“Um tornozelo de cada vez em direção à Papuda!”, afirma Boulos após o STF decretar a prisão domiciliar de Bolsonaro

247 - O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) afirmou nesta segunda-feira (4) que Jair Bolsonaro (PL) está mais perto de ficar detido no Complexo Penitenciário da Papuda (DF). Enquanto aguarda o seu julgamento, o político da extrema direita, que é réu no inquérito da trama golpista, precisará cumprir prisão domiciliar após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. 

“Um tornozelo de cada vez em direção a Papuda!”, escreveu o parlamentar na rede social X. O pessolista aproveitou para publicar postagens com ironias sobre os motivos para Jair Bolsonaro não sair de casa. 

O ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro por descumprimento de medida cautelar. Pelo celular, o ex-mandatário fez um breve discurso direcionado aos seus apoiadores no último final de semana. O político não pode usar redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.

O magistrado do Supremo havia determinado medidas cautelares contra Bolsonaro por risco de fuga para o exterior. Outro motivo para a decisão foi obstrução judicial, porque políticos bolsonaristas fazem articulações com o governo Donald Trump (EUA) para aplicar sanções a Moraes e ao Brasil por conta da investigação da trama golpista. 

Após determinações do STF, Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica. Precisa fazer recolhimento domiciliar noturno entre às 19h e às 6h, de segunda a sexta-feira, e integral nos fins de semana e feriados. 

Outra medida foi a proibição de manter contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras. Bolsonaro também está impedido de aproximação e de acesso a embaixadas e consulados de países estrangeiros.

Na investigação sobre o suposto golpe, Bolsonaro enfrenta cinco acusações criminais: tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado com violência ou grave ameaça, destruição de patrimônio tombado, e destruição violenta da democracia. 

Devido ao inquérito contra Bolsonaro, o governo dos Estados Unidos, durante a administração Trump, determinou o congelamento de todos os ativos e recursos financeiros do ministro Alexandre de Moraes que estejam sob jurisdição norte-americana. A medida obriga bancos e outras entidades financeiras a comunicar ao OFAC (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros) sobre quaisquer contas ou investimentos ligados ao magistrado.

Com essa decisão, Moraes está impedido de realizar transações em instituições financeiras dos EUA, incluindo transferências, pagamentos ou qualquer movimentação em contas. O bloqueio corta totalmente seu acesso a valores depositados no país, tornando impossível a gestão desses recursos.

O ministro declarou a pessoas próximas que a sanção "não terá impacto" em sua situação, já que ele não possui patrimônio, contas ou aplicações em território norte-americano.