Maduro afirma que Venezuela está preparada para defender sua soberania com cinco mil mísseis russos
Presidente venezuelano destaca poder de defesa nacional diante da escalada militar dos Estados Unidos no Caribe
247 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou nesta quarta-feira (22) que o país está pronto para proteger sua soberania e a paz na região, contando com um arsenal de 5.000 mísseis russos Igla-S, de tecnologia antiaérea. A fala ocorre em um momento de crescente tensão no Caribe, provocado pelas operações militares dos Estados Unidos próximas ao território venezuelano.
As informações foram divulgadas pela Folha de S.Paulo, que relatou que o anúncio coincidiu com uma ofensiva norte-americana em águas internacionais do Pacífico, na qual duas pessoas morreram, segundo o secretário da Guerra Pete Hegseth. O episódio intensificou as preocupações na América Latina quanto ao aumento da presença militar dos EUA na região.
Durante um pronunciamento televisionado, Maduro ressaltou que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas estão equipadas e preparadas para garantir a estabilidade do país. “Qualquer força militar no mundo conhece o poder do Igla-S, e a Venezuela possui nada menos que 5.000 Igla-S”, afirmou. O presidente destacou que milhares de operadores venezuelanos estão “em posições-chave de defesa antiaérea para garantir a paz, a estabilidade e a tranquilidade do nosso povo”.
O sistema Igla-S, de fabricação russa, é um equipamento portátil de defesa projetado para interceptar aeronaves, helicópteros e drones em baixa altitude. Maduro explicou que os mísseis já foram utilizados em treinamentos militares e fazem parte da estratégia de defesa do território nacional diante de possíveis ameaças externas.
Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou novas ações militares sob o pretexto de combater o narcotráfico. “Vamos atacá-los com muita força quando vierem por terra; eles ainda não experimentaram isso”, declarou. O governo norte-americano tem intensificado operações na América Latina, o que especialistas consideram uma das campanhas mais agressivas da região nas últimas décadas.
Em resposta, Maduro denunciou o que chamou de “ameaça militar mais letal” já enfrentada pela Venezuela e apelou à comunidade internacional para que se evite um conflito. “Diga ao povo dos Estados Unidos: não à guerra. Não queremos uma guerra no Caribe e na América do Sul”, disse o presidente, encerrando em inglês com um apelo direto: “Sem guerra, por favor, por favor, por favor. Me escutem”.
O governo venezuelano reafirma que sua política de defesa é estritamente voltada à proteção do território e da população, em consonância com o direito internacional. Três especialistas independentes do Conselho de Direitos Humanos da ONU também condenaram as operações dos EUA, afirmando que elas “violam as obrigações internacionais fundamentais de não intervir nos assuntos internos de outro país”. Para os relatores, as ações americanas “constituem uma escalada extremamente perigosa, com graves implicações para a paz e a segurança na região do Caribe”.
Em meio à crescente pressão externa, Caracas reforça seu compromisso com a estabilidade regional e com o diálogo. O discurso de Maduro reflete uma posição de resistência e defesa da autodeterminação nacional, frente a uma ofensiva militar que, segundo observadores internacionais, ameaça a paz em toda a América Latina.


