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Alexandre de Moraes mantém prisão do hacker Walter Delgatti

Ministro do STF rejeita liberdade para Walter Delgatti, condenado por invadir o CNJ a mando de Carla Zambelli, foragida após pena de 10 anos

Walter Delgatti Neto (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Ministro do STF rejeita liberdade para Walter Delgatti, condenado por invadir o CNJ a mando de Carla Zambelli, foragida após pena de 10 anos

247 - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a prisão preventiva de Walter Delgatti Neto, conhecido por seu envolvimento em ataques cibernéticos de cunho político, informa o Metrópoles. Delgatti foi condenado a oito anos de prisão pela Primeira Turma do STF após invadir, em 2023, os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), numa ação orquestrada com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente foragida.

Na decisão, Moraes afirmou que “as condutas pelas quais Walter Delgatti Neto foi condenado são gravíssimas e ferem com os bens jurídicos tutelados, inexistindo qualquer fato novo que possa alterar os requisitos e fundamentos da decisão que decretou e das que mantiveram a prisão preventiva”. O despacho reafirma o entendimento da Corte de que o acusado representa risco à ordem pública e institucional.

Condenação por ação contra o Judiciário - Delgatti e Zambelli foram condenados em maio deste ano por ações criminosas que visavam minar a credibilidade do Judiciário. Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), a parlamentar foi responsável por coordenar a invasão de sistemas usados pelo Judiciário para inserir documentos falsificados, com o objetivo de adulterar informações oficiais e criar instabilidade institucional.

A ofensiva incluiu tentativas de forjar mandados judiciais contra o próprio ministro Alexandre de Moraes, como um falso mandado de prisão, além de ordens simuladas de bloqueio de bens e quebra de sigilo bancário.

Entre agosto de 2022 e janeiro de 2023, os acusados teriam invadido seis sistemas do Judiciário em pelo menos 13 ocasiões, segundo apuração da Ação Penal 2428. Nessas incursões, foram inseridos ao menos 16 documentos adulterados.

Crime com motivação política - A PGR sustenta que a intenção dos envolvidos era “adulterar dados, tudo no intuito de prejudicar a administração do Judiciário, da Justiça e da credibilidade das instituições e gerar, com isso, vantagens de ordem política para a denunciada”. A acusação ressalta que Zambelli teria oferecido a Delgatti uma formalização de contrato parlamentar em troca da execução dos ataques.

Delgatti e Zambelli respondem pelos crimes de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica. Ambos negam as acusações.

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