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Leilão do túnel Santos–Guarujá ocorre nesta sexta e projeta obra recorde do PAC

Investimento de R$ 6,8 bilhões terá concessão por 30 anos; Acciona e Mota-Engil disputam contrato do túnel imerso de 1,5 km entre Santos e Guarujá

Vista aérea do local de construção do túnel Santos-Guarujá (Foto: Agência Gov | via MPoA)

247 - O governo promove nesta sexta-feira (5) o leilão do túnel submerso que conectará Santos a Guarujá, no litoral de São Paulo. A disputa definirá o consórcio responsável por construir, operar e manter a estrutura por três décadas, em modelo de parceria entre as esferas estadual e federal com participação privada. Vence quem oferecer o maior desconto sobre a parcela mensal que será paga pelo poder público durante a concessão; em caso de empate, está prevista rodada de lances ao vivo. As informações são do g1

De acordo com o edital, o projeto — apontado como a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) — terá 1,5 km de extensão, dos quais ao menos 870 metros serão imersos sob o canal do estuário. A entrega está prevista até 2030 e o túnel permitirá a passagem de automóveis, ônibus, caminhões, bicicletas e pedestres, substituindo parte das atuais travessias por barcos e balsas usadas diariamente por cerca de 78 mil pessoas

A fase de habilitação indicou duas concorrentes com propostas consideradas regulares e aptas a participar do certame: a espanhola Acciona Concesiones e a portuguesa Mota-Engil. O contrato terá prazo de 30 anos e inclui construção, operação e manutenção da via, com metas de desempenho e prazos de execução definidos em edital

Além do impacto direto na mobilidade regional, a obra tem caráter histórico, por viabilizar a ligação permanente entre as duas margens sem interferir no tráfego intenso do Porto de Santos. A disputa pelo protagonismo político já gerou atritos entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicamos) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

A técnica escolhida é a de túnel imerso, diferente dos túneis escavados em rocha. O Ministério de Portos e Aeroportos explica que os segmentos serão moldados em docas secas, com câmaras internas de ar, testados e então levados ao local. “Cada peça é construída em terra firme, testada e depois transportada por flutuação até o local de instalação. Lá, os blocos são cuidadosamente afundados, encaixados no leito do canal e protegidos por camadas de areia e pedras”, informou a pasta. A decisão leva em conta as características do solo — formado por argilas moles e sedimentos fluviais —, que não oferece estabilidade adequada para escavações profundas. “Além disso, o túnel imerso apresenta vantagens ambientais e urbanas, exigindo menos desapropriações, reduzindo o impacto visual e permitindo uma execução mais rápida e eficiente”, afirmou o ministério em nota

A alternativa de construir uma ponte, segundo a reportagem,  foi descartada por limitações da Base Aérea de Santos e pela navegação de grande porte no canal portuário. Assim, a obra seguirá um processo em etapas. Primeiro, será preparada a calha do canal, com escavação e base de concreto, enquanto os módulos são fabricados e passam por testes de vedação e resistência. Na sequência, rebocadores posicionarão cada segmento no ponto exato, com submersão controlada.

“A água será bombeada para afundar as estruturas gradualmente, sob monitoramento eletrônico. Uma vez posicionados, os blocos serão encaixados e nivelados com o auxílio de sistemas hidráulicos, fixados com pinos de aço e assentados sobre um leito de areia”, disse o ministério. Por fim, toda a estrutura será recoberta por uma camada de pedras para proteção contra impactos e correntes

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