Advogado do general Augusto Heleno questiona atuação de Moraes e destaca disparidade nas perguntas
Defensor do ex-ministro do GSI aponta que ministro do STF fez 302 perguntas contra 59 da PGR em depoimento de testemunhas
247 - O advogado Matheus Milanez, defensor do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, criticou nesta quarta-feira (3) a postura do ministro Alexandre de Moraes durante os depoimentos das testemunhas de defesa dos réus envolvidos na trama golpista. As informações são da Folha de S. Paulo.
Em sua manifestação, Milanez destacou a disparidade no número de perguntas feitas pelo relator: 302 de Moraes contra apenas 59 da Procuradoria-Geral da República (PGR). A crítica do advogado foi dirigida à atuação do ministro, que, segundo ele, ultrapassou a função de imparcialidade esperada de um juiz.
"Uma das testemunhas foi questionada pelo ministro-relator sobre uma publicação em redes sociais. Nós vemos uma atuação ativa do ministro-relator ao interrogar testemunhas. O juiz deve ser imparcial. Então, por que ele tomou a iniciativa de investigar as redes sociais das testemunhas? A quem cabe o ônus da prova? Ao Ministério Público", disse Milanez, questionando a postura de Moraes e sugerindo que isso fere os princípios de isenção esperados no processo.
O advogado também comentou sobre o papel de Augusto Heleno durante o governo Bolsonaro, mencionando que o afastamento do general foi uma consequência direta da aliança entre o então presidente e os partidos do centrão. De acordo com Milanez, esse afastamento é uma prova de que Heleno não teve papel central na estratégia de ataque às urnas, como alegado por alguns setores.
"Ele [Heleno] sempre se posicionou contra a política tradicional. Esse posicionamento claro, desde o início do mandato, se intensificou quando Bolsonaro se aproximou do centrão e se filiou ao PL. Isso gerou um afastamento de Heleno da cúpula do poder", afirmou o advogado.
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