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      Reitor da UFRJ defende maior integração do Brasil com a China e o Sul Global em fórum internacional

      Roberto Medronho destacou a importância da cooperação acadêmica e científica para a construção de um mundo multipolar

      Roberto Medronho (Foto: LiHao / Global Times)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, defendeu o fortalecimento das relações do Brasil com a China e com os países do Sul Global durante sua participação no Fórum de Mesa Redonda China-América Latina. O evento foi realizado em junho deste ano, fruto de uma parceria entre o jornal chinês Global Times e o portal Brasil 247, e teve sua transmissão disponibilizada pelo canal oficial no YouTube neste link.

      Logo no início de sua fala, Medronho recordou o marco dos 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China, ressaltando o momento histórico de aproximação. “Acredito que nunca, ao longo desses 50 anos, fosse tão essencial para o mundo ampliar o intercâmbio com a China”, afirmou. Ele também ressaltou a longa história da República Popular da China, que já ultrapassa 75 anos desde sua fundação.

      UFRJ amplia cooperação acadêmica com universidades chinesas

      Durante o discurso, Medronho sublinhou o papel estratégico da UFRJ na integração com instituições acadêmicas do Sul Global, em consonância com a política externa promovida pelo presidente Lula. O reitor contou que participou da comitiva presidencial durante a visita de Lula à China e permaneceu três semanas no país asiático conhecendo universidades e firmando parcerias.

      “Temos um grande número de acordos de cooperação e convênios para aprofundar, no setor fundamental da produção do conhecimento, as relações com as universidades chinesas”, declarou. Ele também recordou a participação da UFRJ no Fórum de Reitores dos BRICS, realizado no ano passado em Moscou, e anunciou que a universidade sediou o segundo encontro no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, com expressiva presença de reitores da China, da Rússia, do Irã, da Indonésia e de outros países do Sul Global.

      Defesa de um mundo multipolar e cooperação soberana

      Medronho destacou ainda a necessidade de uma nova arquitetura internacional baseada na multipolaridade. “Se nós queremos um mundo pacífico, em que o desenvolvimento humano, o desenvolvimento social e econômico dos nossos povos seja realmente o foco, precisamos ter um mundo multipolar”, defendeu. Para o reitor, as universidades exercem papel decisivo na construção dessa nova ordem global mais justa e solidária.

      Ele lembrou que a UFRJ mantém cooperação com universidades de várias partes do mundo, incluindo países do Norte Global, mas reforçou a necessidade de expandir ainda mais os laços com a Ásia, a África e a América Latina. “Hoje nós somos a embaixada da ciência e tecnologia para a Associação das Universidades Africanas e estamos aprofundando também nossas parcerias com países da América Latina”, frisou.

      Incentivo ao ensino da língua chinesa e à inovação

      Outro ponto destacado pelo reitor foi o investimento no ensino de mandarim e na difusão da cultura chinesa no Brasil. “Vamos criar o curso de mandarim porque acreditamos que a língua não pode ser uma barreira na interação entre os nossos povos”, afirmou, ressaltando que a UFRJ já conta com cursos de diversas línguas, como russo, italiano, francês e inglês. A universidade também está implementando o Instituto Confúcio para promover a cultura chinesa na sociedade brasileira.

      Além do ensino de línguas, Medronho anunciou o lançamento do Centro de Inovação Brasil-China, uma parceria coordenada pela UFRJ e pela Universidade Beihang, da China. Ele destacou ainda o desenvolvimento de programas conjuntos, como o mestrado tripartite em economia digital, envolvendo a Universidade de Pequim, a Universidade Lomonosov de Moscou e a própria UFRJ.

      Por um futuro de soberania e desenvolvimento

      O reitor encerrou sua intervenção com um apelo pela construção de um mundo mais soberano e equilibrado, inclusive na área econômica, ao defender a criação de novas bases jurídicas nas relações internacionais, especialmente para reduzir a dependência da dolarização. Medronho finalizou com uma mensagem otimista: “O sonho que se sonha junto é realidade. Sejam muito bem-vindos nossos colegas chineses e latino-americanos. Juntos somos mais fortes e construiremos um mundo mais justo, mais fraterno, mais igualitário, mais saudável e mais soberano. Conte conosco.” Assista:

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