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EUA enviam mais de 4 mil militares para águas da América Latina em missão contra cartéis de drogas

Operação autorizada pelo presidente Donald Trump mobiliza grupo anfíbio, submarino nuclear e navios de guerra para reforçar presença no Atlântico e Caribe

Soldado dos Estados Unidos (Foto: Reuters/Leonhard Simon)

247 - O governo dos Estados Unidos está deslocando mais de 4 mil fuzileiros navais e marinheiros para as águas que cercam a América Latina e o Caribe, em uma ampliação significativa da missão de combate a cartéis de drogas. A informação foi confirmada por dois altos oficiais de defesa norte-americanos à CNN nesta sexta-feira (15). Segundo a reportagem, a medida representa uma demonstração de força que oferece ao presidente Donald Trump diversas opções militares para eventuais operações contra organizações criminosas na região.

O deslocamento envolve o Grupo Anfíbio USS Iwo Jima (ARG) e a 22ª Unidade Expedicionária dos Fuzileiros Navais (MEU), enviados ao Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM). Além disso, a operação inclui um submarino nuclear de ataque, aeronaves de reconhecimento P-8 Poseidon, vários destróieres e um cruzador guiado por mísseis. Um terceiro interlocutor ouvido pela emissora afirmou que os recursos adicionais têm como objetivo “enfrentar ameaças à segurança nacional dos EUA provenientes de organizações narco-terroristas especialmente designadas”.

O anúncio oficial da Marinha, feito na sexta-feira, mencionou apenas o envio do USS Iwo Jima, do USS Fort Lauderdale e do USS San Antonio, sem detalhar a localização exata do destacamento. Um dos oficiais ressaltou que, por ora, o reforço é principalmente um recado estratégico, mais do que um indicativo de ataques imediatos contra cartéis.

O ARG/MEU possui também elementos de combate aéreo, ampliando as possibilidades de atuação. Contudo, a presença de uma Unidade Expedicionária levantou preocupações entre membros do próprio Departamento de Defesa, que alertam para a falta de treinamento dos fuzileiros navais em operações específicas de interdição de drogas. Caso isso se confirme como parte da missão, será necessário apoio intenso da Guarda Costeira.

Historicamente, as MEUs já desempenharam papéis cruciais em evacuações de grande escala, como no Mediterrâneo Oriental, durante tensões envolvendo Israel, Hamas e Irã. Um porta-voz dos fuzileiros disse à reportagem que a unidade “está pronta para executar ordens legais e apoiar os comandantes combatentes conforme necessário”.

Em março, a Marinha já havia deslocado destróieres para a área próxima à fronteira dos EUA com o México, em apoio à missão de segurança do Comando Norte. Agora, os novos meios ficarão sob responsabilidade do SOUTHCOM e devem permanecer na região por, pelo menos, alguns meses.

A CNN também destaca que, no início deste ano, um memorando assinado pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, definiu como “prioridade máxima” a defesa do território nacional. O documento orientava o Pentágono a “selar as fronteiras, repelir formas de invasão, incluindo migração ilegal em massa, tráfico de drogas, contrabando humano e outras atividades criminosas”, além de coordenar deportações com o Departamento de Segurança Interna. O texto também solicitava opções militares para garantir o acesso irrestrito dos EUA ao Canal do Panamá.

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