Manifestação contra anistia reuniu 41,8 mil em Copacabana, diz USP
Ato organizado por artistas também criticou o projeto da Anistia e teve apresentações de Caetano, Chico, Gil e Djavan
247 - A manifestação realizada neste domingo (21) em Copacabana, no Rio de Janeiro, mobilizou 41,8 mil pessoas contra a chamada PEC da Blindagem e o projeto da Anistia. Os dados foram divulgados pelo Monitor do Debate Político, da Universidade de São Paulo (USP), que acompanha a dimensão de protestos no país. O levantamento considerou o público presente por volta das 16h, na altura do Posto 5 da praia. As informações são do jornal O Globo.
O número de manifestantes se aproxima do registrado no último 7 de setembro, quando um ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu 42,7 mil pessoas no mesmo local, segundo a mesma metodologia. Na ocasião, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) discursou a favor da anistia e criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Artistas em defesa da democracia
O protesto deste domingo, batizado de “Brasil nas ruas”, contou com a presença de grandes nomes da música brasileira. Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan, Marina Sena, Maria Gadú e Os Garotin se apresentaram em um trio elétrico a partir das 16h.
As performances trouxeram músicas marcadas pelo engajamento político, como Podres poderes, interpretada por Caetano, Brasil, de Cazuza, na voz de Marina Sena, Sina, por Djavan, e Aquele abraço, cantada por Gilberto Gil. Um dos momentos mais emblemáticos ocorreu quando Chico e Gil se uniram no palco para cantar Cálice, hino de resistência contra a ditadura, seguido por Samba do grande amor, com Chico e Djavan.
Mobilização nacional
Além do Rio, artistas também organizaram atos em outras capitais. Marina Lima participou da manifestação em São Paulo; Chico César, em Brasília; Daniela Mercury e Wagner Moura, em Salvador; Silva, em Vitória; e Simone, em Maceió.
O evento foi articulado pelo movimento 342 Artes e teve apoio de diversas figuras públicas, reforçando o caráter nacional da mobilização.
PEC da Blindagem em debate
Na última terça-feira (16), a Câmara dos Deputados aprovou a chamada PEC da Blindagem. O texto amplia o foro privilegiado para incluir presidentes de partidos e dificulta a prisão e a abertura de processos penais contra parlamentares.
No Senado, o relator escolhido para analisar a proposta, Alessandro Vieira (MDB-SE), afirmou na sexta-feira (19) que recomendará a rejeição da medida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), primeira etapa da tramitação na Casa.