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      Canetas injetáveis para obesidade e diabetes entram no mercado com produção 100% nacional

      Medicamentos Olire e Lirux, da EMS, são fabricados em Hortolândia com apoio do BNDES e ampliam o acesso a tratamentos inovadores para doenças crônicas

      Fábrica construída com R$ 48 milhões financiados pelo BNDES tem capacidade para produzir 20 milhões de unidades por ano (Foto: Divulgação )
      Aquiles Lins avatar
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      247 - As primeiras canetas injetáveis fabricadas no Brasil para o tratamento de obesidade e diabetes tipo 2 chegaram às farmácias nesta segunda-feira (4), marcando um avanço importante para a indústria farmacêutica nacional. Os medicamentos Olire e Lirux, desenvolvidos pelo laboratório brasileiro EMS, são produzidos em uma planta industrial inaugurada no ano passado em Hortolândia (SP), com apoio de R$ 48 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

      Com uma estrutura de 2,5 mil metros quadrados, a fábrica recebeu R$ 70 milhões em investimentos totais e tem capacidade para produzir até 20 milhões de canetas por ano. O projeto prevê a criação de 150 empregos diretos e cerca de mil indiretos, movimentando a economia local e o setor farmacêutico nacional com produtos de alta complexidade.

      O lançamento acontece em meio ao avanço das doenças crônicas no Brasil. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a obesidade poderá atingir 48% da população adulta até 2044, e outros 27% poderão ter sobrepeso. Hoje, os índices são de 34% e 22%, respectivamente. Entre crianças de até 10 anos, mais de 3,1 milhões já convivem com a obesidade, segundo o Ministério da Saúde. A diabetes tipo 2, por sua vez, segue em crescimento, pressionando o sistema de saúde pública e privada.

      As canetas Olire e Lirux são compostas por liraglutida, molécula da classe dos análogos ao GLP-1, hormônio que regula a glicose e promove saciedade. Elas foram desenvolvidas após o fim da patente de medicamentos como Saxenda e Victoza, da dinamarquesa Novo Nordisk. A EMS, embora líder no mercado de genéricos desde 2013, não classifica os novos produtos como genéricos, pois utilizam tecnologia inovadora de síntese química de peptídeos.

      “Esse é um marco para a indústria nacional e para a saúde pública”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “O Brasil passa a contar com produção local de medicamentos de alta complexidade, que têm potencial de ampliar o acesso da população a terapias modernas para doenças crônicas como diabetes e obesidade e com forte impacto social e econômico.”

      A EMS estima distribuir 250 mil unidades das canetas até o fim de 2025, começando pelas regiões Sul e Sudeste. A comercialização exige receita médica retida pela farmácia, conforme norma da Anvisa. O acompanhamento profissional é indispensável para garantir a eficácia e a segurança do tratamento.

      Segundo Carlos Sanchez, presidente da EMS, a iniciativa projeta a internacionalização da empresa: “Estamos consolidando a capacidade do país de desenvolver e fabricar medicamentos de alta complexidade, com tecnologia própria e competitividade global. Este movimento fortalece nossa liderança e amplia o acesso a terapias modernas. Em até oito anos, projetamos gerar cerca de US$ 2 bilhões em receita no exterior e outros US$ 2 bilhões no Brasil, consolidando a EMS em mercados estratégicos.”

      A EMS já trabalha no desenvolvimento de um novo produto à base de semaglutida — princípio ativo do Ozempic — com lançamento previsto para o fim de 2025, logo após o vencimento da patente do medicamento original em 2026. Com isso, a empresa avança na fronteira da inovação farmacêutica brasileira.

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