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      Lucélia Santos propõe cultura como elo estratégico na relação Brasil-China

      No Fórum China-América Latina promovido pelo Global Times e Brasil 247, atriz defende cultura como ferramenta de soberania e construção da paz

      Lucélia Santos (Foto: LiHao / Global Times)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A atriz Lucélia Santos foi uma das vozes de destaque no Fórum de Mesa Redonda China-América Latina, realizado em junho deste ano, em parceria pelo jornal chinês Global Times e pelo portal Brasil 247. Durante sua intervenção, Lucélia fez um emocionado depoimento sobre a importância do intercâmbio cultural na consolidação de laços entre Brasil e China, defendendo a cultura como instrumento central na construção da amizade entre povos e da soberania informativa.

      Lucélia relembrou sua própria trajetória como símbolo da conexão cultural sino-brasileira, ao recordar o sucesso histórico da novela brasileira Escrava Isaura na China. “No século XX, uma novela brasileira chamada Escrava Isaura explodiu na China de uma forma totalmente inusitada, tendo sido vista por mais de 1 bilhão de pessoas”, disse. Ela também destacou um reconhecimento raro: “Houve uma votação popular na China e eu recebi 300 milhões de votos diretos do povo chinês pelo meu trabalho nesse conteúdo artístico cultural.”

      Quatro décadas de aproximação entre culturas

      A atriz revelou que desde o fenômeno da novela, nos anos 1980, tem se dedicado pessoalmente à aproximação cultural entre os dois países. “Eu visito a China desde os anos 80, fui mais de 25 vezes, estabeleci relações culturais com as televisões chinesas, trouxe equipes chinesas para filmar o Brasil, a nossa cultura, a nossa gastronomia, e fiz o caminho inverso, levando equipes brasileiras para mostrar a China ao Brasil”, explicou. Ela relatou ainda que acompanhou visitas presidenciais e se reuniu com autoridades de alto escalão, como ministros da Comunicação da China, que frequentemente a procuram em viagens ao Brasil.

      Lucélia destacou o papel da cultura na construção da confiança entre os povos. “O Brasil hoje e a China são grandes parceiros comerciais, todas as relações foram facilitadas pelo aspecto cultural, pelo aspecto afetivo. Quero enaltecer o papel da cultura nas relações internacionais, sobretudo na construção de pontes que possam nos unir ainda mais”, declarou.

      Defesa da soberania comunicacional

      Um dos pontos centrais do discurso foi a defesa da soberania na comunicação. A atriz parabenizou os organizadores do evento, mencionando diretamente o Brasil 247: “Quero parabenizar o Leonardo, ao Global Times, porque nós temos que trocar o nosso sistema de internet. A China tem que se aproximar do Brasil largamente com a questão da internet e da comunicação. Hoje nós somos escravos dos Estados Unidos e toda a narrativa de fake news, tudo o que nos torna pessoas politicamente submissas ao sistema americano, vem da comunicação.”

      Lucélia propôs que o intercâmbio cultural também seja expandido para a comunicação digital e tecnológica, ajudando a América Latina a construir um ambiente mais plural de informações. “O Brasil e a América Latina podem se utilizar dessa parceria de confiança para, além de gerar riqueza, gerar uma riqueza cultural e política. Isso pode ser revolucionário.”

      Desafio para futuras edições e pacto pela cultura de paz

      Encerrando sua participação, Lucélia Santos lançou um desafio ao Fórum China-América Latina. “Sugiro que numa próxima edição este Fórum seja realizado na Amazônia, em Manaus, para que as pessoas possam entrar em contato de fato com as raízes culturais de um país e de outro”, sugeriu. Ela defendeu o respeito aos povos originários do Brasil, apontando a necessidade de conhecê-los antes de qualquer projeto de desenvolvimento.

      Por fim, a atriz fez um apelo à cultura da paz. “Neste mundo convulsionado por guerras, pela ascensão da extrema-direita na Europa, pela tragédia humanitária em Gaza e na Palestina, a cultura deve ser o centro da construção de um pacto de paz. O mais importante hoje no mundo é criar e fomentar uma cultura de paz. Esse deve ser o nosso pacto: pacto de amizade, de respeito, de desenvolvimento e de futuro”, concluiu.

      O Fórum de Mesa Redonda China-América Latina, realizado em junho, reuniu autoridades, intelectuais e representantes da sociedade civil com o objetivo de aprofundar o diálogo entre a China e os países latino-americanos, tendo como eixo central a construção de uma ordem internacional mais justa, cooperativa e pacífica. Assista:

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