HOME > Saúde

Medicamento experimental da Novo Nordisk reduz até 24% do peso corporal

Droga chamada Amycretin, que combina ação em dois hormônios, mostra resultados promissores e será testada em larga escala a partir de 2026

(Foto: Reprodução)
Redação Brasil 247 avatar
Conteúdo postado por:

247 – A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk divulgou nesta sexta-feira (20) os resultados completos de testes iniciais com o Amycretin, seu novo medicamento experimental para perda de peso. De acordo com reportagem do Valor Econômico, a substância apresentou reduções de até 24,3% no peso corporal de pacientes com sobrepeso ou obesidade, sem diabetes. Os dados foram apresentados na reunião anual da Associação Americana de Diabetes, realizada em Chicago, e publicados simultaneamente na revista científica The Lancet.

O Amycretin atua de forma dupla: assim como o Wegovy (já comercializado pela empresa), ele simula a ação do GLP-1, hormônio intestinal que induz saciedade, mas também estimula receptores de amilina, um hormônio pancreático que inibe o apetite. Essa combinação levou à perda de peso significativa em diferentes dosagens. Em um regime semanal de injeções, pacientes que receberam 20 miligramas perderam em média 22% do peso após 36 semanas. Com doses de 60 miligramas, a perda chegou a 24,3%.

Segundo Martin Holst Lange, chefe de desenvolvimento da Novo Nordisk, “o programa de fase 3 do Amycretin começará em 2026 e será realizado ao longo de alguns anos”. Só então o processo de aprovação regulatória poderá ser iniciado. O executivo reforçou que tanto a versão injetável quanto a oral do medicamento apresentam perfis de segurança semelhantes aos de outros produtos recentes da classe, com efeitos colaterais majoritariamente gastrointestinais.

A versão oral foi testada com doses diárias crescentes, de 3 até 100 miligramas. Os pacientes que receberam 50 miligramas durante 12 semanas perderam, em média, 10,4% do peso corporal. Já os que chegaram à dose máxima perderam 13,1%. Um dado relevante, segundo a empresa, é que a perda de peso não atingiu um platô, sugerindo que tratamentos mais longos podem resultar em reduções ainda maiores.

Em comentário publicado na Lancet, os especialistas Tricia Tan, professora de medicina metabólica e endocrinologia no Imperial College London, e o endocrinologista Bernard Khoo destacaram que “embora uma perda de peso adicional seja bem-vinda e útil, nosso conceito em evolução de manejo da obesidade agora se concentra na redução dos riscos e encargos de doenças cardiovasculares e outras comorbidades”. Ambos ressaltaram a necessidade de estudos comparativos entre o Amycretin e medicamentos consagrados como o Ozempic para avaliar com precisão seu papel terapêutico.

O avanço do Amycretin ocorre em meio a uma corrida global por tratamentos eficazes contra a obesidade, condição que afeta bilhões de pessoas e está ligada ao aumento da incidência de doenças crônicas. A Novo Nordisk, com o sucesso do Ozempic e do Wegovy, lidera esse mercado — e aposta agora na combinação hormonal do novo medicamento para consolidar sua posição.

A expectativa é de que os testes em estágio avançado comecem no primeiro trimestre de 2026. Até lá, o Amycretin continua sob avaliação, mas os resultados preliminares indicam um forte potencial para redefinir os paradigmas do tratamento da obesidade.

❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Cortes 247

Relacionados

Carregando anúncios...
Carregando anúncios...