Medicamentos antiobesidade podem reduzir massa muscular e afetar órgãos, apontam estudos
Pesquisas revelam que fármacos como o Ozempic, usados para emagrecimento, provocam perda de massa muscular e alterações orgânicas ainda pouco compreendidas
247 – Pesquisas recentes indicam que medicamentos antiobesidade da classe dos agonistas de GLP-1, como o sémaglutide — princípio ativo do Ozempic —, podem provocar não apenas a perda de gordura corporal, mas também a redução da massa muscular e o encolhimento de alguns órgãos. A informação foi divulgada pelo jornal francês Le Figaro, que destaca que esses efeitos colaterais ainda não são totalmente compreendidos pela comunidade científica.
O Ozempic ganhou notoriedade mundial após seu uso extrapolar o tratamento do diabetes tipo 2, para o qual foi originalmente indicado, e se popularizar como uma solução de emagrecimento rápido. A visibilidade aumentou com episódios midiáticos, como a foto publicada por Elon Musk no fim de 2024, na qual aparecia mais magro vestido de Papai Noel, acompanhada da legenda “Ozempic Santa”.
Segundo a reportagem, estudos aprofundados em animais mostram que a perda de massa muscular causada pelo medicamento não é uniforme, atingindo diferentes grupos musculares de maneiras variadas. Além disso, a redução no tamanho de determinados órgãos levanta preocupações sobre os impactos a longo prazo na saúde dos pacientes.
Em junho, a Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM), na França, ampliou as condições de prescrição da semaglutida. Agora, médicos generalistas podem receitar o fármaco, e o índice de massa corporal (IMC) mínimo para elegibilidade caiu de 35 para 27 kg/m² — o que corresponde, por exemplo, a cerca de 88 kg para uma pessoa de 1,80 m de altura. Essa mudança amplia consideravelmente o número de pacientes com acesso ao tratamento.
Apesar dos resultados impressionantes na perda de peso, especialistas alertam para a necessidade de avaliar o equilíbrio entre benefícios e riscos, especialmente quando se trata de preservar a massa muscular, fundamental para o metabolismo, a mobilidade e a qualidade de vida. Como ressalta a publicação do Le Figaro, compreender melhor esses efeitos será essencial para definir protocolos de acompanhamento e suplementação adequados para quem utiliza esses medicamentos.
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