Inteligência artificial inaugura quarta grande revolução tecnológica da humanidade, diz líder da TATA
Para Ashok Krish, da TATA Consultancy Services, a IA democratiza o conhecimento como nunca antes e pode multiplicar a produtividade
247 – A inteligência artificial marca a quarta grande onda de disrupção tecnológica dos últimos três séculos, segundo Ashok Krish, líder global de IA da TATA Consultancy Services. A declaração foi feita durante sua participação no LIDE Brazil India Forum, em palestra disponível no canal do LIDE no YouTube (assista aqui).
Krish iniciou sua exposição contextualizando a história das grandes rupturas tecnológicas da humanidade. “Nos últimos 300 anos, tivemos apenas quatro ondas de disrupção. A primeira foi a democratização da energia com a máquina a vapor, que substituiu a força muscular humana e animal. Depois veio a globalização e a democratização do transporte com os trens e navios a vapor. Em seguida, vivemos a revolução da computação e da comunicação. E agora, com a IA, estamos democratizando o conhecimento, o que é absolutamente inédito”, afirmou.
Para o executivo, o surgimento de ferramentas como o ChatGPT inaugura um novo momento da humanidade, pois elimina a desigualdade mais difícil de vencer: o acesso ao saber. “Pela primeira vez, o conhecimento se torna acessível em larga escala. Isso é transformador”, disse.
Ashok Krish também destacou que, embora a infraestrutura digital — como a nuvem e o 5G — já esteja bastante desenvolvida, as empresas ainda enfrentam dificuldades para capturar valor com a IA. “Muitas companhias investiram em casos de uso simples, como chatbots ou copilotos para tarefas específicas, mas ainda não viram um retorno proporcional. Isso acontece porque a tecnologia evolui mais rápido que a cultura e as estruturas organizacionais.”
Segundo ele, a IA já está integrada a tarefas fundamentais em escritórios e indústrias: “Hoje, grande parte do trabalho corporativo envolve escrever documentos, criar apresentações, planilhas ou desenvolver software. Tudo isso já pode ser feito com IA, e estamos apenas no começo.” Krish acredita que os profissionais se tornarão três ou quatro vezes mais produtivos à medida que utilizarem essas ferramentas de forma integrada ao fluxo de trabalho.
Ele mencionou casos já visíveis de transformação em setores como seguros e serviços financeiros. “Antes, era necessário um ser humano para avaliar documentos e tomar decisões. Agora, a IA é capaz de automatizar grande parte desse processo e escalar para um humano apenas quando necessário”, explicou.
Ashok Krish também chamou a atenção para o impacto da IA no desenvolvimento de talentos em países como Brasil e Índia. “Temos uma população jovem e com enorme potencial. A IA pode elevar qualquer pessoa intelectualmente, sem exigir necessariamente anos de faculdade ou um PhD. Com o uso correto, ela transforma qualquer indivíduo em especialista.”
Por fim, o executivo reforçou a necessidade de um uso ético e responsável da tecnologia. “A IA está cada vez mais acessível, mas também mais difícil de controlar. Isso trará desafios de segurança, como o aumento de ataques de phishing. Precisamos ser tão criativos em nos proteger quanto somos em inovar”, alertou.
Para Krish, o futuro do trabalho será marcado menos pela escrita de código e mais pela capacidade de formular bons problemas. “Se você estrutura bem um problema, a IA pode oferecer uma solução melhor do que qualquer especialista. O que vai importar é quem consegue fazer sentido das respostas e tomar as decisões certas.”
Com uma visão estratégica e crítica, Ashok Krish posiciona a inteligência artificial não apenas como mais uma inovação tecnológica, mas como uma mudança profunda na forma como as sociedades produzem, aprendem e se organizam.
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