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Índia e Brasil podem liderar mercado global de biocombustíveis, diz fundador de associação indiana de energia limpa

Vaibhav Dange exaltou o pioneirismo brasileiro e destacou avanços da Índia

Vaibhav Dange, fundador do IFGE - Indian Federation of Green Energy (Foto: Divulgação / Lide)

247 – Durante o LIDE Brazil India Forum, realizado em São Paulo, Vaibhav Dange, fundador da Indian Federation of Green Energy (IFGE), afirmou que Brasil e Índia estão prontos para liderar o mercado global de biocombustíveis. A palestra foi publicada no canal oficial do evento no YouTube, o LIDE Brazil India Forum.

Logo no início de sua fala, Dange agradeceu ao Brasil por sua contribuição pioneira no setor de energia renovável:

 “Graças aos aprendizados do Brasil, a Índia começou um programa mais novo na Índia.”

Ele destacou que, inspirada no modelo brasileiro, a Índia ampliou significativamente sua política de etanol, saltando de 1% de mistura em 2014 para os atuais 20%, com a meta de alcançar 27%. Além disso, o país está implantando veículos com motores flex, semelhantes aos utilizados no Brasil, que podem operar com etanol como principal combustível.

Segurança energética e protagonismo no G20

Dange destacou que o desenvolvimento do etanol é estratégico para a segurança energética indiana e ressaltou que o Brasil lidera mundialmente nesse campo.

 “É muito importante estrategicamente para a situação geopolítica termos segurança energética.”

Segundo ele, a Índia vem avançando também no campo diplomático e institucional: nos últimos dois anos, durante sua presidência no G20, o país liderou a criação de uma aliança global de biocombustíveis, da qual o Brasil é parte ativa.

Parcerias tecnológicas e industriais

A Índia, segundo Dange, já possui 28 gigawatts (GW) de capacidade instalada a partir de biomassa agrícola e mais 14 GW em cogeração de energia por meio da cana-de-açúcar. Há ainda mais de 200 centros regionais de desenvolvimento de bioenergia operando com diversas matérias-primas.

Ele enfatizou que a cooperação com o Brasil é real e concreta:

 “A primeira usina criada no Brasil foi criada pela Índia.”

Essa colaboração bilateral, disse, tem potencial de “propulsionar o setor de biocombustíveis” globalmente, com inovações tecnológicas indianas desenvolvidas domesticamente e compartilhadas com parceiros como o Brasil.

COP 30 e a nova agenda verde

Dange propôs que os dois países aproveitem a realização da COP 30 no Brasil, em 2025, para liderar uma agenda global em defesa da energia limpa:

 “Há muitas coisas que a Índia e o Brasil podem liderar para definir o que é um biocombustível para o mundo.”

Ele defendeu que o etanol e o biometano — ou bioCBG, como é conhecido na Índia — sejam oficialmente classificados como combustíveis neutros em carbono:

 “Essa COP 30 deve designar que etanol e biometano são combustíveis livres de carbono. Isso vai abrir grandes oportunidades não só para Índia e Brasil, como também para o mundo.”

Encerramento

Dange concluiu destacando o marco regulatório favorável já consolidado na Índia e os mais de 15 anos de parceria entre os dois países no setor de energia limpa:

 “Estamos contentes de, na Índia, termos com sucesso criado um marco legal para bioenergia e biocombustíveis de forma amigável.”

A fala de Vaibhav Dange reforça o potencial de Brasil e Índia, duas grandes economias do sul global, de exercerem protagonismo na transição energética, não apenas por seus recursos, mas também por suas experiências, políticas públicas e parcerias estratégicas.

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