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Intervenções estrangeiras podem causar 'danos maiores' na América Latina, diz Lula

Presidente defendeu a região como zona de paz e afirmou que ingerências externas podem aprofundar a instabilidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - 26/09/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (20) que preservar a América Latina e o Caribe como uma zona de paz é prioridade para o Brasil. Em discurso no Palácio do Itamaraty, em Brasília, ele alertou que “intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar”. As declarações foram feitas durante a cerimônia de entrega de cartas credenciais a novos embaixadores.

Lula não citou explicitamente nem a Venezuela nem os Estados Unidos, mas destacou que o continente atravessa um período de “polarização e instabilidade” que exige cautela dos governos da região.

Discurso em defesa da soberania regional

No pronunciamento, o presidente ressaltou que a América Latina e o Caribe formam um território livre de armas de destruição em massa e sem conflitos étnicos ou religiosos. Para ele, essa característica precisa ser preservada com diálogo e cooperação.

“Na América Latina e Caribe também vivemos um momento de crescente polarização e instabilidade. Manter a região como zona de paz é nossa prioridade. Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos ou religiosos. Intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar”, declarou Lula diante dos diplomatas.

Na última quarta-feira (15), Trump confirmou ter autorizado a CIA, agência de espionagem norte-americana com um histórico de golpes e interferências na América Latina, a realizar operações secretas na Venezuela com o objetivo de derrubar o governo de Nicolás Maduro.

Além disso, os EUA deslocaram navios de guerra para o mar do Caribe e mantêm pelo menos dez embarcações próximas à costa venezuelana, sob o pretexto de combater o “narcoterrorismo”.

O gesto reacende memórias do intervencionismo norte-americano que marcou o continente durante o século XX — do golpe de 1954 na Guatemala ao apoio à ditadura chilena em 1973. Para Brasília, esse tipo de ação representa uma ameaça direta à estabilidade regional e viola os princípios de soberania e autodeterminação dos povos, pilares da política externa defendida por Lula desde seus primeiros mandatos.

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