Por Bianca Penteado, de Pequim – O cônsul-geral do Brasil em Xangai, Augusto Pestana, enfatizou que, embora o país não tenha aderido formalmente à Iniciativa Cinturão e Rota, os investimentos chineses em território brasileiro seguem em expansão. As declarações foram dadas em uma entrevista exclusiva ao Brasil 247 durante o 8º Diálogo entre as Civilizações da China e da América Latina e do Caribe, realizado em Wuxi, na última sexta-feira (12).
“Apesar de o Brasil não ser formalmente membro do Belt and Road, os investimentos estão acontecendo, investimentos chineses no Brasil e em infraestrutura, inclusive”, destacou o diplomata.
Ele também exaltou a existência de um grupo de trabalho bilateral, criado após encontros recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente chinês Xi Jinping, voltado para explorar sinergias entre o novo PAC e a Rota da Seda chinesa.
Lançada em 2013, a Iniciativa Cinturão e Rota, também chamada de Nova Rota da Seda, tem a proposta de estabelecer uma ampla malha de infraestrutura em países parceiros da China. O projeto, conduzido por empresas chinesas, envolve a construção de portos, aeroportos, estradas e usinas de energia.
A iniciativa já conta com mais de 100 nações participantes e mobilizou mais de US$ 1 trilhão em investimentos até 2024.
Mesmo sem adesão formal à Nova Rota da Seda, o Brasil se tornou um dos principais destinos de investimentos chineses no mundo, ocupando a terceira posição global e a primeira, fora da Europa.&nbsp;
Apenas no ano passado, a China aportou US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões) em diversos setores da economia brasileira, segundo estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).
<h2>Comércio bilateral em alta</h2>
Nos últimos dez anos, as trocas comerciais entre Brasil e China renderam ao lado brasileiro um superávit de US$ 276 bilhões, valor que corresponde a 51% de todo o saldo positivo obtido pelo Brasil no período. Apenas em 2024, o mercado chinês absorveu 28% das exportações brasileiras e foi responsável por 24% das importações.
Ao comentar o futuro da parceria entre Brasil e China, Pestana enfatizou que as perspectivas são “excelentes”: “Você tem um cenário de uma demanda muito grande, fruto desse crescimento da economia chinesa, e o Brasil produz produtos que são particularmente demandados pela China. Então, você vai continuar a ter um desempenho muito positivo em setores como agronegócio e mineração”, disse.

Bianca Penteado

Bandeiras do Brasil e da China por ocasião de visita do presidente Lula a Pequim
13/05/2025


original

1250x600

610x380

1280x490

300x400

500x240

321x200

square

360x640

320x320

3000x1800

thumbnail

viewImage

Entrevistas

Brasil avança em parceria com China mesmo sem adesão à Nova Rota da Seda: “Investimentos estão acontecendo”

247 - O governo da Venezuela denunciou um incidente envolvendo a Marinha dos Estados Unidos na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do país. Segundo informações divulgadas pelo Correo del Orinoco, o chanceler Yván Gil afirmou que um navio de guerra norte-americano realizou uma abordagem hostil a uma embarcação pesqueira venezuelana, detendo ilegalmente nove pescadores na última sexta-feira (12) .Em coletiva na Casa Amarela, sede da chancelaria, Gil relatou que a fragata USS Jason Dunham (DDG109) interceptou o barco pesqueiro Carmen Rosa, impedindo que a tripulação continuasse suas atividades. “Trata-se de uma provocação direta e de uma agressão contra a nossa nação”, declarou o ministro, classificando a ação como um ato desproporcional e ilegítimo.
<h3>Ação militar e ocupação da embarcação</h3>
De acordo com o chanceler, o navio norte-americano enviou 18 militares fortemente armados para ocupar a embarcação venezuelana por cerca de oito horas. Durante esse período, os pescadores foram privados de comunicação e de seu trabalho habitual.
“Uma operação que carece de qualquer proporcionalidade estratégica e constitui uma provocação direta por meio do uso ilegal de meios militares exagerados”, afirmou Gil. Ele ressaltou que a embarcação abordada não representava risco e estava em plena atividade legal de pesca.
<h3>Objetivos políticos por trás da ação</h3>
Yván Gil também argumentou que a iniciativa da Marinha norte-americana teria como finalidade criar um incidente diplomático que justificasse uma escalada militar no Caribe. “Essas provocações buscam sustentar uma política fracassada de mudança de regime, rejeitada inclusive pelo próprio povo americano”, declarou.
<h3>Monitoramento das Forças Armadas Venezuelanas</h3>
O chanceler destacou ainda que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) acompanharam o episódio em tempo real com apoio de meios aéreos, navais e de vigilância. Segundo Gil, os pescadores foram monitorados pelas forças de segurança venezuelanas até a sua liberação.
O episódio reforça as tensões históricas entre Caracas e Washington, que vêm se agravando nos últimos anos em meio a disputas políticas, econômicas e estratégicas no Caribe.

José Reinaldo

O navio de guerra USS Jason Dunham interceptou o navio "Carmen Rosa" na zona econômica exclusiva da Venezuela

América Latina

Venezuela protesta por ataque hostil dos EUA contra embarcação pesqueira na Zona Econômica Exclusiva

247 - A dirigente venezuelana Blanca Eekhout, presidenta do Instituto Simón Bolívar, declarou que o modelo hegemônico unipolar liderado pelos Estados Unidos entrou em colapso. 
A afirmação foi feita durante um programa especial transmitido pela Televisão Venezuelana (VTV), conforme noticiou o Correo del Orinoco. Para Eekhout, a presença militar norte-americana no sul do Caribe, apresentada como combate ao narcotráfico, representa uma ameaça não apenas à Venezuela, mas a toda a região.
Segundo a integrante da Direção Nacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Washington enfrenta fragilidades econômicas, políticas e militares diante da ascensão de novas potências. “O imperialismo americano está desesperado porque o modelo hegemônico unipolar entrou em colapso”, declarou. Ela acrescentou que a busca por energia e recursos torna urgente para os EUA expandirem influência sobre a América Latina.
Eekhout destacou que o sistema capitalista, sustentado pela política externa de Washington, se tornou inviável em sua fase imperialista. “Só pode trazer morte, e é isso que a humanidade está enfrentando”, afirmou. Para a dirigente, as ambições expansionistas dos Estados Unidos foram neutralizadas na Venezuela e em outros países latino-americanos, enquanto tentavam consolidar influência de áreas estratégicas que vão “do Alasca às Ilhas Malvinas”.
No contexto do Quinto Congresso do PSUV, que teve como lema “em defesa da pátria”, Eekhout enfatizou que a plenária discutiu medidas de organização interna e fortalecimento da democracia participativa. “Devemos garantir a paz, a vida, o funcionamento e a governabilidade por meio do autogoverno. Nossa democracia garante a participação popular, direta e revolucionária”, afirmou.

Blanca Eekhout (esq.) durante entrevista à VTV

Blanca Eekhout, presidenta do Instituto Simón Bolívar, afirma que hegemonia unipolar dos EUA entrou em colapso

247 - Em um contexto de crescente tensão nas relações entre Cuba e os Estados Unidos, a Casa Branca reafirmou sua decisão de manter o bloqueio econômico, comercial e financeiro à ilha, utilizando para isso uma ferramenta jurídica que remonta à Primeira Guerra Mundial.
“O uso de uma lei que não deveria ter lugar nas relações internacionais contemporâneas demonstra a determinação do governo dos EUA em manter a estrutura do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba, ignorando a rejeição esmagadora da comunidade internacional e o clamor dentro dos próprios Estados Unidos para acabar com essa política”, destaca Raúl Antonio Capote, em artigo no jornal Granma .
A renovação da chamada Lei de Comércio com o Inimigo (TWEA), uma legislação antiquada de 1917, foi recentemente anunciada pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida, que permanecerá em vigor até 14 de setembro de 2026, continua a ser um dos principais instrumentos de pressão de Washington contra Cuba, ignorando a forte oposição internacional e os apelos internos para o fim da política de bloqueio.
A renovação da TWEA foi formalizada em um documento publicado em 4 de setembro no Federal Register, após a assinatura do presidente Trump em 29 de agosto. De acordo com o Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, esta decisão reflete a "determinação do governo dos EUA em sufocar a economia cubana", utilizando um dispositivo legal que se revela cada vez mais desajustado para as necessidades e os desafios do cenário internacional contemporâneo. Em suas declarações, Rodríguez Parrilla destacou, por meio de sua conta oficial no X, que essa medida é parte de um esforço contínuo dos Estados Unidos para aumentar a pressão sobre o povo cubano.
O funcionamento da Lei de Comércio com o Inimigo concede ao presidente dos Estados Unidos a autoridade de regular as exportações para Cuba e, consequentemente, renovar anualmente o embargo, mantendo as restrições a produtos e serviços cruciais para a economia cubana. Além disso, a lei permite um controle rigoroso sobre transações financeiras e comerciais com o país, ampliando a fiscalização de atividades comerciais, especialmente em setores sensíveis. Segundo analistas, essa renovação reafirma a estratégia de cerco dos EUA, cujo objetivo declarado é gerar dificuldades econômicas que, na visão de Washington, possam levar à mudança de regime em Cuba.
Em resposta a essa nova renovação da TWEA, diversos países e organizações internacionais têm se manifestado contra a continuidade do bloqueio. A comunidade internacional tem repetidamente condenado a manutenção da política hostil, que, de acordo com especialistas, não traz resultados positivos e apenas contribui para o sofrimento da população cubana. No entanto, a resistência do povo cubano e o apoio de aliados internacionais têm sido fundamentais para garantir a sobrevivência da ilha, que, apesar das dificuldades impostas, mantém uma sólida frente contra as pressões externas.
A renovação da TWEA e o endurecimento das políticas dos Estados Unidos contra Cuba ilustram a continuidade de uma estratégia que já foi tentada diversas vezes ao longo da história, mas que nunca conseguiu alcançar seu objetivo de derrubar o governo cubano. O bloqueio econômico, que se arrasta por mais de seis décadas, continua sendo um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento econômico de Cuba, enquanto a solidariedade internacional e a resistência interna são vistas como os principais fatores que têm barrado o impacto mais devastador dessas medidas punitivas.
“Washington continua sua estratégia de cerco para gerar fome e desespero entre as famílias cubanas, um objetivo que historicamente fracassou graças à resistência do povo cubano e à solidariedade internacional”, enfatiza o autor.

O bloqueio a Cuba contraria uma tendência internacional de apoio à ilha socialista

Em tentativa de intensificar bloqueio, EUA renovam aplicação de lei de 1917 contra Cuba

247 - A Venezuela e a Rússia reforçaram, nesta terça-feira (9), seu compromisso mútuo com a defesa da soberania nacional e da paz regional, em um encontro entre o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, e o embaixador russo em Caracas, Sergey Mélik. Segundo informações divulgadas por Gil em seu canal no Telegram, a reunião foi considerada "altamente produtiva", e os dois diplomatas discutiram as recentes ameaças dos Estados Unidos, especialmente no contexto da mobilização militar no Mar do Caribe.
O encontro aconteceu em um momento de crescente tensão, com a Venezuela se defendendo de uma série de ações que são tentativas de desestabilização de sua soberania. Em sua publicação, o ministro Yván Gil detalhou que a conversa com o embaixador russo abordou a construção de um mundo multipolar, além de fortalecer a aliança entre Caracas e Moscou. "Nosso compromisso com a defesa de nossa soberania e a paz regional é inabalável", afirmou o chanceler venezuelano.
Por sua vez, Sergey Mélik reiterou a solidariedade da Rússia com a Venezuela diante das ameaças diretas dos Estados Unidos, que justificam a mobilização militar no Caribe sob o pretexto de combater o narcotráfico. O diplomata russo destacou a importância de continuar fortalecendo os laços bilaterais, especialmente frente aos desafios impostos por Washington.
Nos últimos dias, a Venezuela intensificou suas mobilizações internas, com uma campanha nacional em defesa de sua soberania e contra uma guerra psicológica orquestrada para justificar possíveis intervenções militares. No início deste mês, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, se reuniu com o embaixador venezuelano em Moscou, Jesús Salazar Velásquez, e reafirmou o apoio de seu país às autoridades bolivarianas. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia também emitiu uma nota de solidariedade, condenando o uso de pressões políticas e ações militares contra nações independentes.
Além disso, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, conversou com a vice-presidente executiva da Venezuela, Delcy Rodríguez, e reiterou o apoio da Rússia ao governo de Nicolás Maduro. Em nota oficial, ambos revisaram aspectos da agenda bilateral, destacando a cooperação contínua entre os dois países.
As ações militares dos Estados Unidos, que afirmam ter como objetivo o combate ao narcotráfico, contrastam com as observações das Nações Unidas e da União Europeia, que apontam a Venezuela como uma nação "livre de narcóticos". Enquanto isso, governos ao redor do mundo têm se solidarizado com a Venezuela, especialmente diante das acusações de intervenções externas. A comunidade internacional expressa apoio ao direito da Venezuela de manter sua soberania e de se preservar como uma zona de paz, longe de conflitos armados e pressões externas.
A relação entre Caracas e Moscou continua a se fortalecer, à medida que ambos os países buscam consolidar uma parceria estratégica para enfrentar as adversidades impostas por potências ocidentais.

O embaixador da Rússia Sergey Mélik e o chanceler venezuelano Iván Gil em encontro em Caracas

Venezuela e Rússia reafirmam compromisso com soberania e paz regional

247 - O presidente colombiano, Gustavo Petro, defendeu nesta terça-feira (9) a união da América do Sul após o governo Donald Trump (EUA) determinar o envio de tropas militares na região do Caribe, próxima à costa da Venezuela. 
“Caiu um míssil sobre uma lancha civil venezuelana ou de Trinidade e Tobago, ainda não está claro, mas houve morte de civis. Eles estavam levando cocaína? Não sabemos. Foram alvejados em águas de Trinidad e Tobago [país do Caribe]. Isso é um assassinato. A América Latina é a dona do Caribe e ela vai ter que suportar isso e ficar calada?”, questionou.
Segundo Petro, existem problemas políticos na Venezuela, mas ataques militares não ajudarão o país presidido por Nicolás Maduro. “Eu não reconheci o governo venezuelano nas últimas eleições, nem o Brasil, e somos criticados.”
Os EUA alegam que o deslocamento de militares para a região caribenha é necessário para combater o narcoterrorismo. O governo americano também anunciou uma recompensa de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação do líder venezuelano.

Leonardo Lucena

No Brasil, Gustavo Petro condena assassinatos cometidos pelos EUA na América Latina e promete resistência

247 - O Bank of America (BofA) avaliou, em relatório citado pelo portal Investing.com, que a esperada redução das taxas de juros pelo Federal Reserve deve abrir espaço para cortes mais agressivos nos juros do Brasil, da Colômbia e do México nos próximos anos. Segundo a análise, o Fed deve promover uma redução acumulada de 125 pontos-base até o final de 2026, começando por um corte de 25 pontos-base em setembro de 2025.
De acordo com a instituição, a trajetória dos juros americanos terá impacto direto nas economias latino-americanas. “Taxas de curto prazo mais baixas nos EUA facilitam cortes na América Latina, especialmente no México, que tem uma economia mais ligada à dos EUA”, destacou o BofA.
<h3>Cenário de juros elevados na região</h3>
Atualmente, as principais economias latino-americanas mantêm taxas básicas em patamares historicamente altos. No Brasil, a Selic está em 15% (11% em termos reais, considerando a inflação projetada para 2026). Na Colômbia, a taxa é de 9,25% (6,25% real), enquanto no México encontra-se em 7,75% (4,25% real). Esses números superam as estimativas de taxas neutras divulgadas pelos próprios bancos centrais.
O BofA projeta quedas expressivas até dezembro de 2026: a Selic deve recuar para 11,25%, a taxa colombiana para 7% e a mexicana para 6,5%. O banco cita a combinação de inflação global controlada, crescimento mais fraco nos Estados Unidos e na China e limitações no preço do petróleo como fatores que favorecem o afrouxamento monetário na região.
<h3>Brasil: cortes antecipados pelo Banco Central</h3>
No caso brasileiro, o relatório prevê que o Banco Central inicie os cortes em dezembro de 2025, antecipando o consenso de mercado, que aponta início apenas em janeiro de 2026. “A consolidação da desaceleração na atividade econômica favorece nossa previsão de um corte de juros pelo BCB em dezembro”, afirmou a instituição.
Entre os riscos apontados estão uma política fiscal mais expansionista, a desvalorização do real e tensões geopolíticas, fatores que podem limitar a velocidade do ciclo de queda da Selic.
<h3>Colômbia: expectativa fora do consenso</h3>
Na Colômbia, o BofA sustenta que a taxa de juros cairá para 7% até o final de 2026, abaixo dos 8,5% precificados atualmente pelos mercados. O corte de 25 pontos-base previsto para setembro de 2025, entretanto, foi adiado para dezembro após sinais de cautela do banco central colombiano diante do aumento do salário mínimo e da demanda interna.
“Não acreditamos que a demanda doméstica esteja muito forte”, ressaltou a instituição, avaliando que o crescimento recente decorre de estímulos temporários, como políticas salariais e remessas de recursos.
<h3>México: Banxico deve aprofundar o ciclo de cortes</h3>
Já o México, que reduziu a taxa básica para 7,75% ao longo de 2025, deve prosseguir com a trajetória de afrouxamento até atingir 6,5% em 2026. Segundo o BofA, a inflação deve se manter abaixo de 4% nos próximos trimestres, favorecida pela atividade econômica enfraquecida, criação de empregos modesta e valorização relativa do peso.
“Os cortes do Fed reforçam ainda mais nosso caso”, observou a corretora. Mesmo assim, o relatório alerta para riscos, como a inflação de serviços puxada por salários e os efeitos de tarifas sobre produtos importados da China.
<h3>Riscos e condicionantes</h3>
Apesar da perspectiva de cortes significativos, o BofA chama atenção para possíveis obstáculos: juros americanos mais altos por mais tempo, valorização do dólar, choques no petróleo e pressões fiscais internas, especialmente no Brasil e na Colômbia.
Em sua análise, o banco reforça que a ausência de fortes pressões inflacionárias globais e o desaquecimento das duas maiores economias do mundo criam uma janela para os países latino-americanos reduzirem de forma expressiva seus juros até 2026.

Luis Mauro Filho

Presidente do FED, Jerome Powell, dá entrevista coletiva

Brasil

Fed abre espaço para cortes de juros no Brasil, aponta banco dos EUA

247 - A maioria dos países que compõem a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) manifestou preocupação com a presença militar dos Estados Unidos no Caribe, sobretudo na costa da Venezuela. A declaração foi apresentada pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e divulgada nesta quinta-feira (4), segundo a Telesur.&nbsp;
No comunicado, Petro destacou que “a grande maioria dos membros da Celac assinam pela paz na América Latina e no Caribe” e ressaltou que “uma minoria se opôs” ao texto que denuncia as ameaças de instabilidade regional provocadas pela atuação norte-americana. O documento contou com o apoio de 21 países, entre eles Brasil, México, Cuba, Chile, Uruguai, Colômbia e Venezuela.
Defesa da paz e da soberania regional
A nota reafirma o compromisso da Celac com a preservação da paz, da democracia, do desenvolvimento e da integridade territorial na região. Os governos recordaram que a América Latina e o Caribe foram proclamados Zona de Paz, reforçando princípios como a não ingerência em assuntos internos, o respeito à soberania nacional e a busca por soluções pacíficas para controvérsias.
O texto também remete ao Tratado de Tlatelolco, que consagrou a América Latina e o Caribe como a primeira região densamente povoada livre de armas nucleares. O marco histórico foi lembrado como símbolo da luta contra a proliferação nuclear.
Desafios comuns e cooperação regional
Além de repudiar a movimentação militar no Caribe, os países reconheceram que o crime organizado transnacional e o tráfico de drogas representam “uma ameaça significativa para alcançar sociedades pacíficas e inclusivas”. Nesse sentido, expressaram disposição em ampliar a cooperação regional e internacional, sempre com base no respeito ao direito internacional.
A mensagem da Celac é divulgada em meio a um contexto de crescente tensão entre Washington e Caracas, intensificado após o envio de navios militares dos Estados Unidos para águas próximas à Venezuela — medida interpretada como uma ameaça direta à soberania do país sul-americano.

Navios de guerra dos EUA no Mar do Caribe

Países da Celac alertam sobre a presença militar dos EUA no Caribe e defendem a paz na região

247 - A Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) anunciou neste domingo (31) a convocação de uma reunião de urgência de seus chanceleres para tratar do recente envio de tropas dos Estados Unidos ao Caribe. A informação foi divulgada pela Telesur e confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, país que exerce atualmente a Presidência Pro Tempore do bloco.
O encontro, que será realizado de forma virtual nesta segunda-feira (1º), terá como foco central a análise dos riscos que a mobilização militar norte-americana representa para a soberania, a paz e a estabilidade da região, declarada oficialmente “Zona de Paz” em 2014. A chanceler colombiana, Rosa Yolanda Villavicencio Mapy, conduzirá as discussões.&nbsp;
<h3>Defesa da soberania e da integração regional</h3>
De acordo com comunicado divulgado pela chancelaria colombiana, o objetivo da reunião é “sustentar uma reflexão profunda sobre a preservação da soberania, da independência política e da integridade territorial dos Estados-membros, bem como reafirmar a rejeição a qualquer ingerência externa que afete a estabilidade regional”.
O documento ressalta ainda que o debate se dará em ambiente de “respeito aos princípios do direito internacional, da não intervenção em assuntos internos, da resolução pacífica de controvérsias e da proibição do uso da força”.
<h3>Canal de diálogo diante da tensão no Caribe</h3>
A convocatória da Celac enfatiza a necessidade de reforçar os canais de diálogo e a cooperação política como alternativa às tensões crescentes. “Os desafios transnacionais exigem respostas conjuntas e coordenadas”, destacou a nota oficial.
O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia explicou que o encontro foi chamado com base no Estatuto de Funcionamento Orgânico da Celac, aprovado em 2011, que autoriza a Presidência Pro Tempore a organizar reuniões extraordinárias sempre que houver circunstâncias excepcionais.
<h3>Expectativas para a reunião</h3>
Com a presença dos ministros das Relações Exteriores dos países-membros, a expectativa é de que o bloco defina uma posição conjunta diante da presença militar dos Estados Unidos no Caribe e suas possíveis repercussões sobre a segurança e a paz regionais.
As autoridades diplomáticas esperam que o encontro produza um consenso firme em defesa da soberania latino-americana e caribenha, reafirmando a vocação da Celac como fórum de integração e cooperação frente a pressões externas.

Celac convoca reunião de emergência em resposta à movimentação militar dos EUA no Caribe

247 – A Rússia está em tratativas com diversas nações latino-americanas para estabelecer novos acordos de isenção de vistos a turistas, medida que tem como objetivo estimular o turismo e reforçar as relações bilaterais. A informação foi divulgada pela Sputnik Brasil, que destaca o interesse do governo russo em ampliar sua presença e influência na região, ao mesmo tempo em que oferece vantagens concretas para cidadãos dos países envolvidos.
No caso do Brasil, o acordo de isenção de vistos entre os dois países completará 20 anos em 2025. Firmado em 2005, ele permite que brasileiros e russos circulem por até 90 dias sem a necessidade de visto, um marco que serviu de base para que Moscou buscasse acordos semelhantes com outros parceiros latino-americanos. Esse histórico de cooperação reforça a disposição russa em expandir sua política de aproximação com a região.
<h2>Contexto histórico e geopolítico</h2>
O anúncio acontece em meio a um cenário de crescente busca por diversificação de alianças diplomáticas na América Latina. A região tem se consolidado como espaço estratégico para potências globais que procuram contrabalançar a predominância dos Estados Unidos. A Rússia, por sua vez, vê na ampliação de acordos de isenção de vistos uma forma de consolidar sua política externa e reduzir barreiras à circulação de pessoas.
Segundo a Sputnik Brasil, a iniciativa também se insere em um contexto no qual Moscou busca alternativas às sanções impostas por países ocidentais. Ao estreitar laços com a América Latina, a Rússia fortalece parcerias comerciais e institucionais com uma região que compartilha interesses comuns de soberania e multipolaridade no cenário internacional.
<h2>Benefícios esperados e possíveis impactos</h2>
Especialistas apontam que a facilitação de viagens pode trazer impactos diretos no setor de turismo, criando novas oportunidades para companhias aéreas, redes hoteleiras, agências de viagem e operadores de turismo local. Além disso, o fluxo maior de visitantes tende a gerar efeitos positivos no comércio, na gastronomia e na cultura.
Outro ponto relevante é o fortalecimento da diplomacia. A medida, além de estimular o turismo, reforça a imagem da Rússia como um parceiro disposto a construir relações de longo prazo. Para os países latino-americanos, trata-se de uma oportunidade de diversificação de relações internacionais e de acesso a novos mercados de visitantes, o que inclui também potenciais investimentos.
<h2>Diplomacia em movimento</h2>
A iniciativa russa de buscar acordos de isenção de vistos reflete um movimento global de reconfiguração das alianças políticas e econômicas. Ao se aproximar da América Latina, Moscou envia um recado direto ao Ocidente: sua política externa não se limita às fronteiras da Eurásia e busca, cada vez mais, consolidar presença em regiões estratégicas para a ordem multipolar em construção.
O marco dos 20 anos do acordo Brasil–Rússia simboliza o êxito dessa estratégia. Desde 2005, milhares de turistas dos dois países se beneficiaram da isenção de vistos, facilitando o intercâmbio cultural e fortalecendo as relações diplomáticas. Agora, a expectativa é que outras nações latino-americanas sigam o mesmo caminho, consolidando uma rede mais ampla de integração com Moscou.

Redação Brasil 247

Pessoas atravessam a Praça Vermelha perto da Catedral de São Basílio e da Torre Spasskaya do Kremlin, no centro de Moscou, Rússia

Mundo

Rússia negocia com países latino-americanos isenção de vistos para turistas

247 - A International Finance Corporation (IFC) e o BTG Pactual anunciaram uma parceria estratégica para "impulsionar sustentabilidade e desenvolvimento" no Brasil e na América Latina, com a meta de mobilizar até US$ 1 bilhão em investimentos conjuntos até o final de 2028. A parceria visa alavancar recursos e expertise para promover iniciativas que beneficiem o meio ambiente e o desenvolvimento social da região, conforme comunicado divulgado nesta quinta-feira.
De acordo com a parceria, o BTG Pactual será responsável por identificar oportunidades de cofinanciamento, participação acionária e investimentos em fundos. A IFC, por sua vez, trará suas soluções financeiras e técnicas para garantir que os recursos sejam direcionados de maneira eficaz e eficiente. Os investimentos previstos incluem projetos focados na bioeconomia da Amazônia, desenvolvimento social e ambiental, além de iniciativas em infraestrutura e empresas de private equity.
Em declarações no comunicado, Roberto Sallouti, presidente-executivo do BTG Pactual, destacou a importância de um uso criterioso dos recursos: "A alocação desses recursos será feita com cuidado, aderindo a critérios técnicos e financeiros, para que os investimentos a serem disponibilizados pela IFC sejam utilizados para promover as mudanças de que precisamos para uma economia mais sustentável". Sallouti sublinhou que os investimentos devem ter um impacto positivo nas transformações necessárias para um futuro mais sustentável.
Alfonso García Mora, vice-presidente regional da IFC para Europa, América Latina e Caribe, reforçou a importância do setor privado no avanço da agenda climática: "O setor privado pode e deve ser um ator fundamental no avanço da agenda climática e na condução de iniciativas transformadoras que melhorem vidas e promovam o crescimento econômico", afirmou Mora.

Economia

IFC e BTG Pactual firmam parceria para investir até US$ 1 bilhão em sustentabilidade

247 - O chanceler da Venezuela, Yvan Gil, se pronunciou nesta quinta-feira (28) sobre um telefonema com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, abordando questões de segurança e as ameaças militares à América Latina e ao Caribe. O comunicado detalhou a conversa e os pontos destacados pelos dois chanceleres.
Gil informou que, durante a ligação, expôs a situação que a Venezuela e toda a região enfrentam devido à presença de forças militares estrangeiras, incluindo "navios militares e até um submarino nuclear", como afirmou.&nbsp;
O chanceler venezuelano classificou essa movimentação como uma "violação aberta da Zona de Paz proclamada pela CELAC em 2014 e do Tratado de Tlatelolco de 1967", destacando que essa é uma "ameaça nunca antes vista em nossa região". Ele ressaltou que a presença dessas forças na região representa uma clara ameaça à estabilidade e à paz que devem prevalecer no continente.
"Concordamos que esses ataques devem ser interrompidos imediatamente", escreveu Gil.&nbsp;
Por sua vez, o ministro Mauro Vieira compartilhou com Gil a situação enfrentada pelo Brasil diante de medidas econômicas punitivas e guerras comerciais, afirmando que "as medidas e guerras arancelárias aplicadas com fins políticos" também representam uma forma de agressão à soberania do país, de acordo com relato do chanceler venezuelano.&nbsp;
O chanceler brasileiro descreveu essas práticas como uma "agressão injustificada" que, na visão de ambos os chanceleres, prejudica o espírito de paz e cooperação na América Latina e no Caribe.

Tudo sobreamerica-latina