Trump está acelerando a integração do BRICS, aponta Pepe Escobar
“Essa união está se acelerando porque a demência do condutor do Império do caos está obrigando os BRICS a se coordenarem com muito mais intensidade”
247 – Em novo episódio de seu programa Pepe Café, publicado no YouTube, o jornalista e analista geopolítico Pepe Escobar alertou para a escalada de hostilidades promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o bloco dos BRICS — com foco especial no Brasil. Segundo Escobar, que falou direto de seu refúgio na Bretanha, a “guerra total de Trump 2.0” visa desestabilizar os países emergentes que desafiam a hegemonia unipolar norte-americana. O vídeo completo pode ser assistido aqui.
“O que está acontecendo é uma guerra direta de Trump contra o Brasil, como membro dos BRICS, e contra os BRICS como um todo”, afirmou Escobar. “Essa ofensiva parte especialmente de Trump e de dois ou três supremos idiotas do seu conselho, que ele escuta por 5, 10 segundos no máximo — o espectro de atenção do presidente dos Estados Unidos.”
Brasil como alvo direto da agressividade norte-americana
Escobar enfatiza que o presidente Lula tem sido atacado indiretamente como parte da estratégia de confronto contra o BRICS. “Trump não quer diálogo. O presidente Lula já declarou corretamente: ‘não vou ligar porque eles não querem conversar’”, lembrou o analista. Segundo ele, o gesto de desprezo da diplomacia norte-americana é deliberado: “O máximo que escapou do círculo de Trump foi: ‘se Lula quiser ligar para mim, eu atendo’. É a típica postura do macho macho man americano.”
Ainda segundo Escobar, os ataques visam minar a posição do Brasil dentro do BRICS e evitar a consolidação de políticas de integração econômica e geopolítica fora da órbita de Washington. “É uma guerra contra a soberania do Sul Global, e o Brasil está na linha de frente”, afirmou.
União dos BRICS se intensifica com foco em Lula, Putin, Xi e Modi
Diante desse cenário, o jornalista observa um fortalecimento acelerado das articulações entre os países do BRICS. “O presidente Lula vai conversar com Putin, Xi Jinping e Modi sobre essa situação e sobre a formulação de uma política conjunta para lidar com um condutor completamente fora de controle”, declarou.
Escobar apontou que as conversas entre os líderes do bloco se tornaram mais frequentes e estratégicas após a cúpula no Rio de Janeiro. “Essa união está se acelerando porque a demência do condutor do Império do caos está obrigando os BRICS a se coordenarem com muito mais intensidade.”
Além disso, ele destacou a inclusão ativa de novos parceiros estratégicos, como Irã e Indonésia, além dos já confirmados países-membros, para ampliar a resistência à ordem unipolar imposta pelos EUA. “Todos eles veem à sua frente uma ameaça comum, e estão reagindo de forma pragmática.”
Mísseis e blefes: Trump provoca, Rússia responde
Embora o foco do episódio tenha sido o papel do Brasil e dos BRICS, Escobar também fez um alerta sobre a escalada militar entre EUA e Rússia. Segundo ele, a decisão russa de abandonar as limitações do tratado INF (sobre mísseis de curto e médio alcance) é uma resposta à provocação norte-americana e inaugura a era do “Império dos Mísseis”.
Para Escobar, Trump tenta simular força diante do público interno, blefando com movimentações de submarinos nucleares e insultando líderes russos como Dmitri Medvedev — que respondeu com firmeza e advertiu que qualquer ataque nuclear terá retaliação automática e devastadora. “Medvedev foi claro: vocês nem vão sobreviver para ver o preço que vão pagar”, ressaltou.
A demência no centro do poder
O jornalista conclui sua análise afirmando que a atual conjuntura internacional é perigosa justamente porque os EUA estão sendo conduzidos por um líder desequilibrado. “Circula entre fontes sérias em Washington e Nova York que Trump está mal da cabeça. Ele não consegue se concentrar mais que 10 segundos. E é com essa mente instável que o mundo inteiro tem que lidar.”
Escobar vê o Brasil e os BRICS como elementos centrais na construção de uma nova ordem internacional, mais equilibrada, multilateral e imune à lógica do blefe e da guerra. “O que os BRICS estão construindo é um projeto alternativo de civilização. Por isso são atacados.”
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