247 - A maior obra do Novo PAC começou a sair do papel nesta sexta-feira (5), após o leilão realizado na sede da B3, em São Paulo, que definiu a empresa Mota-Engil como vencedora para a construção e operação do túnel Santos-Guarujá. O investimento será de R$ 6,8 bilhões, em contrato de 30 anos firmado no modelo de parceria público-privada (PPP). A informação foi confirmada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que enfatizou a relevância do projeto.
“Estamos viabilizando a execução dessa obra importantíssima com parceria público-privada para construir e operar por 30 anos um túnel que vai passar pedestre, bicicleta, moto, carro, ônibus, caminhão, VLT, reduzindo custos e aumentando e fortalecendo a nossa economia”, afirmou Alckmin.
<h3>O projeto e sua dimensão histórica</h3>
O túnel terá 1,5 quilômetro de extensão, sendo 870 metros imersos sob o canal, o que fará dele o primeiro túnel imerso da América Latina. A obra, aguardada há mais de 100 anos, é considerada estratégica para melhorar a mobilidade da Baixada Santista e reduzir a dependência das balsas.
A Mota-Engil, vencedora do certame, superou a concorrente espanhola Acciona. A companhia portuguesa conta com a participação de 32,4% da estatal chinesa CCCC (China Communications Construction Company), responsável por obras de grande porte, como o túnel Taihu, de 10,8 quilômetros, na China.
<h3>Reações no governo</h3>
Além de Alckmin, outros ministros ressaltaram a dimensão política e social da conquista. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, comemorou o desfecho: “É o fim de uma espera de 100 anos. É um projeto grandioso, que além de ligar Santos a Guarujá, vai gerar emprego e renda, melhorar a logística do Porto de Santos e a mobilidade da região”.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou o simbolismo do início das obras: “O importante é que a população de São Paulo finalmente vai ver uma obra, imaginada 100 anos atrás, sair do papel. É esse espírito que deve presidir os trabalhos sempre. Daqui a alguns anos, vamos celebrar a inauguração dessa obra e tanta gente vai ser beneficiada. E nós vamos nos lembrar do dia de hoje, pois é assim que se faz política, é assim que se constrói a democracia”.
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Luis Mauro Filho

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Brasil

Alckmin celebra leilão do túnel Santos-Guarujá, maior obra do Novo PAC: “Estamos viabilizando uma obra importantíssima”

247 - O governo promove nesta sexta-feira (5) o leilão do túnel submerso que conectará Santos a Guarujá, no litoral de São Paulo. A disputa definirá o consórcio responsável por construir, operar e manter a estrutura por três décadas, em modelo de parceria entre as esferas estadual e federal com participação privada. Vence quem oferecer o maior desconto sobre a parcela mensal que será paga pelo poder público durante a concessão; em caso de empate, está prevista rodada de lances ao vivo. As informações são do <a href="https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/09/05/leilao-do-tunel-santos-guaruja-acontece-nesta-sexta-feira.ghtml">g1</a>.&nbsp;
De acordo com o edital, o projeto — apontado como a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) — terá 1,5 km de extensão, dos quais ao menos 870 metros serão imersos sob o canal do estuário. A entrega está prevista até 2030 e o túnel permitirá a passagem de automóveis, ônibus, caminhões, bicicletas e pedestres, substituindo parte das atuais travessias por barcos e balsas usadas diariamente por cerca de 78 mil pessoas
A fase de habilitação indicou duas concorrentes com propostas consideradas regulares e aptas a participar do certame: a espanhola Acciona Concesiones e a portuguesa Mota-Engil. O contrato terá prazo de 30 anos e inclui construção, operação e manutenção da via, com metas de desempenho e prazos de execução definidos em edital
Além do impacto direto na mobilidade regional, a obra tem caráter histórico, por viabilizar a ligação permanente entre as duas margens sem interferir no tráfego intenso do Porto de Santos. A disputa pelo protagonismo político já gerou atritos entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicamos) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).&nbsp;
A técnica escolhida é a de túnel imerso, diferente dos túneis escavados em rocha. O Ministério de Portos e Aeroportos explica que os segmentos serão moldados em docas secas, com câmaras internas de ar, testados e então levados ao local. “Cada peça é construída em terra firme, testada e depois transportada por flutuação até o local de instalação. Lá, os blocos são cuidadosamente afundados, encaixados no leito do canal e protegidos por camadas de areia e pedras”, informou a pasta. A decisão leva em conta as características do solo — formado por argilas moles e sedimentos fluviais —, que não oferece estabilidade adequada para escavações profundas. “Além disso, o túnel imerso apresenta vantagens ambientais e urbanas, exigindo menos desapropriações, reduzindo o impacto visual e permitindo uma execução mais rápida e eficiente”, afirmou o ministério em nota
A alternativa de construir uma ponte, segundo a reportagem, &nbsp;foi descartada por limitações da Base Aérea de Santos e pela navegação de grande porte no canal portuário. Assim, a obra seguirá um processo em etapas. Primeiro, será preparada a calha do canal, com escavação e base de concreto, enquanto os módulos são fabricados e passam por testes de vedação e resistência. Na sequência, rebocadores posicionarão cada segmento no ponto exato, com submersão controlada.
“A água será bombeada para afundar as estruturas gradualmente, sob monitoramento eletrônico. Uma vez posicionados, os blocos serão encaixados e nivelados com o auxílio de sistemas hidráulicos, fixados com pinos de aço e assentados sobre um leito de areia”, disse o ministério. Por fim, toda a estrutura será recoberta por uma camada de pedras para proteção contra impactos e correntes

Paulo Emilio

Vista aérea do local de construção do túnel Santos-Guarujá

Sudeste

Leilão do túnel Santos–Guarujá ocorre nesta sexta e projeta obra recorde do PAC

Elaine Patricia Cruz, repórter da Agência Brasil - O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) protocolou um requerimento na terça-feira (2), no Tribunal de Contas da União (TCU), pedindo a suspensão do leilão do túnel Santos-Guarujá, marcado para esta sexta-feira (5), na sede da B3, em São Paulo. O processo ainda não foi aberto para análise.
Assinado pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, o documento questiona o modelo do leilão, que poderia sugerir que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) “teria favorecido grupos estrangeiros e imposto restrições às empresas brasileiras, inviabilizando sua participação no certame”.
Para Furtado, o modelo atual do leilão impediu que empresas brasileiras, como Odebrecht e Andrade Gutierrez, pudessem apresentar propostas “devido à impossibilidade de obter financiamento ou atender às garantias exigidas pelo BNDES”.
Em <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-09/leilao-do-tunel-santos-guaruja-tera-dois-grupos-estrangeiros" target="_blank">matéria publicada nesta terça-feira (2)</a>, a Agência Brasil informou que apenas duas empresas estrangeiras apresentaram propostas para participar do certame para a construção do túnel, que vai ligar as cidades de Santos e Guarujá, no litoral paulista. As empresas que vão participar do leilão são a espanhola Acciona e a portuguesa Mota-Engil.
“Adicionalmente, há alegações de que o BNDES teria favorecido grupos estrangeiros, como a espanhola Acciona e a portuguesa Mota-Engil, esta última com participação acionária da gigante chinesa CCCC. A meu ver, tal situação levanta preocupações sobre a possível exclusão de empresas brasileiras em um projeto estratégico para o país, comprometendo a soberania nacional e o desenvolvimento da indústria de infraestrutura local”, escreveu Furtado no requerimento.
O túnel Santos-Guarujá será a primeira travessia submersa do Brasil e terá 1,5 quilômetro de extensão, sendo 870 metros imersos, com módulos de concreto pré-moldados instalados no leito do canal portuário. Quando concluído, o túnel se tornará a principal via de ligação entre as duas cidades, que atualmente é feito por via terrestre, em um trajeto de 43 km pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni, ou por meio de balsas. Com o túnel, a previsão é de que o tempo gasto nessa travessia deva cair para cerca de 2 minutos.
O investimento estimado é de R$ 6,8 bilhões, com aporte público de até R$ 5,14 bilhões, dividido igualmente entre o governo de São Paulo e o governo federal. O restante será coberto pela iniciativa privada.
<h2>BNDES</h2>
O BNDES informou à Agência Brasil não ter recebido o ofício do MPTCU e que "não há qualquer pedido de financiamento privado para a construção do túnel Santos-Guarujá".&nbsp;
"O banco [BNDES] é o principal financiador de infraestrutura do Brasil e tem tido uma atuação inovadora no setor com amplo reconhecimento, tendo recebido 17 premiações internacionais desde 2023 pela estruturação de financiamento a grandes projetos de infraestrutura", diz a nota do BNDES.

Guilherme Paladino

Procurador pede suspensão do leilão do túnel Santos-Guarujá

247 - Às vésperas do leilão que definirá a concessionária responsável pela construção do túnel submerso entre Santos e Guarujá, marcado para esta sexta-feira (5), as maiores empreiteiras brasileiras desistiram da disputa.&nbsp;
Odebrecht e Andrade Gutierrez abandonaram o processo alegando entraves financeiros, exigências de garantias consideradas excessivas pelo BNDES e o peso ainda persistente dos efeitos da Operação Lava Jato em seus balanços.
Com a retirada das empresas nacionais, o certame ficou restrito a dois grupos estrangeiros: a espanhola Acciona, já responsável por contratos bilionários em São Paulo, e a portuguesa Mota-Engil, que tem participação acionária da estatal chinesa CCCC. A Acciona é considerada favorita, o que reforça sua posição de destaque em obras de grande porte no Brasil, como a Linha 6-Laranja do Metrô paulista.
<h3>Lava Jato e juros altos afastam grupos nacionais</h3>
As construtoras brasileiras afirmam que a combinação de juros elevados, exigências de garantias robustas e restrições de crédito inviabilizou sua participação. A situação é agravada pelos impactos reputacionais e financeiros da Lava Jato, que, apesar de ter resultado em revisões judiciais de multas bilionárias, ainda limita a capacidade de endividamento das empresas nacionais.
“O projeto é desafiador e por isso a gente viu participação restrita exatamente pela dificuldade em obter financiamento e seguro para fazer frente ao volume de investimento demandado. Isso limitou o universo de participantes, porque esta obra é sobre a capacidade de contrair dívidas. A gente vive em um cenário de alta de juros e o custo financeiro está alto”, explicou o advogado Fernando Vernalha, especialista em infraestrutura, em reportagem da Folha de S. Paulo.
<h3>Acciona: proximidade com governo Tarcísio e escândalo na Espanha</h3>
A ascensão da Acciona no Brasil se dá em meio à fragilidade financeira das grandes empreiteiras nacionais, porém também reflete sua proximidade com o governo de São Paulo, liderado por Tarcísio de Freitas. A empresa espanhola já executa contratos bilionários com o estado, como a Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, financiada pelo BNDES e estruturada como PPP.
A empresa espanhola também enfrenta uma crise de imagem em seu país de origem. A Polícia Federal espanhola investiga o pagamento de € 620 mil em propina a políticos do Partido Socialista Espanhol, em caso que envolve diretamente a construtora. Apesar de a empresa afirmar que afastou o funcionário ligado às denúncias e abriu investigação interna, o episódio repercute no Brasil e gera apreensão sobre os futuros contratos.
<h3>Leilão bilionário e obra inédita no Brasil</h3>
O investimento previsto para o túnel é de R$ 6,8 bilhões, em contrato de 30 anos no modelo de Parceria Público-Privada (PPP). A maior parte do valor (R$ 5,14 bilhões) será financiada pelos governos federal e estadual, e R$ 1,66 bilhão virá da iniciativa privada. O vencedor ficará com a arrecadação dos pedágios e contraprestações anuais, que devem variar de R$ 430 milhões a R$ 550 milhões.
A obra será a primeira do tipo imerso no Brasil e prevê a instalação de seis módulos pré-fabricados no fundo do canal.
(Com informações do portal <a href="https://brazilstockguide.com/insights/brazils-major-builders-exit-santos-guaruja-tunnel-auction-paving-way-for-acciona/">Brazil Stock Guide</a>)

Às vésperas do leilão do túnel Santos-Guarujá, empreiteiras brasileiras desistem e caminho fica aberto para Acciona

247 - Duas propostas foram apresentadas para a construção e gestão do túnel submerso que vai ligar Santos ao Guarujá, no litoral de São Paulo. A informação foi revelada pelo jornal O Globo, que apurou que as concorrentes são a espanhola Acciona e a portuguesa Mota-Engil. O leilão, que definirá a empresa responsável pelo projeto, está marcado para esta sexta-feira (5).
Trata-se do primeiro túnel submerso da América Latina, considerado a principal obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. A concessão terá duração de 30 anos, e a empresa vencedora será escolhida pela proposta que oferecer o maior desconto na parcela mensal a ser paga pelo poder público durante a operação.
<h3>A dimensão da obra</h3>
Com investimento estimado em R$ 6,8 bilhões, a obra será custeada por recursos federais e estaduais — cada um aportando R$ 2,57 bilhões — além da participação da iniciativa privada. O governo federal e o de São Paulo firmaram parceria após meses de negociações. Apesar das disputas de protagonismo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Tarcísio de Freitas, ambas as administrações têm reafirmado "alinhamento e parceria" no projeto.
O túnel terá 1,5 km de extensão, dos quais 870 metros serão submersos, interligando o bairro Vicente de Carvalho, no Guarujá, ao Macuco, em Santos, próximo ao porto. A passagem terá três faixas por sentido, incluindo espaço para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de ciclovia e passagem para pedestres.
<h3>Impacto logístico e pedágio</h3>
A estrutura pretende aliviar a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055) e ampliar a capacidade de escoamento do Porto de Santos, atualmente sobrecarregado pelo fluxo de caminhões. Quando entrar em operação, a concessionária cobrará pedágio dos veículos — estimado inicialmente em R$ 6,15 por travessia, com valores atualizados pela inflação até 2029. Pedestres e ciclistas terão isenção.
A estimativa é de arrecadação de R$ 3,16 bilhões em pedágios ao longo da concessão. Além disso, a empresa poderá explorar receitas adicionais, como a venda de espaços publicitários no túnel.
<h3>Desafios de engenharia e desapropriações</h3>
O projeto exigirá seis módulos pré-moldados em concreto armado, instalados a uma profundidade mínima de 21 metros. Essas estruturas serão construídas em doca seca, transportadas por flutuação e posicionadas no leito do canal, sem interromper a navegação.
O cronograma prevê início das obras em 2026 e conclusão em 2029. Para viabilizar o traçado, será necessária a desapropriação de 776 famílias, a maioria no Guarujá, além da remoção de 645 moradias irregulares em Vicente de Carvalho. O governo estadual e a prefeitura deverão conduzir projetos de reurbanização e reassentamento.
<h3> </h3>

Túnel submerso entre Santos e Guarujá recebe duas propostas e leilão será realizado nesta sexta

247 - O leilão para a construção do túnel Santos-Guarujá, previsto para a próxima sexta-feira (5), segue mantido apesar das recentes turbulências políticas entre o governo federal e a gestão paulista.&nbsp;
O empreendimento, estimado em R$ 6,8 bilhões em investimentos, mais R$ 1,78 bilhão em custos operacionais ao longo de 30 anos de Parceria Público-Privada (PPP), deverá ser disputado por três grandes grupos: a portuguesa Mota Engil, com participação da chinesa CCCC; o consórcio formado por Odebrecht e EGTC Infra (Queiroz Galvão); e a espanhola Acciona, segundo revelou o jornal Valor Econômico.
Segundo a reportagem, a construtora brasileira Marquise também demonstrou interesse, mas ainda não está entre os favoritos. Já a italiana WeBuild, que havia costurado parceria com a Marquise, desistiu de apresentar proposta. A entrega das ofertas deve ocorrer já na próxima segunda-feira (2).
<h3>Incertezas financeiras e entraves políticos</h3>
Apesar da confirmação do calendário, fontes do setor apontam dúvidas sobre a capacidade financeira dos grupos. Enquanto a Acciona avalia participar de forma conservadora, Mota Engil e Odebrecht tenderiam a apresentar propostas mais agressivas, embora sua solidez financeira seja questionada. A Odebrecht, inclusive, estaria em busca de parceiros para reforçar o consórcio por meio da Nova Infra, empresa criada para disputar concessões.
A relação entre o governo federal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é apontada como um dos maiores obstáculos para a licitação. O Estado não obteve financiamento do BNDES para sua parte no aporte inicial — até R$ 2,57 bilhões — mas afirma ter condições de bancar a despesa. Já a União garantiu que sua fatia virá dos recursos da Autoridade Portuária de Santos (APS).
<h3>Risco elevado e taxa de retorno abaixo dos juros</h3>
Especialistas alertam para um ponto crucial: a taxa de retorno prevista no edital é considerada baixa em comparação aos atuais patamares de juros. Embora haja expectativa de queda no custo do crédito nos próximos anos, o tamanho e a complexidade da obra aumentam o risco para os investidores. “Embora haja perspectiva de queda do custo financeiro nos próximos dois anos, trata-se de um empreendimento muito grande e com muitos fatores de incerteza”, avaliou uma fonte do mercado.
<h3>Governo mantém confiança no projeto</h3>
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, reforçou o otimismo do governo. “A gente está muito confiante, temos recebido por parte do mercado sinalizações que alguns grupos devem participar do processo. Vemos apetite do setor produtivo”, declarou ao Valor. Já Rafael Benini, secretário de Parcerias de Investimentos de São Paulo, destacou que três grupos estão efetivamente engajados, o que se reflete nos pedidos de esclarecimentos feitos ao edital.
Apesar das críticas do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre fragilidades na governança do projeto, a corte liberou a manutenção do cronograma. “Ficou tudo alinhado entre TCU, governo federal, estadual e APS. Fizemos uma reunião final para que pudesse estar tudo pronto para fazer o leilão no próximo dia 5”, afirmou Costa Filho.
<h3>Tecnologia inédita no país e impacto regional</h3>
O túnel será o primeiro de imersão submersa no Brasil — técnica já utilizada no exterior há mais de um século. Para Rafael Benini, isso não é um obstáculo: “Todos os interessados se associaram a grupos que já fizeram túneis maiores”. Ele ressalta, contudo, que será necessário paralisar temporariamente o Porto de Santos durante a execução.
A expectativa é de que a obra traga benefícios diretos para a mobilidade e para a economia da região, reduzindo o trajeto rodoviário entre Santos e Guarujá, atualmente de 45 minutos, e diminuindo a dependência das balsas. “Tanto para o turismo, quanto para o desenvolvimento econômico vai ser muito importante. Projetamos um volume de tráfego, mas ainda haverá uma mudança cultural, então o impacto deverá ser até maior do que se consegue prever”, afirmou Benini.

Túnel Santos-Guarujá deve ter disputa entre três grupos no leilão

247 - O aguardado projeto do túnel que ligará Santos a Guarujá, no litoral paulista, deu um passo decisivo com a concessão da Licença Ambiental Prévia pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A informação foi divulgada pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), responsável pela coordenação da obra dentro do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal.
A licença é um pré-requisito fundamental para o lançamento do leilão de concessão da obra, previsto para 2025, e representa uma garantia de viabilidade ambiental e jurídica para os investidores interessados. Com essa etapa concluída, o projeto — orçado em R$ 6,8 bilhões — avança rumo à execução das obras, que devem transformar a mobilidade urbana na região e impulsionar a economia da Baixada Santista.
“O túnel Santos-Guarujá é uma das obras mais importantes do Brasil e vai integrar de forma definitiva as duas cidades, melhorando a mobilidade, reduzindo o tempo de travessia e fortalecendo a economia da região”, destacou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
A estrutura prevista terá 1,5 km de extensão, dos quais 870 metros serão submersos. O túnel contará com três faixas de rolamento por sentido — uma delas exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) — além de passagens para pedestres e ciclistas. A proposta é garantir uma ligação seca entre as duas cidades, separadas atualmente pelo estuário do Porto de Santos.
Além da interlocução com órgãos ambientais e os governos estadual e municipal, o Ministério tem promovido o projeto no exterior. Em abril, o ministro Costa Filho realizou agendas na Dinamarca, Holanda e Portugal para conhecer modelos semelhantes e atrair investidores.
Considerada a maior obra do Novo PAC, a intervenção deve despertar grande interesse do setor privado pela sua relevância estratégica para a logística nacional e para a integração urbana do principal complexo portuário do Brasil.

Otávio Rosso

Túnel Santos-Guarujá recebe licença ambiental prévia e avança para leilão de concessão

247 - Nesta quarta-feira (18), uma comitiva oficial esteve em Shenzhen, na China, onde visitou um túnel submerso construído pela empresa estatal CCCC (China Communications Construction Company). A multinacional chinesa demonstrou interesse em compor um consórcio com a portuguesa Mota Engil para disputar o projeto do túnel Santos–Guarujá.
A obra, com leilão previsto para setembro, prevê um túnel com 1,5 km de extensão — dos quais 870 metros serão submersos — e contará com uma faixa exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em uma das regiões portuárias mais importantes do país.
A missão internacional integra o novo roadshow asiático organizado pela gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o objetivo de apresentar projetos de concessão e atrair parcerias para infraestrutura paulista. A delegação é encabeçada pelo secretário de Parcerias em Investimentos (SPI), Rafael Benini, e conta com a presença de André Isper, diretor-presidente da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), além de Augusto Almudin, diretor de Assuntos Corporativos da Companhia Paulista de Parcerias (CPP).
Além da visita ao túnel da CCCC, os representantes do governo paulista realizaram reuniões com executivos da Huawei e da China Merchants Group, empresas que ofertaram soluções voltadas à conectividade e à gestão inteligente para redes de transporte urbano. As tecnologias apresentadas podem ser incorporadas aos projetos de concessão ferroviária em andamento, como o lote ABC–Guarulhos e as futuras linhas 10-Turquesa e 14-Ônix da CPTM.
A delegação também visitou a sede da fabricante de veículos elétricos BYD, que recentemente instalou uma megafábrica em Camaçari (BA). A empresa é apontada como potencial parceira para o avanço da mobilidade elétrica no estado de São Paulo, tema que tem ganhado relevância em concessões recentes.
A agenda da missão se estende até 27 de junho e inclui compromissos no Japão e na Coreia do Sul, em busca de novos parceiros para o programa de concessões e investimentos em infraestrutura.

Governo de SP visita túnel submerso de companhia chinesa que quer disputar obra entre Santos e Guarujá

247 – O governo brasileiro intensifica os esforços para atrair investimentos internacionais para a construção do primeiro túnel imerso do país, que ligará as cidades de Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo. A informação foi divulgada originalmente pela Agência Gov, com base em nota do Ministério de Portos e Aeroportos.
A partir de segunda-feira (21), o ministro Silvio Costa Filho inicia um giro por países europeus com o objetivo de apresentar o projeto a empresas com expertise em túneis submersos. O roteiro contempla reuniões com gigantes do setor em Portugal, Holanda e Dinamarca. O empreendimento é considerado estratégico para a infraestrutura nacional e integra o Novo PAC, sendo realizado em parceria entre os governos federal e estadual. A abertura das propostas está prevista para 1º de agosto, com orçamento estimado em R$ 6 bilhões e previsão de conclusão até 2030.
<blockquote>&nbsp;“É a maior obra do Novo PAC, resolve uma demanda antiga da região e traz dignidade à população, ajudando na mobilidade urbana, gerando empregos e renda, além de fortalecer o Porto de Santos, o maior porto público da América Latina”, afirmou o ministro Silvio Costa Filho.</blockquote>
<h3>Empresas globais na mira do governo brasileiro</h3>
A primeira reunião da comitiva ministerial será com a empresa portuguesa Mota-Engil, que possui parceria estratégica com a China Communications Construction Company (CCCC). A companhia chinesa, detentora de 32,4% da Mota-Engil, tem no currículo a construção de grandes túneis submarinos como os de Dalian, Shenzhen-Zhongshan e o notório Hong Kong–Zhuhai–Macau — este último considerado um dos mais complexos do mundo.
Na sequência, o ministro se reunirá, em Amsterdã, com as empresas holandesas Ballast Nedam e TEC Tunnel, entre os dias 22 e 23. A Ballast Nedam é responsável por obras como o túnel Nieuwe Waterweg, em Roterdã, e um túnel atualmente em construção no Iraque. Já a TEC Tunnel, referência global em engenharia de túneis, participou de projetos de grande porte, como a ligação Øresund (Dinamarca-Suécia), Busan-Geoje (Coreia do Sul) e a megaconexão de 32 km entre Hong Kong, Zhuhai e Macau.
<h3>Visita técnica ao túnel de Fehmarnbelt</h3>
A agenda da comitiva se encerra na Dinamarca, no dia 24, com uma visita ao túnel de Fehmarnbelt — ainda em construção — que ligará a ilha dinamarquesa de Lolland à alemã Fehmarn, sob o Mar Báltico. Com 18,1 km de extensão, esse será o mais longo e profundo túnel imerso rodoviário e ferroviário do mundo. Ele promete reduzir o tempo de travessia de balsa (45 minutos) para apenas 10 minutos, tornando-se um modelo de referência para o projeto brasileiro.
Planejado há quase um século, o túnel Santos-Guarujá terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos. Ele contará com três faixas por sentido, sendo uma dedicada ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de acessos para pedestres e ciclistas. Atualmente, 28 mil pessoas cruzam diariamente entre as duas margens, usando balsas ou embarcações menores. A travessia por balsa entre as duas cidades é considerada a maior do mundo em número de veículos transportados, com média diária de 14 mil.
O projeto não apenas promete desafogar o trânsito e melhorar a mobilidade regional, como também terá impacto direto na economia, com geração de empregos, aumento da renda local e fortalecimento da logística portuária de Santos.

Redação Brasil 247

Silvio Costa Filho (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva

Economia

Projeto do túnel Santos-Guarujá será apresentado a investidores europeus

247 - A obra do túnel submerso que ligará Santos e Guarujá, um dos projetos mais ambiciosos de infraestrutura do Brasil, atrai um grande número de construtoras nacionais e estrangeiras. O investimento, estimado em R$ 5,8 bilhões, faz parte do Novo PAC e contará com recursos do governo federal e do governo estadual de São Paulo, sob as gestões do presidente Lula (PT) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), respectivamente.&nbsp;
A concorrência pela concessão da obra, cujo leilão está previsto para 1º de agosto, já mobiliza pelo menos sete empreiteiras, que se organizam em quatro consórcios, segundo o <a href="https://www.metropoles.com/sao-paulo/tunel-lancado-por-lula-e-tarcisio-atrai-de-chinesa-a-alvo-da-lava-jato">Metrópoles</a>. Entre os principais interessados está a China Communications Construction Company (CCCC), que pretende liderar um consórcio ao lado da portuguesa Mota-Engil. A CCCC já possui presença no Brasil, sendo responsável pela construção da ponte Salvador-Itaparica, na Bahia, em parceria com a China Railway 20th Bureau Group Corporation (CRCC20).
Outra forte candidata é a espanhola Acciona, responsável pela Linha-6 Laranja do metrô de São Paulo. A empresa também tem experiência na construção de túneis ferroviários na Europa, como o projeto Follo Line, na Noruega, e os túneis de Pajares, na Espanha. A participação no projeto brasileiro poderia qualificar a Acciona para futuras concorrências na Espanha, incluindo a possível ligação com a cidade autônoma de Ceuta, no norte da África.
A italiana Webuild também demonstrou interesse e pode formar um consórcio com a brasileira Andrade Gutierrez para disputar a concessão. A empresa possui expertise na construção de obras complexas, como o sistema de comportas de Veneza, projetado para evitar inundações na cidade italiana.
No cenário nacional, a Novonor (antiga Odebrecht) e a Queiroz Galvão se uniram para formar um consórcio 100% brasileiro. Inicialmente, a Queiroz Galvão cogitou uma parceria com a CCCC, mas a baixa participação oferecida pelos chineses fez com que a empreiteira brasileira optasse por um novo arranjo.
Detalhes do projeto - O contrato prevê a construção de um túnel de 1,5 quilômetro, sendo 870 metros submersos, reduzindo o tempo de viagem entre Santos e Guarujá para apenas dois minutos. Atualmente, o trajeto pode levar horas, dependendo do trânsito. A infraestrutura é considerada estratégica para melhorar a logística do Porto de Santos, um dos principais do país.
O edital, lançado no último dia 27 de fevereiro durante uma cerimônia no Porto de Santos com a presença do presidente Lula e do governador Tarcísio, estipula que as propostas devem ser apresentadas até 28 de julho.
O projeto inclui a construção de seis faixas de tráfego (três por sentido) para carros, caminhões e motos, com uma pista adaptável para Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Também haverá uma ciclovia e passagem para pedestres.
A concessão terá duração de 30 anos e a vencedora será a empresa que oferecer o maior desconto sobre o valor estipulado para o serviço. O teto inicial foi fixado em R$ 304 milhões. Caso haja propostas com desconto de 100%, as empresas poderão reduzir ainda mais o valor do aporte público.

Guilherme Levorato

Lula e Tarcísio de Freitas em cerimônia de Lançamento do Edital de Concessão do Túnel Submerso Santos-Guarujá

Túnel submerso Santos-Guarujá atrai gigantes da construção civil

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta quinta-feira (27), o edital que dá início às obras do túnel submerso que ligará Santos e Guarujá, no litoral paulista. O projeto, aguardado há décadas, não apenas viabilizará uma nova conexão entre as cidades, mas também trará soluções para problemas sociais históricos. Entre eles, a regularização de uma dívida bilionária do fundo previdenciário Portus e a remoção das palafitas da região, proporcionando moradia digna para milhares de famílias.
O evento contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do vice-presidente Geraldo Alckmin e de ministros do governo federal. Durante o discurso, Lula enfatizou a importância da cooperação entre os governos federal e estadual para melhorar as condições de vida na Baixada Santista.
"Quando você tem vontade política, você consegue fazer as coisas acontecerem. Eu e o Tarcísio vamos fazer um 'bem bolado', um acordo entre o governo de São Paulo, a Presidência da República, a Secretaria de Habitação dele, o ministro das Cidades, para que a gente acabe de uma vez por todas com as palafitas, que é a forma mais degradante de um ser humano morar", afirmou Lula.Tarcísio de Freitas reforçou o compromisso de reassentar as famílias que vivem em situação de vulnerabilidade na região, citando a implementação do Parque das Palafitas e outras iniciativas habitacionais. "Vamos reunir os prefeitos, trazer habitação e dar dignidade para essas pessoas", declarou o governador.
<h3>Dívida bilionária do fundo Portus solucionada</h3>
Outra conquista anunciada no evento foi a resolução de uma pendência de mais de uma década: o resgate da dívida do extinto fundo Portus, que afeta 8,5 mil famílias de trabalhadores portuários. O advogado-geral da União, Jorge Messias, destacou a relevância do acordo: "Este túnel liga o futuro ao passado", disse, ao anunciar o pagamento de aproximadamente R$ 2,149 bilhões aos beneficiários.
O Portus, criado para garantir aposentadoria aos trabalhadores do setor portuário, sofreu intervenção em 2011, comprometendo os pagamentos e levando à suspensão de reajustes. O novo acordo, negociado entre a União, sindicatos e associações da categoria, prevê que os valores sejam quitados ao longo de cinco anos, garantindo reajustes de até 20% nas aposentadorias e pensões.
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, celebrou o desfecho da questão. "Estamos solucionando um problema antigo que trouxe aflição às famílias. Os trabalhadores do Portus conquistam a dignidade e o orgulho que lhes pertencem", afirmou.
<h3>Uma obra que transcende a infraestrutura</h3>
Com 1,5 quilômetro de extensão, sendo 870 metros imersos, o túnel Santos-Guarujá é uma das principais obras de infraestrutura previstas pelo Novo PAC. O empreendimento promete reduzir drasticamente o tempo de deslocamento entre as cidades e impulsionar a economia regional.
Porém, para além do impacto viário, o projeto se destaca pelo seu alcance social. O compromisso firmado entre os governos federal e estadual para reassentar as famílias das palafitas do Dique da Vila Gilda, a maior favela sobre água do Brasil, representa um marco na luta por moradia digna e urbanização da Baixada Santista.
A obra também simboliza o fechamento de um ciclo para os ex-contribuintes do Portus, que, após anos de incerteza, finalmente vão receber os benefícios devidos. Em uma região onde históricos desafios sociais e econômicos se acumulam, o túnel emerge não apenas como uma solução de mobilidade, mas como um passo significativo para a redução da desigualdade.

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Túnel Santos-Guarujá: obra bilionária terá forte impacto social

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deixaram de lado as diferenças políticas e celebraram uma parceria nesta quinta-feira (27), durante visita a São Paulo.
Na cerimônia de lançamento do edital para o túnel Santos-Guarujá, o chefe do Executivo voltou a defender o diálogo com governadores e prefeitos, independentemente da filiação partidária.
“Tem gente do lado do Tarcísio que não gosta de vê-lo do meu lado, e tem gente do meu lado que não gosta de me ver do teu lado (...). Temos que ter consciência de que nós só temos um lado: o de atender bem o povo. Esse é o nosso lado e o nosso compromisso. O restante, a gente deixa passar", afirmou Lula, ao lado do governador.
Tarcísio, que foi ministro de Jair Bolsonaro (PL) e é um aliado do ex-mandatário, também adotou um tom conciliador e agradeceu diretamente ao governo federal e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo apoio ao projeto.
“O BNDES tem sido fundamental para a provisão desse túnel. O banco entendeu como ninguém o papel que ele tem nesta provisão”, frisou.
<h3>Clima amistoso chama atenção</h3>
O tom amigável entre Lula e Tarcísio repercutiu no meio político. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), chegou a elogiar a parceria e afirmou que esse tipo de cooperação acelera o desenvolvimento do país.
“Parabenizo o governador Tarcísio e o presidente Lula pelo exemplo de boa política ao lançarem juntos a obra do Túnel Santos-Guarujá. Quanto maior for o número de ações como essa, mais rápido o Brasil irá avançar”, escreveu Motta em publicação na rede social X.&nbsp;

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