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      Ucrânia decidirá que território negociar com Putin, afirma Trump

      Presidente dos EUA diz que objetivo é colocar Zelensky e Putin à mesa e nega que vá definir o destino da Ucrânia sozinho

      Presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e dos EUA, Donald Trump, cumprimentam-se durante reunião em meio à cúpula da Otan em Haia, na Holanda - 25/06/2025 (Foto: Serviço Presidencial de Imprensa da Ucrânia/Divulgação via REUTERS)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - A caminho de sua primeira cúpula com Vladimir Putin desde que iniciou o segundo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira (15) que caberá à Ucrânia decidir quais territórios poderá negociar para alcançar a paz com a Rússia, relata a Folha de S.Paulo.

      O republicano falou a bordo do Air Force One, enquanto seguia para Anchorage, no Alasca, onde ocorrerá o encontro. Putin chegará à cidade vindo de Magadan, no Extremo Oriente russo. Segundo Trump, a intenção é afastar acusações de que ele definiria sozinho o destino da Ucrânia, sem a presença do presidente Volodymyr Zelensky ou de aliados europeus, que temem novas investidas territoriais de Moscou.

      “Elas [as trocas] serão discutidas, mas eu tenho de deixar a Ucrânia tomar a decisão. Eu não estou aqui para negociar pela Ucrânia, estou aqui para colocá-los [Putin e Zelensky] à mesa”, afirmou o presidente dos EUA, defendendo uma reunião posterior entre ele e os líderes rivais.

      Reações de Zelensky e ameaças a Putin

      Após uma semana criticando a ausência de Kiev na cúpula, Zelensky moderou o tom nesta sexta-feira, dizendo que o encontro pode abrir “o caminho para uma paz justa” e conversas tripartites. “É hora de acabar a guerra, e os passos necessários têm de ser tomados pela Rússia. Estamos contando com os EUA”, escreveu no Telegram.

      Trump, por sua vez, alertou que haverá “consequências severas” caso Putin não aceite negociar, citando possíveis sanções contra parceiros do Kremlin como China, Índia e Brasil. Ele avaliou que a ofensiva russa em Donetsk busca criar vantagem nas negociações, mas considera que essa estratégia pode ter efeito contrário.

      “Na sua mente, isso o ajuda a fazer um acordo melhor. Na verdade, isso o prejudica, mas em sua cabeça ele conseguirá um acordo melhor se continuar a matança”, disse.

      Mesmo com críticas, Trump voltou a elogiar o líder russo: “Ele é um cara esperto, que vem fazendo isso há muito tempo. Nós nos damos bem, há um bom nível de respeito de ambos os lados”.

      Escalada e ataques de ambos os lados

      Desde o anúncio da cúpula, ataques aéreos russos contra cidades ucranianas diminuíram, embora haja avanços de tropas de Putin. Nesta sexta, Kiev intensificou suas ações, atingindo diversas regiões da Rússia com drones, ferindo cerca de 20 pessoas e provocando incêndio em uma refinaria.

      Na Ucrânia, ofensivas com drones mataram pelo menos sete pessoas em diferentes regiões. Apesar de diversos alertas aéreos em Kiev e outras grandes cidades, não ocorreram os temidos ataques massivos com mísseis balísticos.

      Estrutura da cúpula e delegações

      O encontro está marcado para as 11h30 (16h30 no horário de Brasília), em uma base militar em Anchorage. Inicialmente, Trump e Putin conversarão apenas com intérpretes; depois, participarão de uma reunião ampliada com suas delegações, seguida de café da manhã e coletiva de imprensa — que poderá ou não ser conjunta.

      Do lado russo, estarão presentes os ministros Serguei Lavrov (Relações Exteriores), Andrei Belousov (Defesa) e Anton Siluanov (Finanças), além do czar de investimentos Kirill Dmitriev e do assessor internacional Iuri Uchakov.

      Já Trump será acompanhado pelos secretários Marco Rubio (Estado), Pete Hegseth (Defesa), Scott Bessent (Tesouro) e Howard Lutnick (Comércio), além do negociador Steve Witkoff e do diretor da CIA, John Ratcliff. A presença de integrantes das áreas econômicas evidencia o interesse de Putin em tratar não apenas da guerra, mas também da retomada das relações comerciais com os EUA.

      Dmitriev, de forma bem-humorada, comentou no X (antigo Twitter) sobre o tamanho da comitiva americana: “Emboscada. Estamos em menor número”, escreveu, com um emoji sorridente.

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