manifestando — com mais força, mais volume e mais determinação — até que a nossa voz se torne ensurdecedora”.
A investigação do STF busca esclarecer se a imposição de tarifas comerciais pelo governo Trump contra o Brasil foi articulada por Eduardo com apoio do pai, como parte de uma retaliação política contra autoridades brasileiras. A conduta pode configurar crime contra a soberania nacional.