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      Daniel Filmus defende integração entre China e América Latina com foco em ciência e tecnologia

      Ex-ministro da Argentina ressalta importância da cooperação científica e tecnológica para combater a pobreza, promover a sustentabilidade e a paz

      Daniel Filmus (Foto: LiHao / Global Times)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O ex-ministro argentino de Ciência, Tecnologia e Inovação, Daniel Filmus, defendeu o fortalecimento da cooperação entre China e América Latina em sua participação no Fórum de Mesa Redonda China-América Latina, realizado em junho deste ano, numa parceria entre o jornal chinês Global Times e o portal Brasil 247. A intervenção de Filmus foi transmitida no canal oficial do evento no YouTube, disponível neste link.

      Logo no início de sua fala, Filmus agradeceu aos organizadores e ressaltou a importância do evento no atual contexto geopolítico. “É fundamental realizarmos este diálogo do Sul Global em um contexto internacional particularmente difícil, onde a confrontação bélica parece ser o caminho escolhido por alguns governantes para resolver conflitos entre nações”, afirmou. Para ele, a realização de um debate focado em cultura, ciência e tecnologia é uma tomada de posição em favor da paz. “É uma aposta num futuro distinto, onde a cooperação, a solidariedade e a paz entre nações marquem o rumo para sociedades mais desenvolvidas e com maior bem-estar para as futuras gerações”, declarou.

      A ciência como caminho para combater a pobreza e enfrentar a crise climática

      Filmus destacou que China e América Latina compartilham uma trajetória histórica de defesa da paz e são regiões que podem contribuir decisivamente para a construção de um futuro de cooperação. “Enquanto alguns países atacam a ciência, negam o aquecimento global e promovem o obscurantismo, nós, reunidos aqui, defendemos a ciência e a tecnologia como ferramentas essenciais para resolver os grandes desafios da humanidade”, disse.

      O ex-ministro citou áreas estratégicas para aprofundar a cooperação científica entre China e América Latina, como energia renovável, armazenamento de energia, mobilidade elétrica, mineração sustentável — em especial no setor do lítio —, agricultura sustentável, biotecnologia, química verde, novos materiais, projetos satelitais de monitoramento ambiental e climático, gestão da água, prevenção de desastres, economia circular, tecnologias digitais e inteligência artificial.

      “Nosso foco deve ser sempre contribuir para o combate à pobreza, aumentar a produtividade e promover a integração social dos nossos povos”, afirmou Filmus. Ele também destacou projetos conduzidos pelo Centro de Investigações Científicas da Argentina (SECI), em parceria com instituições da China, voltados ao uso de tecnologias digitais para tirar milhões de pessoas da pobreza, especialmente em áreas rurais.

      Críticas à fragmentação latino-americana

      Apesar dos avanços, Filmus criticou as dificuldades históricas da América Latina para avançar na integração regional, também no campo científico e tecnológico. “Mesmo em momentos de afinidade política, como foi a primeira década deste século, tivemos dificuldades para desenvolver iniciativas conjuntas de cooperação científica”, reconheceu.

      Ele citou como exceção bem-sucedida o Centro Argentino-Brasileiro de Biotecnologia, que posteriormente se transformou em Centro Latino-Americano de Biotecnologia com a adesão de vários países da região.

      Respeito mútuo como base para uma parceria sólida

      Filmus encerrou sua participação reforçando que a base da parceria entre China e América Latina precisa ser o respeito mútuo e o diálogo igualitário. “Reconhecemos as diferenças nos níveis de desenvolvimento científico e tecnológico, mas estamos convencidos de que a integração requer sempre o respeito e a escuta recíproca”, defendeu.

      O ex-ministro também fez uma reflexão sobre a importância de ampliar o conhecimento mútuo entre os povos. “Na Argentina costumamos dizer que ninguém defende ou ama aquilo que não conhece. Precisamos investir na aproximação cultural e no trabalho conjunto entre nossos cientistas para fortalecer os laços de paz, bem-estar e integração”, concluiu.

      O Fórum de Mesa Redonda China-América Latina, organizado pelo Global Times e pelo Brasil 247, reuniu importantes acadêmicos, autoridades e pesquisadores para discutir caminhos de integração baseados no conhecimento, na inovação e no desenvolvimento sustentável. Assista:

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